Nos dias que se seguiram Juliette aproveitou para deixar toda a sua vida organizada. Pagou todas as dívidas, comprou comida e mantimentos para casa, também fez um pequeno estoque de medicamentos que a mãe necessitava e quem visse seu modo de agir diria que ela não voltaria mais ao Recife.
- Estou tão preocupada Juliette. - sua mulher confessou com lágrimas nos olhos.
- Por que está preocupada mãe?
- Por que estou sentindo uma coisa estranha aqui dentro. Coisa de mãe...
- Diga o quê sente mãe...
- Parece que você está se despedindo da gente. Esse seu emprego de uma hora para outra...
- Se eu não voltar... - essa também era uma possibilidade que rondava os pensamentos de Juliette. - Procurem não morrer de fome. Eu só estou tentando... Acredite que isso também é por vocês... Pelo meu pai em memória e pelos filhos que eu ainda terei.
- Ôh Juliette não vá... Escute sua mãe.
- Não há volta. Vou de todo jeito.
Naquela tarde tirou um tempo para si, cortou o cabelo, fez as unhas e se sentiu bonita.
- Tem certeza que não quer mudar a cor do cabelo?
- Não quero. Só queria tirar as pontas definir o corte.
- Seu cabelo é lindo e muito saudável. Parabéns. - elogiou o cabeleireiro.
- Obrigada.
Mal saiu do salão e seu telefone tocou. Era Rodolffo.
- Onde está?
- O quê você quer?
- Só me res com uma pergunta. Eu quero respostas.
- Seja direto.
- Venha ao hotel. Preciso combinar coisas contigo.
- Irei. Chego em breve.
Ela pegou a condução e em vinte minutos estava no hotel. Rodolffo abriu a porta assim que ela chegou e ficou por um tempo a olhando.
- O quê quer comigo?
- Entre.
Ela entrou e ele lhe explicou tudo.
- Não posso me arrumar em casa. Minha mãe faria muitas perguntas, então eu posso vir para cá e saímos daqui juntos.
- Eu comprei o seu vestido e o seu sapato, pode contratar alguém para te arrumar.
- Eu sei me arrumar, não é necessário.
- Não precisa economizar, isso é por minha conta.
- Mas para o casamento civil, eu sei fazer, acredita em mim. Chego amanhã cedo.
- Casaremos as 10 horas. Depois disso embarcamos, as nossas passagens estão compradas.
- Está bem. Até amanhã.
Juliette saiu dali e voltou para casa. Sua mãe ficou muito triste com sua ida no dia seguinte, mas nada a fez cogitar a possibilidade de não ir. No íntimo Juliette estava magoada e tudo aquilo era um modo de escape.
...
Quarto de hotel.
- Eu disse que não precisava de mala Juliette.
- Mas eu trouxe as coisas que não consigo viver sem.
- Tudo bem. Quer que eu saia para que se arrume mais a vontade?
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Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?