Capítulo 12

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Rodolffo estava achando estranho o sono pesado de Juliette e quando tocou seu rosto viu que ela tinha febre. Chamou as enfermeiras, elas vinheram e a medicaram novamente.

Nesse instante ela despertou e ficou olhando para Rodolffo.

- Meu pé está doendo.

- E está com febre. Com certeza não é liberada hoje.

- A culpa é sua. Tudo isso aconteceu por sua idiotice.

- Sim, eu sei disso. Agora fica calma, precisa recuperar.

- Por que foi atrás de mim? Eu devolvi o seu dinheiro. Claro que eu gastei os cinco mil.

- Juliette vamos dá uma trégua? As pessoas riram da gente e uns cogitaram que eu estava tentando te atacar. Viramos piada em toda a praia e só depois eu expliquei que não era nada disso que estavam pensando. Do jeito que vamos é impossível que isso funcione diante da minha família. Precisamos nos equilibrar.

- Então comece com você me respeitando.

- Eu não vou mais fazer o quê fiz hoje.

- Se você quer criar um personagem, precisa acreditar nele.

- Por que diz isso?

- Eu acho que tudo que me falou até aqui é mentira. Sua busca nunca foi um casamento por contrato, você quer uma esposa apaixonada e eu não sou essa pessoa. Fez tudo errado, bateu em uma porta fechada.

- Você não sabe de nada. Eu não acredito em paixão, só para começar.

- Eu imagino. Parece mesmo ser incrédulo. - continha ironia nesse modo de falar, mas Rodolffo não entendeu.

- Talvez um dia eu te conte... Mas não é hoje. Só saiba que não vai mais acontecer, pode ficar tranquila.

- Como vamos viajar amanhã?

- Não vamos. Precisa se recuperar. Vou remarcar tudo e avisar a todos. Me agrada saber que você vai viajar comigo.

- E por acaso me resta alguma outra alternativa?

- Não.

Juliette não precisou dormir no hospital, o médico a liberou e juntos voltaram ao hotel. Enquanto Juliette foi se banhar, Rodolffo foi buscar o jantar. Comeram lentamente e em silêncio.

Depois Juliette sintonizou a televisão e Rodolffo assistiu um filme junto com ela. Palavras não foram ditas e quando Juliette pegou no sono, o aparelho foi desligado.

Rodolffo verificou se ela tinha febre e não tinha, mesmo assim colocou uma coberta por sobre seu corpo. Seus olhos lhe olharam com ternura, coisa que ele dizia não conhecer.

Verificou seu sono até que o dele o venceu, mas despertou quando viu Juliette se mexendo.

- O quê foi? Está se sentindo mal?

- Eu só vou ao banheiro.

- Eu te ajudo.

- Não precisa... Eu consigo sozinha.

- Claro que precisa, não pode firmar o pé no chão. Vai andar pulando? De jeito nenhum.

Juliette aceitou a ajuda e ele lhe deu auxílio.

- Só aceito por que a culpa disso tudo é sua...

- Eu já entendi.

- Você é insuportável.

- E você adora brigar... Vamos com isso que precisamos dormir.

- Sai da porta do banheiro.

- Só era o quê faltava.

- Eu não sei do que você é capaz... Ou melhor, sei muito bem.

- Eu não vou te agarrar... Fique em paz.

- Sai...

Só depois que ela trancou a porta do banheiro fez sua necessidade. Depois voltou a cama e não conseguiu mais dormir.

- Em Lisboa vamos dormir juntos?

- Nós somos casados Juliette. Pessoas casadas dormem juntas.

- Mas isso é o quê eles acham...

- Casamos no civil se não esqueceu... Mesmo que seja por pouco tempo, nunca mais seremos solteiros, apenas divorciados.

- Eu estudei direito. Não precisa me dizer o óbvio.

- Então me deixe dormir.

- Como consegue ser tão chato e tão arrogante?

- Faz parte do meu charme.

- Que charme? Não seja ridículo.

Rodolffo aproximou-se de Juliette e lhe disse algumas palavras olhando nos seus olhos.

- A primeira vista eu sou um conquistador, as mulheres não precisam de grandes demonstrações para se jogarem aos meus pés. Mas você é excessão a regra e eu tenho suspeitas reais sobre isso.

- Suspeitas reais?

- Será que não temos o mesmo gosto Juliette?

Juliette ficou furiosa com a insinuação e quis empurrar Rodolffo da cama, mas ele segurou suas mãos.

- Você sempre foi brava assim ou é só comigo que acontece? Quantas surras deu no Adailton? - seu cinismo deixavam Juliette ainda mais irritada.

- Nenhuma, mas estou pronta para te matar se continuar a me insultar.

- Então me mate... - suas mãos soltaram as delas. - Se eu posso escolher uma morte, quero que seja assim.

- Você é doido, isso explica tanta coisa. Esse acordo sem pé nem cabeça e principalmente essa sua obsessão em mim.

- Não é obsessão... Você desperta coisas em mim. Algo sem rédeas, sem educação, mas ao mesmo tempo desconhecido.

- Pare! Você prometeu.

- Só me diga que não gosta do nosso beijo. Ah... Que beijo.

- O Adailton beija mil vezes melhor. - dito isso deu as costas e fingiu dormir.

Rodolffo levantou da cama e aquela informação o deixou completamente perturbado.

...

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