Um amor irrecusável

Capítulo 41

"Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração."
Lucas 6:44-45

...

Juliette chorou com o resultado do teste de farmácia em sua mão. Nunca teve medo de Rodolffo, mesmo no início caótico, sempre existiu em si uma bravura para enfrenta-lo, mas se ele recusasse esse bebê não iria suportar, mas o medo chegou ao seu coração.

Não era um sentimento limitado apenas a reação do seu marido, mas a todo o resto que envolvia uma gravidez. Rafaela te falava sobre tudo e era um longo processo. A saúde da mãe implicava totalmente na saúde do bebê e Juliette agora teria que ser o mais saudável possível por essa criança.

Seu choro também veio por que gerar um filho sempre foi um sonho. Por muito tempo sonhou em se formar e ajudar sua família, mas esse sonho foi pouco a pouco sendo soterrado, a vida pós acadêmica não foi como ela imaginava, mas também não se queixava.

Quando se acalmou lavou o rosto. Verificou se Rodolffo havia acordado, mas ele permanecia adormecido. Se recompôs e foi até a cozinha. Naquele instante lhe deu a vontade de fazer uma bela mesa de café da manhã.

Fez uma refeição completa e diversificada. Quando Rodolffo acordou, veio até a cozinha de guiando pelo cheiro da comida.

- Huuuum... Meu amor... Que café da manhã fantástico.

Juliette sorriu e Rodolffo caminhou até ela. Sorriram um para o outro e ela teve uma vontade enorme de te contar a novidade.

- É uma comemoração? - ele disse alisando o rosto dela.

- Sim. Estamos felizes. Isso é importante.

- Muito importante. Juli... - ele fez uma pausa e a olhou um pouco mais. - Eu não sou nada sem você.

- Não diga isso... Se um dia eu não estiver aqui, você deve seguir.

- Como? Para onde irei? Eu não quero  pensar em seguir sem você.

- Então não pense, por que eu não quero ir a lugar algum que você não esteja.

Ela o abraçou forte e ele acariciou seus longos cabelos. Depois disso sentaram a mesa e comeram animadamente.

Rodolffo guardava um segredo e pensava na melhor forma de falar com Juliette, não queria que fosse de qualquer jeito, tinha que ser especial por que era uma grande notícia. Juliette já cogitava fazer uma pequena surpresa ao marido no dia do casamento, seria um dia para uma boa notícia e se o sentimento de Rodolffo era verdadeiro, a felicidade dele seria igual a dela.

...

Residência de Max e Roberta.

- Eu não tenho como seduzir a Juliette,  já te falei isso mil vezes.

- E o meu irmão, você acha que seria possível uma mulher seduzi-lo?

- Se ela for idêntica a Juliette talvez... No mais, é improvável. Seu irmão sempre foi um bocó e você sabe Roberta. Ele só vive grudado na mulher e como vai arrumar tempo para uma amante? Fora o gênio de cão bravo que ele tem.

- O quê faremos?

- Tratamento de choque.

- Como?

- Vou tentar fazer o translado de Juliette no dia do casamento e assim, vou desviar ela do caminho.

- Me explique isso Max.

- Eu já reparei que ela gosta mesmo do seu irmão. É triste, mas eles se gostam e são de verdade.

- E então...

- Ela vai ter que decidir... Ou voltar ao Brasil ou ficar viúva.

- Será?

- Ela não vai querer que o marido morra e eu vou se convincente.

- E se ela não quiser?

- Eu posso ajudar ela a querer. Ou quem sabe a mato e digo que fui assaltado.

- Vou falar com o papai. Você leva ela até a igreja, ou seja, não leva. Obrigue ela a escrever uma carta e busque objetos dela em casa, precisa ser real. Meu irmão precisa ser deixado no altar.

- Eu só quero ver a cara dele.

- Vai enlouquecer. Eu quero muito ver ele descontrolado. Dessa vez ninguém vai impedir a internação dele num sanatório.

- Ninguém mesmo.

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Casa de Rodolffo e Juliette.

- Minha Juli... - ele disse enquanto dava um beijo no pescoço da amada.

Ela buscava uma roupa no armário e sorriu. As mãos de Rodolffo foram até a barriga de Juliette e ele fez um carinho ali. Ela só sentiu e nada disse, pensou que ele estava sentindo.

- Já pensou como vamos ser felizes quando tiver uma pessoinha aqui? - Rodolffo perguntou ainda acariciando a barriga de Juliette.

- Não me faça chorar...

- Não é para chorar amor... Só vai ser incrível. Eu não consegui viver a expectativa da chegada de um filho... Foi tão rápido que não deu tempo. Quando chegar a nossa vez, eu quero fazer parte de tudo.

- E você vai fazer. - ela se virou para ele. - Eu te quero sempre comigo. Juntos vamos viver isso.

- As vezes eu penso que estou vivendo um sonho Juli...

- Se for sonho... Não me acorde meu amor.

Juliette beijou o marido e logo estavam entregues ao sabor de amar.

...