15 de novembro de 2021.
Juliette já estava com 40 semanas e dois dias de espera por Teodora, sendo que na madrugada começou a sentir as primeiras contrações. Ela não escondeu isso de Rodolffo e ele ficou preocupado.
- Vamos ao hospital Juli. Não pode ficar em casa.
- Calma. Não é o parto ainda, eu quero estar bem tranquila para a chegada da nossa bebê.
- Juli... Eu não quero que você sofra.
- Eu não vou sofrer. Eu estou feliz. Minha menininha vai nascer no tempinho dela, como sempre sonhei e se Deus permitir irei ter o parto normal.
- E se for outra cesárea? - ele disse apreensivo.
- Não tenha medo. Vai dá tudo certo. Eu só quero ter a neném nos braços e poder sentir o calor do seu corpinho junto ao meu. Não importa como será e o quê meu corpo vai suportar para isso, tudo vale a pena.
Rodolffo a abraçou e fez um carinho nas suas costas, mas Juliette percebeu que ele estava choroso.
- Não chore meu amor. Siga confiante, promete? Eu preciso tanto de você.
- E eu preciso tanto de você e da Teodora na mesma importância que necessito do ar para viver. Eu era um cara tão vazio de tudo, mas você me preencheu completamente. Seu amor salvou toda a minha vida.
- Mas o seu amor também salvou a minha vida. Eu estava num mal momento quando te conheci e necessitava urgente de alguém que cuidasse de mim um pouquinho... Sempre cuidei tanto dos outros... Seu amor significa muito para mim e eu tenho tanto orgulho do homem que divide a vida comigo.
- Te amo minha maior riqueza. Eu estou contigo para sempre. - ele beijou a mão de Juliette.
- Te amo meu amor. - ela deu um selinho em Rodolffo.
Juliette ficou a maior parte do trabalho de parto em casa, mas quando as dores estavam insuportáveis Rodolffo não aceitou mais a demora e a levou ao hospital. .
- Mamãe, está nascendo. - a médica disse a fazer o exame. - Está com 8 cm de dilatação.
- Eu vou conseguir, não vou? - Juliette disse já sendo tomada por outra contração.
- Vai conseguir em pouco mais de uma hora. Daqui a pouco irá a sala de parto. A Teodora não espera muito mais. - a profissional disse sorridente.
Juliette tinha todo o amparo de Rodolffo, mas o notava muito tenso, então resolveu distrai-lo.
- A culpa é toda sua. - ela disse segurando o riso.
- O quê foi?
- Você me enganou dizendo que era vasectomizado e agora estou assim...
Rodolffo sabia que ela estava brincando por que ficava sorrindo.
- Ainda tem energia para brincar... Juli... Juli...
- Eu estou ótima. Aiiiiiiiiii... - ela gemeu segurando forte as mãos de Rodolffo e sentiu uma pressão maior. - Está nascendo. Ah meu Deus.
Rodolffo foi rápido o suficiente para amparar Teodora enquanto ela simplesmente escorregava durante o nascimento. Juliette abriu bem as pernas, e o choro da bebê ecoou pelo corredor e logo a sala estava cheia da equipe médica.
- Que lindo. A mocinha foi muito rápida. - disse a médica enquanto Rodolffo segurava a bebê quase estático. - Segura papai e leva para a mamãe.
Rodolffo chorava tanto que foi necessário tirar a recém nascida dos seus braços. Era uma emoção tamanha, mas Juliette segurou sua menininha com a calma que pedia ao momento.
- Oi amorzinho. Mamãe tá aqui... É a mamãe. - logo Teodora foi se acalmando no choro.
Depois dos primeiros instantes de vida da pequena e do corte do cordão umbilical, Juliette foi levada a cama e deitou-se ali com Teodora, já coberta com uma manta.
- Coisa mais linda da vida de mamãe e papai. - ela dizia enquanto admirava a pequena.
- Ela não parece tanto com o Emanuel. Nasceu até careca. - Rodolffo disse cheirando Teodora. - Mas é linda e perfeita.
- Ela é a sua xerox, olha a boquinha com o formato de coração. O narizinho igualzinho o seu. É linda demais.
Eles foram tirados do momento família pela enfermeira que veio colocar Teodora para a primeira mamada.
- Vamos tentar a primeira pega mamãe?
- Sim. É tudo que mais quero.
Teodora não demorou muito para mamar. Era uma criança perfeitamente ativa e saudável. Sua chegada foi uma alegria sem fim a toda família.
...
Dias atuais...
Arredores da casa de campo da família.
- Tetêuzim... é mamãe?
- É sim. O Matheus está crescendo filhinha e está mexendo. E cadê o papai?
- Papai? Papai? - Teodora chamava e Rodolffo não respondia para pegar a pequena desprevenida.
Juliette via toda a cena e só sorria.
- Achei mamãe... o papai... - Teodora dizia do jeito fofo dela e Rodolffo saia atrás da árvore.
- Achou hein princesa. Tá muito esperta. Nem parece que é uma bebê.
- Bebê não... Mocinha... Mamãe diz que eu sou mocinha.
Os dois riram muito depois disso e do jeito explicado que ela falou.
Teodora buscou alguns brinquedos e trouxe para junto da mãe e logo estavam os três a brincar de fazenda.
- Não tenho maturidade para essa nossa mocinha. - Rodolffo disse fazendo um carinho no rosto de Juliette.
- Ela é muito inteligente. Sou apaixonada.
- E o neném tá mexendo? - ele colocou a mão na barriga de Juliette.
- Bastante. Outra benção na nossa vida.
Juliette deu um beijo no braço de Rodolffo e Teodora viu, não gostando nadinha.
- Mamãe e eu?
- O quê foi?
- Só pode beijar eu. O papai não. - disse se agarrando na mãe e Juliette sorriu.
- Hei mocinha. Você tem que aprender a dividir. Daqui uns dias chega o Matheus e ele terá muito do colinho da mamãe, mas ele não é o único que precisa e nem você. O papai ama o colinho da sua mamãe, não seja egoísta.
- Só um pouquinho... Eu deixo só um pouquinho mesmo. - ela disse fazendo um gesto com os dedos.
- Não briguem por mim, os amo igualmente. Tem colinho para todo mundo.
Juliette e Rodolffo se olharam cúmplices. Era bom saborear o milagre que era aquele encontro e dele veio os mais preciosos frutos.
FIM.
...
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Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?