Capítulo 30

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Rodolffo passou o dia seguinte com uma ressaca enorme. Seu corpo não estava mais acostumado com tanta bebida e sua cabeça doía demais.

- Bebeu uma garrafa inteira?

- Não. Nem meia garrafa, mas parece que esse whisky estava estragado.

- Não estava, você simplesmente não deve beber. Entenda isso de uma vez por todas.

- Me perdoe por ontem. Eu sou um idiota.

- Sim, você é, mas já passou. Agora descansa e eu vou tentar fazer alguma coisa que você consiga comer além de café.

Juliette certificou que ele estava deitado e foi até a cozinha. Lá viu alguns ingredientes que dariam uma sopa, não a sopa servida em Lisboa, mas uma sopa parecida com a nordestina.

Se tinha uma coisa que ela tinha muita saudade, era da comida da sua terra, estava tendo falta de apetite com a comida portuguesa.

- Carne, verduras e macarrão. Isso vai dá bom e a mamãe junto do papai vão encher o buchinho. - ela dizia enquanto tocava sua barriga.

Era mais um dia que ela não tinha sintomas de menstruação e mesmo sem fazer um teste, acreditava estar grávida. Planejava fazer o exame de sangue assim que possível, mas com o marido nesse estado era impossível sair.

Juliette não dirigia e também não estava disposta a pedir ajuda de ninguém da família de Rodolffo. Mesmo que estimasse a sogra, o sogro e a cunhada mais nova, sabia que a maioria dos problemas do marido eram provenientes das relações familiares.

Sentia que Rodolffo tinha bloqueio com os pais, mas ele não conseguia externar isso, então ela respeitava. Percebia que a relação com Rafaela era melhor porém ela não poderia saber de certos assuntos. Já com Roberta a coisa era muito complicada e Juliette também não simpatizava dela nenhum pouco.

Ter uma casa só deles era ter segurança e privacidade suficiente para não ter mais problemas. Quando terminou de cortar e temperar os ingredientes para a sopa, o interfone tocou e ela atendeu prontamente.

- Bom dia Dona Juliette. A senhora tem visitas.

- Bom dia. Não tenho. Não estou em casa.

- Como não? A senhora está atendendo o interfone.

- Seja quem for, o senhor dirá que não estamos em casa.

- É sua sogra e duas cunhadas da senhora.

- Não estou. Sai com meu marido. Muito obrigada.

Desligou a chamada e respirou aliviada por morar num lugar onde as pessoas só entram com autorização.

- Se existe um privilégio em ser rico, esse é um dos melhores.

Juliette retornou ao quarto e Rodolffo dormia profundamente. Se sentiu aliviada por ter dispensado as visitantes, ninguém precisava saber que ele estava de ressaca, afinal eles não tem nada que ver com isso.

Foi até o banheiro e tomou um banho.  Depois de banhada e de roupa de casa retornou a cozinha e percebeu que os ingredientes da sopa já estavam cozidos. Colocou o macarrão com alguns outros incrementos e em 8 minutos o almoço estava pronto.

Antes da refeição, foi ver um pouco de TV e quando sentiu fome foi até a cozinha, encontrando Rodolffo a olhar a panela.

Eles sorriram um para o outro.

- Não quis atrapalhar. Você parecia muito entretida.

- Realmente não vi você passar.

- Fez sopa... Gosto de sopa assim. Sempre comia quando ia ao Recife.

- Hum... Então vamos comer e ver se gosta da minha sopa.

Rodolffo se serviu e repetiu. Juliette estava no primeiro prato enquanto ele estava no segundo.

- Delícia... Cozinha muito bem.

- Eu sei que sou uma excelente cozinheira.

- Sim, mas não seja convencida.

- Pois eu sou convencida. Me ature.

Rodolffo sorriu e segurou sua mão.

- Para sempre. Eu juro!

- Vinheram nos visitar hoje e eu dispensei suas irmãs e sua mãe. Acho que irão se queixar contigo.

- Fez bem. Hoje não era um bom dia e amanhã vai fazer um teste Juliette, se der positivo quero guardar a notícia por um tempo. Pode ser?

- Sim. Eu prefiro assim também.

- Excelente.

...

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