Rodolffo recebeu aquele beijo, mas sua consciência falava mais alto que o seu desejo, o quê era algo muito raro de acontecer e ele nem sabia quando tinha sido a última vez que isso tinha acontecido.
Sua consciência gritava que Juliette estava movida por desejo, curiosidade e até mesmo orgulho, mas certamente não tinha um afeto enraizado no seu coração por ele.
Quando se separaram, ela esperou a sua iniciativa e ele fez um carinho no seu rosto.
- Teve três namorados... Três homens com os quais você sonhou casar e construir família. Mas agora casou comigo por um acordo...
- Rodolffo eu sempre quis que as coisas fossem do meu jeito e olha que jeito tudo está indo. Quem eu queria, não me quis de verdade e agora estou casada contigo.
- Mas o quê te motiva a fazer isso comigo?
- Eu já tenho 25 anos e sinceramente cansei de esperar. - aquela resposta foi a pior possível. - Eu quero experimentar. Se você quer e eu quero não tem problema.
- Tem problema sim, por que você se guardou para um grande amor e eu não sou o seu grande amor.
- Grandes amores não existem. Eu nunca acreditei nisso. O quê existe são pessoas que tem interesses em comum e decidem seguir juntos.
- Depois de seis meses, você quer continuar ao meu lado?
- Temos um acordo Rodolffo e nada vai mudar isso, nem mesmo se eu perder a virgindade com você.
- Está me usando para matar a sua curiosidade?
- Da mesma forma que você está me usando para convencer a sua família de que é um homem feliz.
Rodolffo engoliu no seco e recolocou o cinto, dando partida no carro.
- Não me quer? É isso?
- Não te quero como você me quer... É isso.
O carro ia em alta velocidade e Juliette resolveu falar.
- Não sei qual o seu problema se até dias atrás estava me oferecendo 500 mil reais por isso.
- Eu mudo de opinião rapidamente... É um traço da minha personalidade.
- Eu estive pensando em te pedir outra coisa em troca. - ela disse baixo e Rodolffo tirou os olhos do volante para olhá-la.
- As negociações acabaram.
- Rodolffo... Eu abro mão de metade do valor do acordo...
- Não. Qualquer que seja a proposta a minha resposta é essa.
- Reverta a sua vasectomia e faça um filho em mim.
A freada brusca foi muito sentida e Rodolffo colocou o veículo novamente fora da estrada.
- Você está doida?
- Eu não quero mais viver com minha mãe e meu irmão, eles só me exploram. Quero ter a minha vida e família de forma independente.
- Independente e precisa de mim?
- Preciso sim.
- Pois trate de nunca mais pensar nisso. Nunca é a minha resposta.
- Eu sei que é reversível. - ela disse segurando no seu braço.
- Não sabe no que está mexendo Juliette. Se não quer cultivar o meu ódio, nunca mais fale disso.
- Eu te deixaria visitar o nosso filho, se você quisesse.
- Visitar? Mandar um cartão postal? Uma correspondência? Um e-mail? Que belo pai você quer para o seu filho. Me admira muito esse pensamento vindo da sua parte.
- Ele tendo a mim, não necessita de mais ninguém.
- Está vendo como é egoísta e não pode falar de mim.
- Por favor... Pense bem.
- Se quiser viver comigo e desfazer esse contrato, revejo essa questão, mas dessa forma, sem acordo.
- Vou embora em seis meses e nunca mais você vai me ver.
- Tudo bem.
A viagem se seguiu e eles seguiram em silêncio. Ambos não admitiam, mas estavam magoados. Quando chegaram em casa todos os esperavam.
- Chegaram finalmente. - disse Roberta.
Rodolffo foi para o quarto e Juliette a respondeu.
- Nos esqueça Roberta. Viva a sua vida e esqueça a nossa.
Seguiu para o quarto e viu que Rodolffo estava a recolher uns lençóis. Ele não disse aonde iria, mas certamente escolheu outro quarto para dormir.
Ela ficou triste e sentou-se na cama. Por desgosto chorou muito.
...
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Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?