Juliette estava quase dormindo quando Rodolffo tocou seu braço e ela despertou.
- Eu posso ficar aqui com você? Eu prometo que não faço barulho. - ele disse com o semblante de choro.
- Deita aqui meu amor. Vem. - ela disse tocando na cama.
Juliette sabia que nesse momento de dor, eles só tinham um ao outro. Ela percebeu que ele tinha um par de sapatinhos entre os dedos.
- Ele estava todo perfeitinho. Tinha até cabelo. - ele disse olhando os sapatos.
- Puxou ao papai dele.
- Mas os traços dele eram seus.
- Uma misturinha linda de nós dois. Eu amei estar grávida do Emanuel. Nunca vou esquecer de tudo que vivemos juntos e do quanto Deus foi bom em ter me dado a oportunidade de ter ele nos meus braços, nem que por pequenos instantes.
- Não quero questionar a Deus por que eu não tenho mais o quê pedir. Eu me sinto exausto.
- Se você pensar bem, Deus não nos dá um fardo que não podemos carregar. Ele sabia o quê estava traçando quando realizou o nosso encontro.
- Eu nunca vou conseguir te fazer feliz.
- Você me faz feliz. E deve ser por isso que eu não largo tudo e te deixo.
Rodolffo fez um carinho no rosto de Juliette.
- Eu queria tanto dá o meu coração para que o Emanuel vivesse. Se eu pudesse trocar de lugar...
Juliette sabia do sofrer do marido e fez carinhos no seu cabelo.
- Está se ouvindo? Você é o pai que eu quero para os meus filhos.
- Não vai conseguir ser mãe comigo sendo o pai.
- Não diga isso. Não pense nisso. Meus filhos merecem alguém disposto a dá a vida por eles e esse homem é você.
- Eu estou triste demais.
- Nós vamos superar. Deus nos dá forças.
...
Dois meses depois de tudo...
Juliette começou a doar algumas coisas de Emanuel, mas os móveis resolveu que não iria dá a ninguém.
Hermínia ficou curiosa sobre o por quê de manter aquela mobília se ninguém usaria.
- Tenho uma sobrinha minha que até está precisando de uns móveis desses.
- Já lhe dei praticamente todo o enxoval, mas os móveis ficam.
- Seu Rodolffo queria se desfazer de tudo...
- Mas nós mudamos de ideia. Eu amo esse trabalho de arquitetura feito aqui e quero que um bebê ocupe esse espaço.
- Mas a senhora ainda tem coragem? É impressionante.
- Tenho sim. E eu sei que não vai demorar muito.
Juliette era forte e determinada, certos sonhos nunca saiam do seu coração.
- Oi amor... - ela disse chamando a atenção do marido no escritório.
- Oi princesa. Tudo bem?
- Sim. Que tal sairmos hoje de casa?
- Sair para onde?
- Um jantar... Qualquer lugar que nos distraia e nos faça sorrir um pouco. Preciso mudar os ares, o resguardo já passou e eu também já cansei dele.
- Eu te invejo, sabia? Não sei como consegue.
- Temos que conseguir, chorar não vai trazer o Emanuel para nós. Posso me arrumar?
- Claro. Eu vou já também.
Juliette e Rodolffo iam ter uma noite de casal. Eles precisavam retomar a vida habitual.
...

VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?