Um amor irrecusável

Capítulo 59

Manhã de domingo, março de 2021.

Haviam quatro meses que Rodolffo e Juliette optaram por viver no chalé e a vida parecia um sonho, tudo era tão tranquilo e natural, a vida era cheia de paz, mas Juliette andava se sentindo um pouco diferente ultimamente.

Faziam exatos 9 meses que seu bebê tinha nascido e que ela passou por uma cesariana e de lá até os dias atuais, ela se prevenia sempre que julgava estar no período fértil, seus métodos contraceptivos eram tabela e camisinha.

Para eles eram excelentes e estava confortável assim, mas ela estava pensativa e não conseguia esconder a preocupação.

- Você não vai me contar o quê está acontecendo? - Rodolffo a chamou para um abraço.

- Eu sei que parece loucura, mas estou cogitando a possibilidade de eu estar grávida.

- Por quê?

- Tem três dias que tenho enjôo matinal e meus seios estão insuportáveis de sensíveis. Eu já estive grávida uma vez e isso aconteceu na primeira vez. Mas ainda não é tempo e eu estou preocupada.

- Mas você disse que tabela e camisinha eram suficientes, acho que não devíamos ter confiado na tabela por que os preservativos nunca romperam, mas houveram momentos que não usamos.

- Eu estou com medo.

- Não fique. Haja o quê houver nós vamos enfrentar juntos. Quer no médico amanhã?

- Ainda não. Quero aguardar um pouco mais.

...

Juliette foi guardando uma semana depois da outra e só resolveu procurar um médico quando Rodolffo a confrontou.

- Temos que saber o quê é isso. Você não está bem com tantos enjôos, já tem um mês dessa forma Juliette, não podemos ser irresponsáveis. Queremos tanto um novo bebê que estamos em negação com a possibilidade, não era pra ser assim.

- E se não for um bebê?

- Independente de qualquer coisa
estamos juntos. Somos fortes, não somos?

- Somos sim.

Naquele mesmo dia Juliette foi a cidade mais próxima e fez um exame de sangue para confirmar ou descartar a possibilidade de uma gravidez.

Tentando disfarçar a ansiedade ela sorria para Rodolffo e ele fazia carinho nos seus dedos.

- Não fique ansiosa.

- E se eu estiver grávida?

- Eu estou pronto e sei que você também está.

- Dá um medo de gerar mais uma criança doente.

- Juli... Não fale essas coisas. Lembra do combinado?

- Lembro.

Quando o resultado saiu Rodolffo abriu o envelope e olhou para Juliette com os olhos cheios de lágrimas.

- Nunca é no nosso tempo, mas no tempo que Deus permitir.

- É verdade? - Juliette disse ansiosa.

- Estamos grávidos.

Juntos sorriram e choraram no mesmo instante.

Naquele mesmo dia, Juliette conseguiu uma consulta com um outro obstetra que constatou que ela já estava com 9 semanas de gestação e que aparentemente tudo ia muito bem com o bebê e com a futura mamãe.

Rodolffo estava só alegria. Ninguém diria que era o mesmo homem que sofreu absurdamente meses atrás, o luto se dispersou e a vida ganhou um brilho novo.

...

Cinco meses depois...

- Oi princesa do papai... Você tá pulando na barriga da sua mamãe? - os chutes de Teodora eram mais rápidos e o casal se alegrava com o singelo gesto. - O papai precisa que você tire um cochilinho pequena.

- Ela não quer dormir hoje... - Juliette disse sorridente e Rodolffo a beijou apaixonado.

- Uma hora ela aquieta e a gente faz a nossa festinha. - Rodolffo deu um beijo na barriga redonda de Juliette.

- Eu fico tão feliz que ela está se desenvolvendo bem e logo estará nos nossos braços.

- Ela é um presente de Deus.

- Minha gravidez está sendo uma benção e ela já está se encaixando para o parto. Eu quero ter a Teodora naturalmente, se Deus quiser.

- Você vai conseguir meu amor. Eu tenho certeza.

Teodora deu mais alguns chutes e os pés ficaram bem evidentes.

- Ei mocinha, não judia da sua mamãe não... O quê é isso?

Rodolffo não cansava de admirar o milagre que crescia no ventre de Juliette.

...