Os dias foram passando e por vezes Juliette tinha flashes de memória, mas em nenhum deles, ela tratava o marido bem. Eles discutindo era uma lembrança frequente, mas as coisas nunca faziam sentido.
Das vezes que tentava conversar com Rodolffo sobre isso, ele sempre escapava do assunto de uma forma ou de outra, mas de uma coisa estava convencida, seu casamento não aconteceu como ela imaginou no início.
Rodolffo era um fofo com ela no momento atual, mas queria compreender melhor sobre eles e ele não queria falar.
- Onde vai?
Juliette viu o marido se arrumar no outro quarto e como era fim de tarde, achou estranho a saída naquele horário.
- Juli... Eu tenho uma reunião importante hoje. Mas a Herminia ficará com você.
- Reunião noturna? Nunca ouvi falar nisso.
- Não pense besteiras sobre mim.
- Não estou pensando nada, mas eu devo pensar.
- Claro que não.
- Rodolffo você está fugindo de mim.
- Isso não é verdade.
- Claro que é. Por que não me diz a verdade. A nossa verdade.
- Eu converso contigo quando retornar. Tá bem?
- Tá bem. Eu te espero.
Juliette esperou e depois de duas horas dispensou Herminia.
- Mas o seu Rodolffo não quer que a senhora fique sozinha.
- Pode ir. Eu juro que estou bem.
Depois da partida de Hermínia, Juliette se pôs a mexer no escritório do marido. Procurou por minutos alguma coisa que fizesse sentido sobre o passado, mas a única coisa que encontrou foi uns extratos bancários que Rodolffo passou para sua conta em datas diferentes.
Somou tudo e totalizou mais de um milhão e meio de reais. Esse valor a assustou e logo depois disso Rodolffo voltou para casa, a encontrando no escritório.
- Já dispensei a Herminia. Não brigue com ela, eu quem quis assim.
- Tudo bem. Se está se sentindo bem.
- O quê significa isso? Por que tanto dinheiro para mim?
- Você não está pronta para a verdade.
- A verdade é essencial para mim.
Rodolffo disse em resumo tudo que havia acontecido entre eles e Juliette sentiu-se um pouco mal depois disso.
- Só te disse por que você é teimosa e insistente.
- Minha cabeça está doendo.
- Vem deitar... Vem.
Ele a ajudou na ida até o quarto e ela quis o seu abraço. Com os olhos fechados, Juliette pediu a Rodolffo que contasse mais detalhes da história deles.
- Quais quer saber Juli?
- Quando demos o primeiro beijo?
- No casamento civil, eu roubei o primeiro beijo.
- Eu já sonhei com isso... Com esse beijo. Na verdade com vários beijos nossos.
- Sonhou ou lembrou?
- É um sonho, mas eu acho que é uma lembrança. Eu quero tanto lembrar... Eu preciso lembrar.
- Juli... Você vai lembrar.
- Você me ama?
- Ainda me pergunta? Eu te amo tanto. Eu te tive tanto medo de te perder minha Juli. - ele deu um beijo na sua bochecha enquanto Juliette permanecia de olhos fechados.
- Então me faz ter uma recordação atual nossa...
- Então abre os olhos e me olha antes de fecha-los novamente.
Juliette abriu os olhos e sentiu seu coração bater rápido ao olhar para Rodolffo.
- Esse é o nosso primeiro beijo de novo... - ele disse lhe fazendo um carinho no rosto, antes de beijá-la.
Um beijo calmo, amoroso e cheio de ternura.
...
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Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?