Capítulo 45

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Depois de 24 horas na Unidade de Terapia Intensiva, finalmente Rodolffo conseguiu ser liberado para estar junto de Juliette.

Ele se vestiu adequadamente e entrou no ambiente. Olhou para a esposa ali deitada e chorou. Muitas lágrimas molharam o seu rosto, ao ponto dele soluçar. Quando se acalmou, chegou próximo a ela e lhe falou:

- Perdão Juli. Perdão meu amor. Mas eu estou aqui contigo para tudo.

Ele ficou olhando o semblante de Juliette e percebeu seu rosto inchado. Como não achou bom tocar ali, tocou sua mão e fez carinho nos seus dedos.

Juliette já tinha sido tirada do tubo de oxigenação, por que não necessitava mais dele para respirar, então ela poderia acordar a qualquer momento.

- Pai... Pai...

Ela falou com os olhos serrados e Rodolffo ficou esperando que ela acordasse.

- Juli... Minha Juli. - ele acabou dizendo.

- Que saudades pai...

Ela disse ainda com os olhos completamente fechados. Rodolffo esperou ansioso para que ela despertasse completamente, mas seu tempo esgotou e não aconteceu.

...

Foram três longos dias com Juliette adormecida. Rodolffo não ficou longe dela e o hospital se tornou sua casa. Nesse tempo ele perdeu peso e ficou sem dormir, mas não queria ficar longe e finalmente veio o despertar de Juliette.

Por sorte seus olhos se abriram quando Rodolffo alisava sua bochecha e os olhos dela se arregalaram ao verem.

- Meu amor... Consegue me ver?

Juliette novamente fechou os olhos e logo depois os abriu novamente.

- Juli... Consegue me enxergar?

- Me chama de Juli... É você...

- Meu amor... Não lembra de mim? - Rodolffo perguntou segurando a mão de Juliette.

- Onde eu estou? - ela olhou angustiada e Rodolffo ficou calado inicialmente. - A minha cabeça dói.

- Calma. Eu vou chamar o médico.

O médico foi chamado e logo examinou os sinais vitais de Juliette, tudo parecia bem, mas ela não reconheceu o marido e isso era um detalhe delicado.

- O quê fazer agora? - Rodolffo perguntou ao médico e ele abanou a cabeça.

- Ter paciência. Ter fé. Talvez seja só um momento, mas talvez ela nunca volte a lembrar do passado.

- Eu a amo tanto... Ela está grávida, como vou contar isso?

- Precisa contar. Não adianta esconder. Fale calmamente sobre tudo e tenha cautela com as palavras. Vá aos poucos.

Rodolffo entrou novamente no quarto e Juliette estava olhando o acesso no braço.

- Você não é o médico, não é?

- Não. Eu sou o seu marido.

Juliette ficou de boca aberta com a revelação.

- Eu troquei o Adailton por você?

- Lembra do Adailton?

- Como eu fiz isso? - Juliette levou a mão a boca num sinal de timidez.

- Você sofreu um acidente de carro e bateu a cabeça, por isso essa confusão mental. Mas tudo isso... - Juliette o interrompeu.

- Não acho que seja verdade. Me desculpa. Mas eu nunca vi um homem mais bonito que o senhor na minha vida inteira.

- Juli eu não estou mentindo. Somos casados a quase seis meses e tem outra coisa... Você está grávida.

- Grávida? - Juliette franziu a testa e piscou os olhos.

- Sim. Nosso bebê continua firme e forte apesar de tudo.

- Então nós dois... Você sabe. - ela disse com a voz trêmula.

- Sim. E é a coisa mais maravilhosa da minha vida. Fazer amor contigo é sempre um presente.

- Minha cabeça está muito confusa. Eu não lembro... Me perdoe.

- Não se preocupe com isso agora. Descansa.

Juliette ficou um tempo mais acordada e depois adormeceu. Rodolffo logo pediu a transferência dela para um quarto.

Apesar de tudo ele estava feliz por vê-la enxergar, se movimentar e ter lembranças. A memória recente era a única afetada, mas talvez ela acordasse lembrando dele. O otimismo nunca visto era aflorado no seu coração.

...

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