Rodolffo estava achando estranho o sono pesado de Juliette e quando tocou seu rosto viu que ela tinha febre. Chamou as enfermeiras, elas vinheram e a medicaram novamente.
Nesse instante ela despertou e ficou olhando para Rodolffo.
- Meu pé está doendo.
- E está com febre. Com certeza não é liberada hoje.
- A culpa é sua. Tudo isso aconteceu por sua idiotice.
- Sim, eu sei disso. Agora fica calma, precisa recuperar.
- Por que foi atrás de mim? Eu devolvi o seu dinheiro. Claro que eu gastei os cinco mil.
- Juliette vamos dá uma trégua? As pessoas riram da gente e uns cogitaram que eu estava tentando te atacar. Viramos piada em toda a praia e só depois eu expliquei que não era nada disso que estavam pensando. Do jeito que vamos é impossível que isso funcione diante da minha família. Precisamos nos equilibrar.
- Então comece com você me respeitando.
- Eu não vou mais fazer o quê fiz hoje.
- Se você quer criar um personagem, precisa acreditar nele.
- Por que diz isso?
- Eu acho que tudo que me falou até aqui é mentira. Sua busca nunca foi um casamento por contrato, você quer uma esposa apaixonada e eu não sou essa pessoa. Fez tudo errado, bateu em uma porta fechada.
- Você não sabe de nada. Eu não acredito em paixão, só para começar.
- Eu imagino. Parece mesmo ser incrédulo. - continha ironia nesse modo de falar, mas Rodolffo não entendeu.
- Talvez um dia eu te conte... Mas não é hoje. Só saiba que não vai mais acontecer, pode ficar tranquila.
- Como vamos viajar amanhã?
- Não vamos. Precisa se recuperar. Vou remarcar tudo e avisar a todos. Me agrada saber que você vai viajar comigo.
- E por acaso me resta alguma outra alternativa?
- Não.
Juliette não precisou dormir no hospital, o médico a liberou e juntos voltaram ao hotel. Enquanto Juliette foi se banhar, Rodolffo foi buscar o jantar. Comeram lentamente e em silêncio.
Depois Juliette sintonizou a televisão e Rodolffo assistiu um filme junto com ela. Palavras não foram ditas e quando Juliette pegou no sono, o aparelho foi desligado.
Rodolffo verificou se ela tinha febre e não tinha, mesmo assim colocou uma coberta por sobre seu corpo. Seus olhos lhe olharam com ternura, coisa que ele dizia não conhecer.
Verificou seu sono até que o dele o venceu, mas despertou quando viu Juliette se mexendo.
- O quê foi? Está se sentindo mal?
- Eu só vou ao banheiro.
- Eu te ajudo.
- Não precisa... Eu consigo sozinha.
- Claro que precisa, não pode firmar o pé no chão. Vai andar pulando? De jeito nenhum.
Juliette aceitou a ajuda e ele lhe deu auxílio.
- Só aceito por que a culpa disso tudo é sua...
- Eu já entendi.
- Você é insuportável.
- E você adora brigar... Vamos com isso que precisamos dormir.
- Sai da porta do banheiro.
- Só era o quê faltava.
- Eu não sei do que você é capaz... Ou melhor, sei muito bem.
- Eu não vou te agarrar... Fique em paz.
- Sai...
Só depois que ela trancou a porta do banheiro fez sua necessidade. Depois voltou a cama e não conseguiu mais dormir.
- Em Lisboa vamos dormir juntos?
- Nós somos casados Juliette. Pessoas casadas dormem juntas.
- Mas isso é o quê eles acham...
- Casamos no civil se não esqueceu... Mesmo que seja por pouco tempo, nunca mais seremos solteiros, apenas divorciados.
- Eu estudei direito. Não precisa me dizer o óbvio.
- Então me deixe dormir.
- Como consegue ser tão chato e tão arrogante?
- Faz parte do meu charme.
- Que charme? Não seja ridículo.
Rodolffo aproximou-se de Juliette e lhe disse algumas palavras olhando nos seus olhos.
- A primeira vista eu sou um conquistador, as mulheres não precisam de grandes demonstrações para se jogarem aos meus pés. Mas você é excessão a regra e eu tenho suspeitas reais sobre isso.
- Suspeitas reais?
- Será que não temos o mesmo gosto Juliette?
Juliette ficou furiosa com a insinuação e quis empurrar Rodolffo da cama, mas ele segurou suas mãos.
- Você sempre foi brava assim ou é só comigo que acontece? Quantas surras deu no Adailton? - seu cinismo deixavam Juliette ainda mais irritada.
- Nenhuma, mas estou pronta para te matar se continuar a me insultar.
- Então me mate... - suas mãos soltaram as delas. - Se eu posso escolher uma morte, quero que seja assim.
- Você é doido, isso explica tanta coisa. Esse acordo sem pé nem cabeça e principalmente essa sua obsessão em mim.
- Não é obsessão... Você desperta coisas em mim. Algo sem rédeas, sem educação, mas ao mesmo tempo desconhecido.
- Pare! Você prometeu.
- Só me diga que não gosta do nosso beijo. Ah... Que beijo.
- O Adailton beija mil vezes melhor. - dito isso deu as costas e fingiu dormir.
Rodolffo levantou da cama e aquela informação o deixou completamente perturbado.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?