Rodolffo passou o dia seguinte com uma ressaca enorme. Seu corpo não estava mais acostumado com tanta bebida e sua cabeça doía demais.
- Bebeu uma garrafa inteira?
- Não. Nem meia garrafa, mas parece que esse whisky estava estragado.
- Não estava, você simplesmente não deve beber. Entenda isso de uma vez por todas.
- Me perdoe por ontem. Eu sou um idiota.
- Sim, você é, mas já passou. Agora descansa e eu vou tentar fazer alguma coisa que você consiga comer além de café.
Juliette certificou que ele estava deitado e foi até a cozinha. Lá viu alguns ingredientes que dariam uma sopa, não a sopa servida em Lisboa, mas uma sopa parecida com a nordestina.
Se tinha uma coisa que ela tinha muita saudade, era da comida da sua terra, estava tendo falta de apetite com a comida portuguesa.
- Carne, verduras e macarrão. Isso vai dá bom e a mamãe junto do papai vão encher o buchinho. - ela dizia enquanto tocava sua barriga.
Era mais um dia que ela não tinha sintomas de menstruação e mesmo sem fazer um teste, acreditava estar grávida. Planejava fazer o exame de sangue assim que possível, mas com o marido nesse estado era impossível sair.
Juliette não dirigia e também não estava disposta a pedir ajuda de ninguém da família de Rodolffo. Mesmo que estimasse a sogra, o sogro e a cunhada mais nova, sabia que a maioria dos problemas do marido eram provenientes das relações familiares.
Sentia que Rodolffo tinha bloqueio com os pais, mas ele não conseguia externar isso, então ela respeitava. Percebia que a relação com Rafaela era melhor porém ela não poderia saber de certos assuntos. Já com Roberta a coisa era muito complicada e Juliette também não simpatizava dela nenhum pouco.
Ter uma casa só deles era ter segurança e privacidade suficiente para não ter mais problemas. Quando terminou de cortar e temperar os ingredientes para a sopa, o interfone tocou e ela atendeu prontamente.
- Bom dia Dona Juliette. A senhora tem visitas.
- Bom dia. Não tenho. Não estou em casa.
- Como não? A senhora está atendendo o interfone.
- Seja quem for, o senhor dirá que não estamos em casa.
- É sua sogra e duas cunhadas da senhora.
- Não estou. Sai com meu marido. Muito obrigada.
Desligou a chamada e respirou aliviada por morar num lugar onde as pessoas só entram com autorização.
- Se existe um privilégio em ser rico, esse é um dos melhores.
Juliette retornou ao quarto e Rodolffo dormia profundamente. Se sentiu aliviada por ter dispensado as visitantes, ninguém precisava saber que ele estava de ressaca, afinal eles não tem nada que ver com isso.
Foi até o banheiro e tomou um banho. Depois de banhada e de roupa de casa retornou a cozinha e percebeu que os ingredientes da sopa já estavam cozidos. Colocou o macarrão com alguns outros incrementos e em 8 minutos o almoço estava pronto.
Antes da refeição, foi ver um pouco de TV e quando sentiu fome foi até a cozinha, encontrando Rodolffo a olhar a panela.
Eles sorriram um para o outro.
- Não quis atrapalhar. Você parecia muito entretida.
- Realmente não vi você passar.
- Fez sopa... Gosto de sopa assim. Sempre comia quando ia ao Recife.
- Hum... Então vamos comer e ver se gosta da minha sopa.
Rodolffo se serviu e repetiu. Juliette estava no primeiro prato enquanto ele estava no segundo.
- Delícia... Cozinha muito bem.
- Eu sei que sou uma excelente cozinheira.
- Sim, mas não seja convencida.
- Pois eu sou convencida. Me ature.
Rodolffo sorriu e segurou sua mão.
- Para sempre. Eu juro!
- Vinheram nos visitar hoje e eu dispensei suas irmãs e sua mãe. Acho que irão se queixar contigo.
- Fez bem. Hoje não era um bom dia e amanhã vai fazer um teste Juliette, se der positivo quero guardar a notícia por um tempo. Pode ser?
- Sim. Eu prefiro assim também.
- Excelente.
...
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Um amor irrecusável
FanfictionO quê você faria se recebesse uma proposta de 1,5 milhões de reais?