Capítulo 28

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Duas semanas depois...

- Lar doce lar... Aqui é o nosso lugar agora minha senhora.

Rodolffo disse ao colocar a última mala no interior da sua suíte. Mas estranhou a forma como Juliette olhava para tudo, ela parecia triste.

- O quê foi? Não se sente feliz?

- Eu nunca imaginei viver isso.

- Por que não? Estudou tanto, trabalhou tanto, nunca pensou em subir na vida?

- Não se trata de bens materiais. Não estou falando de dinheiro.

Rodolffo esperou em silêncio a continuação de Juliette.

- Minha visão sobre casamento era outra. A mesma da minha mãe.

- Eu não estou entendendo.

- Minha mãe sempre me ensinou que a família é muito importante...

- Tanto que vocês mal se falam.

- Sempre pensei que ia conhecer alguém que quisesse o mesmo que eu e que juntos íamos construir um futuro juntos. Hoje eu vejo que meus relacionamentos eram muito superficiais. Eu não sentia por eles o quê sinto por você.

Rodolffo caminhou até ela e lhe abraçou.

- Você me ensinou muitas coisas, principalmente a não me reprimir. Acho que nunca fui tão agressiva com alguém como fui contigo, mas também nunca estive tão entregue como estou agora.

- Eu sinto o mesmo...

- Isso me dá medo...

- Medo? Eu também sinto isso. Mas só sentimos essa sensação por que há sentimentos.

- É incrível como tudo aconteceu... O sentimento surgiu em meio a tantas coisas complicadas.

- A química veio primeiro. Juliette você não tem ideia do que é estar contigo.

- Eu nunca briguei tanto com alguém como foi com você. Mas também nunca desejei tanto ser beijada como foi com você.

- Isso é muito bom.

- Eu me entreguei e me entrego para ti  por... - Rodolffo tinha um pouco de receio daquela palavra, então acariciou os lábios de Juliette.

- Eu não sou bom em cultivar o afeto das pessoas. Eu sempre soube disso.

- Você é amado. E eu sei que é amor. O meu orgulho quis me dizer que era desejo, mas não é só isso. Eu me envolvi e estou te amando.

- Amor é algo que não sentimos por qualquer pessoa e eu não sei se mereço isso.

- Rodolffo pare de se diminuir... Eu te quero e tenho sentimentos por você. Não era isso que queria? Nunca foi para assumir a presidência da empresa, foi para provar que conseguiria dá a volta por cima e recomeçar, não é isso?

- Não exatamente. Eu só não queria mais seguir sozinho e queria ter uma companheira, mas perdi o jeito para a conquista. Eu não suportava mais a solidão, desde o final do meu último relacionamento, não consegui mais ficar com ninguém.

- Agora tem a mim e eu sou toda sua... - Juliette mordiscou o lóbulo da orelha de Rodolffo e ele sorriu.

- Eu também sou todinho teu.

Sorriram um para o outro e em minutos estavam fazendo um amor cheio de carinho e desejo.

Quando os corações voltaram a bater no ritmo certo, Juliette beijou o peito do marido e lhe disse:

- Vasectomia não é um método totalmente seguro, sabia?

- Eu paguei ao melhor especialista do Brasil e ele me garantiu que era.

- Eu estou atrasada. Nove dias para ser exata.

Rodolffo que estava deitado, se sentou na cama. Seu semblante era assustado e preocupado.

- Não está pensando besteiras, não é?

- Claro que não... Mas isso deve estar acontecendo por que você era virgem, o corpo não se acostumou ainda com a novidade.

- Isso não tem nada a ver. A menstruação só falha se houver um motivo e um deles pode ser uma fecundação do óvulo.

- Pode ser psicológico. Você quer tanto isso que acaba acontecendo na sua mente.

- Não é isso...

- Vamos aguardar um pouco mais. Tenho certeza que não está grávida.

- Está bem. Mas se eu estiver, nunca ouse pensar que não é seu.

- Não vou pensar isso... Não sou nenhum louco completo.

Juliette percebeu o quanto Rodolffo ficou estranho. Ele estava distante e a sua presença era apenas física.

...

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