-É um armário comum. - Deu de ombros.
-Nananananananão! Tem alguma coisa nesse "armário"! - Questionei.
-A senhorita anda vendo filmes demais! Aqui estão seus horários. - Me entregou um papel onde tinha as informações que eu precisava. - Quero a senhora na sala, e não perambulando pelo porão tentando abrir aquele armário!
Revirei os olhos, e sai da sala. Bom,já que por enquanto, POR ENQUANTO, eu não posso ir para aquele maldito porão, eu vou tentar procurar o menino de olhos azuis, fingindo que estou prestando atenção na aula.
[...]
Três tempos. Três malditos tempos. Já se passaram três malditos tempos e aí ainda não vi o bendito menino de olhos azuis, ou aquela morena que deve ser a Nat, ou um daqueles dois meninos que estavam com elas, resumindo, não achei ninguém. Nada ainda fez sentido.
Nada parece familiar, parece mais que sou a aluninha nova no primeiro dia de aula. A Dove, ou a loira grossa, já sei que deve estar do outro lado daquela porta seja lá pra onde ela levar.
Já estamos no intervalo e eu estou sentada numa mesa, rodada por pessoas legais e bem amigáveis, mas eu não dou a mínima pra qualquer uma dela. Eu preciso abrir aquela porta.
-Ei Sofia você tá legal? - Uma menina perguntou.
-Ahmm... - Balancei a cabeça, saindo daqueles pensamentos. - Er... Desculpe. - Sorri fraco. - Ahm... Vocês já viram um menino alto... Um pouquinho mais alto que eu, cabelos castanhos cor de chocolate, e olhos azuis bem claros? - Necessitei fazer essa pergunta.
Eles, que eu não faço a menor idéia de quem sejam, se entre olharam um pouquinho.
-Nunca vi esse garoto na minha vida. - Uma menina disse.
-E uma garota loira de olhos verdes, chamada Dove?
-Também não. - Responderam.
Suspirei pesadamente. Eu devo estar ficando louca, é isso, essa é a resposta para as minhas dúvidas. Eu estou ficando louca.
-Você tá tensa. - Alguém disse, é sinceramente, eu concordo.
-Desde quando vocês estudam aqui? - Ignorei o comentário e continuei meu interrogatório para os estranhos.
-Eu estou aqui desde que me conheço por gente. - A mesma menina levantou a mão. Ela deve saber de alguma coisa. - Por que?
-O que sabe sobre uma porta grande e vermelha que tem no porão?
-Tá falando da porta vermelha?
-SIM! - Disse empolgada.
-Não faço a menor idéia. - Enfiou uma batata frita na boca.
-Eu sei. - Um garoto disse.
-ENTÃO ME FALA!
-Eu não sei muita coisa. Dizem que lá uma aluna morreu.
-Uma aluna? - Minha curiosidade aumentando.
-É, ela era do tempo dos nossos pais. - Uma guria completou. - Mas parece que a meio de um ritual, ela ressuscitou...
-Quem era a aluna?! - Bati na mesa.
-Ninguém sabe.
-Tem um livro da biblioteca que conta a história da porta e da aluna... - AMO VOCÊ GAROTA DO NOME DESCONHECIDO! - Ele fica na seção de livros antigos.
-Vou lá é agora! - Me levantei.
Eu vou até o fundo dessa história. Ainda hoje.
[...]