Cap 42

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Deve ser a 55° vez que eu ouço essa música. Mas fazer o que? Não tenho coragem de desligar o celular. Configurei a música pra tocar repetidamente, e assim, fiquei escutando um booooom tempo.

O que realmente aconteceu? Bom, depois que eu peguei o celular da Dove, me joguei no chão, joguei meus sapatos e peguei fama de maluca, eu praticamente sumi.

Me levantei, ainda cambaleando um pouco como se fosse uma bêbada, e corri pelos corredores, já que não estava de salto,tudo isso, ao som da maldita música que ecoava em meus ouvidos. De algum jeito, eu consegui me separar do pessoal, e até agora eles não me acharam.

E agora aqui estou eu, deitada no chão frio da quadra, que por sinal está com a luz desligada. Ou seja estou no frio, no chão, no escuro,enquanto a música continua a tocar.

Enquanto a minha aparência? Roupas amassadas, só com um lado do brinco, fiz questão de borrar meu batom, como já sabem eu larguei meus saltos. E meu cabelo?Parece um ninho.

Até agora, a única coisa que está no lugar, é o meu Pingo de Luz. Isso eu faço questão de manter intacto.

Sempre que chega no refrão da música, eu começo a gargalhar feito uma idiota. Eu ria freneticamente como se alguém fizesse cócegas em minha barriga. Quando na verdade nem eu sabia o porquê de eu tanto rir.

Era melhor rir falso do que chorar certo? Errado. Rir sem motivo. Parecia ótimo à semanas atrás, agora, é sem sentido. É um riso falso que por trás não tem nada além de mágoa.

Eu podia me levantar e sorrir, eu podia cair em choro. Mas eu não queria chorar,e ao mesmo tempo queria. Não havia lágrimas pra cair, mas havia vontade de chorar.

Infelizmente, só consegui riso falso. E eu detesto isso. Falsidade... Mas espera,quem sou pra falar de falsidade?

Eu sou a falsa aqui. Eu sou a errada. Eu sou a de menos. Eu sou a normal. Numa escola sádica. Sádicos. Classe S. O que foi que eu fiz?... Ou melhor fazendo? Estudando aqui... Eu me sinto traindo meu avô. Sou uma ridícula.

-O que que eu tô fazendo aqui?... - Perguntei baixinho pra mim mesma.

Minha vida tá errada. Tá toda errada. E a culpa é minha. Eu sabia que estava traindo meu avô assim que não expulsei o Chan de casa, quando soube que ele era Classe S. Me envolvi demais. Então...isso é se sentir uma grande traidora?

-Até que enfim eu te achei! - Uma voz me tira dos meus pensamentos, e as lágrimas, que estavam ameaçando cair, retornaram ao seu devido lugar.

-Ah,oi. - Sorri, e me levantei pra cumprimentar o dono da voz. Chandler.

-"Oi"? Você sabe o quanto nos ficamos preocupados com você?! Te procuramos por toda parte. - Disse e deu pra perceber a preocupação na sua voz.

-Bom eu estava aqui. - Dei de ombros. - É antes que pergunte mais alguma coisa, sim eu estou bem. - Outro sorriso imenso e falso, brota nos meus lábios.

-Tá bom. - Fala como deboche,e me puxa pra sentar no chão da quadra. - Fala o que que houve. - Disse seriamente.

-O que? Não tem nada acontecendo. Eu tô bem,juro. - Tento convence - lo.

-Eu te conheço. Pode falar. - Disse simplesmente.

Uma dor imensa bateu no meu peito e senti minha garganta ser fechar. Meus olhos marejaram e comecei a soluçar. Eu queria poder falar pra ele, e dizer o que está acontecendo. Mas infelizmente eu não posso,porque nem eu sei o que está acontecendo.

O abracei. Simplesmente isso. Enfiei minha cabeça no seu peito, enquanto ele passa as mãos pelas minhas costas. Comecei a sentir o gosto salgado das lágrimas, se encostarem em meus lábios. Mas não fiz nada para impedi-las.

-Eu tô bem, só tô um pouco nostálgica. - Disse abafado.

-Tem certeza? - Assenti.

-Chandler, pode me deixar um pouco sozinha? - Eu precisava ajustar meus pensamentos no lugar.

-Promete que não vai sair batendo em alguém, ou sumir,ou dar uma de maluca e ir se despindo aos poucos? - Até em momentos como esse, ele me faz sorrir, mesmo que seja um pouquinho.

-Prometo. - Ele ergueu minha cabeça e me deu um beijo. Depois se levantou e saiu, ainda hesitando um pouco em me deixar sozinha.

Continuei sentada na quadra, encarando a escuridão. Cansei de ouvir a bendita música e a desliguei o celular. Deixei ele no chão da quadra, enquanto eu me levantava e saia pela porta  dos fundos.

Caminhei descalça até em casa, o asfalto quente já não me incomodava, assim como o forte sol daquele horário. Eu apenas queria voltar a ter pensamentos organizados.

Cheguei em casa, e minha mãe estranhou.

-O que faz aqui à essa hora?? E o que aconteceu com você?! - Me analisou de cima a baixo. Suspirei. Não vou mentir.

-A aula acabou mais cedo pra mim e eu caí. - Ok, eu apenas omiti a verdade. Ela cruzou os braços e fez uma cara de desconfiada. - Ah, e eu também enlouqueci. - Sorri cínica.

-Isso é um tipo de gíria?

-É mãe, e a mais nova das gírias. - Disse em tom de deboche e subi para o meu quarto.

Antes de qualquer coisa, eu ouvi meu celular apitar. Tinha umas 58 mensagens do Cody,Nat, Dove,Griffin,Kayden e Chandler. Só respondi a do Chan,e disse pra ele vir aqui mais tarde sozinho. Quero ver um filme.

Ignorei o fato de estar suja e parecer uma mendiga moderna e me joguei na cama. Comecei a encarar o teto, completamente bêbada de pensamentos e drogada de ilusões. Assim, dormi.

Continua...

(N /A definitivamente, cap que vem acontece a coisa chata ;-; amanhã eu já volto as aulas,e se eu parar de postar com frequência, vcs já sabem o motivo.
Kisses e bye.)

Classe S // Chandler RiggsOnde histórias criam vida. Descubra agora