Capítulo 35

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- Não devia dizer isso. Se ela está contigo a merece.

- Eu fui um escroto com ela no início. Sabe o quê eu fiz?

- Me conte o quê fez?

- Ofereci um milhão e meio por um casamento de aparências. Óbvio que ela me julgou um louco e veio a negativa, mas depois ela resolveu aceitar. Só que eu sempre soube qual era a minha intenção.

- Então me diga qual era a sua intenção.

- Eu queria vencer a solidão. Eu sou fraco e diante dela sou uma gota d'água no meio do oceano dela. Ela era virgem e eu não soube respeitar isso.

- Mas o quê quer dizer exatamente com isso? A forçou?

- Eu a agarrei muitas vezes e mesmo correspondido depois de um tempo, sei que não foi certo. Mas nossa primeira vez foi iniciativa dela... Acredite se quiser.

- Eu acredito sim.

- Só que ela merecia algo melhor... Com alguém melhor...

- Isso não é uma decisão sua e sim dela.

- Ultimamente não consigo dormir quando temos relações. Acha que isso é normal?

- Não é normal. Mas o quê te impede de dormir?

- Pensamentos e o medo de perder. Tudo começou com um acordo e eu sinto que um dia ela pode levantar e ir embora.

- Precisa confiar na sua esposa. Mas me diga, ela dorme depois de tudo?

- Profundamente e nos meus braços. Eu acho lindo ver ela dormir.

- Ela não vai embora. Isso é uma paranóia da sua cabeça.

- E se eu não for suficiente para ela? Juliette quer um bebê e se eu não puder dá isso a ela?

- Há tantos meios hoje em dia. Na sua condição financeira acho que as possibilidades são inúmeras.

- Eu sou muito rico, mas sinto que esse dinheiro todo perdeu o sentido diante da minha vida atual.

- Por que sabe que o seu dinheiro não prende a sua esposa?

- Ela é livre... Não depende de mim para nada, mas eu dependo tanto dela.

- Ela não é um personagem. Não precisa ter tanto medo. Aquieta o coração. Dê tempo ao tempo e permita relaxar, dormir e se quer ter um filho com a sua esposa, tenha. Acho que não há impedimentos reais quanto a isso. O acordo financeiro passou quando a paixão chegou. - aconselhou a psicóloga.

...

Doceria de Lisboa...

- Rafaela, posso pedir para colocarem essa sobremesa em uma embalagem para levar para casa?

Rafaela sorriu e acenou para com a cabeça.

- É que Rodolffo gosta muito disso e eu queria levar...

- Queria? Leva menina.

- É um pouco ridículo, não é?

- Por quê?

- O quê é uma sobremesa dessa para o seu irmão? Eu tenho pensamentos muito errados.

- Não é só uma sobremesa. É uma demonstração de carinho. Uma forma de dizer que lembrou dele. Leve Juliette, ele vai gostar.

Juliette não exitou mais e levou consigo a sobremesa. Estava animada e tinha tido uma tarde divertida.

...

Ao pôr os pés na sala da casa Juliette viu que o ambiente estava iluminado de uma forma diferente. Ela olhou para os lados e não viu o marido.

- Rodolffo?

- Oi amor...

Ele estava por trás dela e tinha nas mãos um enorme buquê de flores vermelhas.

- Nunca é tarde para dá flores a mulher da minha vida.

Juliette sorriu e pegou o buquê.

- É lindo e eu te trouxe isso também. Sei que você gosta e não pude deixar de trazer. Muito obrigada pelo buquê.

Rodolffo aproximou-se de Juliette e deram um beijo apaixonado. Logo o buquê foi deixado de lado e a sobremesa também.

Com intensa vontade se amaram na sala mesmo.

...

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