Capítulo 54

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Juliette estava quase dormindo quando Rodolffo tocou seu braço e ela despertou.

- Eu posso ficar aqui com você? Eu prometo que não faço barulho. - ele disse com o semblante de choro.

- Deita aqui meu amor. Vem. - ela disse tocando na cama.

Juliette sabia que nesse momento de dor, eles só tinham um ao outro. Ela percebeu que ele tinha um par de sapatinhos entre os dedos.

- Ele estava todo perfeitinho. Tinha até cabelo. - ele disse olhando os sapatos.

- Puxou ao papai dele.

- Mas os traços dele eram seus.

- Uma misturinha linda de nós dois. Eu amei estar grávida do Emanuel. Nunca vou esquecer de tudo que vivemos juntos e do quanto Deus foi bom em ter me dado a oportunidade de ter ele nos meus braços, nem que por pequenos instantes.

- Não quero questionar a Deus por que eu não tenho mais o quê pedir. Eu me sinto exausto.

- Se você pensar bem, Deus não nos dá um fardo que não podemos carregar. Ele sabia o quê estava traçando quando realizou o nosso encontro.

- Eu nunca vou conseguir te fazer feliz.

- Você me faz feliz. E deve ser por isso que eu não largo tudo e te deixo.

Rodolffo fez um carinho no rosto de Juliette.

- Eu queria tanto dá o meu coração para que o Emanuel vivesse. Se eu pudesse trocar de lugar...

Juliette sabia do sofrer do marido e fez carinhos no seu cabelo.

- Está se ouvindo? Você é o pai que eu quero para os meus filhos.

- Não vai conseguir ser mãe comigo sendo o pai.

- Não diga isso. Não pense nisso. Meus filhos merecem alguém disposto a dá a vida por eles e esse homem é você.

- Eu estou triste demais.

- Nós vamos superar. Deus nos dá forças.

...

Dois meses depois de tudo...

Juliette começou a doar algumas coisas de Emanuel, mas os móveis resolveu que não iria dá a ninguém.

Hermínia ficou curiosa sobre o por quê de manter aquela mobília se ninguém usaria.

- Tenho uma sobrinha minha que até está precisando de uns móveis desses.

- Já lhe dei praticamente todo o enxoval, mas os móveis ficam.

- Seu Rodolffo queria se desfazer de tudo...

- Mas nós mudamos de ideia. Eu amo esse trabalho de arquitetura feito aqui e quero que um bebê ocupe esse espaço.

- Mas a senhora ainda tem coragem? É impressionante.

- Tenho sim. E eu sei que não vai demorar muito.

Juliette era forte e determinada, certos sonhos nunca saiam do seu coração.

- Oi amor... - ela disse chamando a atenção do marido no escritório.

- Oi princesa. Tudo bem?

- Sim. Que tal sairmos hoje de casa?

- Sair para onde?

- Um jantar... Qualquer lugar que nos distraia e nos faça sorrir um pouco. Preciso mudar os ares, o resguardo já passou e eu também já cansei dele.

- Eu te invejo, sabia? Não sei como consegue.

- Temos que conseguir, chorar não vai trazer o Emanuel para nós. Posso me arrumar?

- Claro. Eu vou já também.

Juliette e Rodolffo iam ter uma noite de casal. Eles precisavam retomar a vida habitual.

...

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