Lan Zhan

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Lan Zhan

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Lan Zhan

— Por que diabos esse lugar se chama Pine Hill? Não há pinheiros e não há colinas. O que há com isso? — Wuxian cruza os braços sobre o peito e olha furioso para o prédio diante de nós. Ele está completamente irritado desde que saímos do avião esta manhã.
Estou optando por acreditar que é o nervosismo do dia do casamento que o está deixando assim e não a ideia de se casar comigo. Embora tenhamos nos movido na velocidade da luz com essa coisa, então talvez seja apenas o choque. O plano de se casar tem exatamente duas semanas e, no que diz respeito a planos, é terrível.
Estou bem ciente.
Mas não tenho ideias melhores.
O que eu tenho é um… ponto fraco.
É desconcertante para mim.
E indesejável para Wuxian.
Ou seria se ele soubesse de sua existência, eu acho. Não sou estúpido o suficiente para deixá-lo saber que está lá. Assim como não vou deixá-lo saber uma série de outras coisas sobre esse nosso acordo. Como de quem é realmente o dinheiro. Ou que não é um empréstimo. Ou que pretendo dar todo o dinheiro desse fundo a ele eventualmente.
Acho que, de vez em quando, alguém deveria estar ao lado de Wuxian. E sua família... Dizer que tudo está uma bagunça seria generoso.
Então, vou dizer a ele que é o dinheiro de Changze que financiará sua educação?
Porra, não.
Ele nunca aceitaria se soubesse. Mesmo que ele precise desesperadamente disso. O que ele faz. Provavelmente é seguro chamar o fundo de ‘dinheiro de sangue’ neste momento, e não importa o que Wuxian pense, ele merece tê-lo. Então, vou garantir que ele o faça.
— Este é o pior plano de todos os tempos. — Wuxian ainda parece ter comido algo azedo.
Eu suspiro. — Alegre-se. Parece uma cidade legal, e eles emitem licenças confidenciais de casamento no mesmo dia aqui, então não precisamos nos preocupar com ninguém descobrindo isso. Entramos, saímos, terminamo.
— Título da sua fita de sexo — Wuxian murmura sem abrir um sorriso.
— Rápido e eficiente — digo severamente.
— A sequência.
Balanço a cabeça e rio. A atitude é divertida, pelo menos.
— Só estou dizendo que é propaganda enganosa — ele resmunga depois de um segundo. — Como aquelas fotos de hotéis em paraísos tropicais, e quando você vai lá descobre que o lugar está cercado por montanhas de lixo porque os seres humanos são os piores.
— Você não é apenas um raio de escuridão. — Estendo a mão e dou um tapinha em seu joelho.
— Estou tão feliz por poder me amarrar a você no futuro próximo, caso contrário, posso começar a pensar que a vida é boa.
— Que diabos te deu essa ideia?
Estaciono o carro alugado em frente à prefeitura e olho para ele. — Sabe, você deveria se considerar muito sortudo por me prender — digo pensativamente.
Ainda bem que não sofro de baixa autoestima, porque o olhar que ele me manda é muito pouco impressionado.
— Como você descobriu isso?
— Geralmente acontece que uma pessoa gostosa se casa com uma pessoa que tem dinheiro. Você ganha dois em um.
Ele me encara por um momento antes de estreitar os olhos.
— Você está dizendo que está trabalhando em dobro aqui? Que porra, cara? Eu sou um bom partido.
— Nunca disse que você não era.
— Não, não, não — diz ele. — Não é assim que acontece. Não é você quem faz todo o trabalho. Você é o desonesto e rico. Eu sou o burro e bonito. Nós dois estamos puxando nosso peso. Seu cérebro pode não ser fluente na sensualidade masculina, mas quero que você saiba que sou gostoso.
Ele cruza os braços sobre o peito, se joga contra o encosto do assento e olha para frente, as sobrancelhas em uma linha sombria, o queixo rígido como se tivesse acabado de expressar seu ponto de vista.
— Sim, sim, você é muito bonito — eu digo apaziguadoramente.
Lanço um olhar pensativo em sua direção. Eu acho que ele é. Bonito. Posso não agir assim, mas posso ser objetivo quanto a isso. Seu cabelo  escuro é ligeiramente mais longo na parte superior e mais curto nas laterais. Ele tem um nariz estreito e maçãs do rosto pontiagudas, uma das garotas com quem namorei no ensino médio disse que eram ‘de morrer’. Mas a característica mais excepcional de seu rosto são os olhos azuis cinzentos. Tão leve que às vezes parece que ele consegue ver através de você.
— Com certeza, eu sou. Não é como se eu não trouxesse nada para a mesa — diz ele indignado. — É sua própria culpa se você não aprecia os produtos.
Eu rio e balanço minha cabeça. Sim. Todo o pacote vem com um lado de atitude que mantém a maioria das pessoas à distância. Eu sempre achei isso meio refrescante, no entanto. Você pode contar com Wuxian para ser direto ao ponto de ser contundente. Ele também não fica impressionado comigo na maioria dos dias. Ele não dá a mínima se sou um atleta famoso ou um talento geracional, ou quaisquer outras coisas idiotas que as pessoas me chamaram ao longo dos anos.
Isso parece arrogante pra caralho, mas no campus as pessoas tendem a me tratar como se eu fosse um grande negócio e, embora não seja exatamente desagradável, também vem com expectativas e pressão e, ocasionalmente, uma camada de falta de sinceridade.
Mas Wuxian? Ele não dá a mínima.
Como se fosse uma deixa, ele solta outro bufo de desgosto.
— Pronto para fazer essa porcaria?
Pressiono a palma da mão no peito e solto um suspiro sonhador. —Exatamente o que alguém quer ouvir no dia do casamento.
Ele me dá o fora e eu rio.
— Vamos. Vamos fazer de você o homem mais feliz do mundo — digo.
— Você deveria dizer ‘faça de mim o homem mais feliz do mundo’.
— Sim, mas o meu é verdadeiro, então funciona melhor.
Estou começando a achar que Wuxian estava certo em ser cético, e escolher esta cidade em particular não foi a melhor ideia. Não porque a cidade não seja legal. Está bem. Uma cidade muito pequena, que tem seu charme, mesmo que eu realmente não entenda por que alguém iria querer morar no meio do nada, mas não estou aqui para julgar.
É que as pessoas são muito amigáveis. O que é uma boa maneira de dizer intrometidas pra caralho. O local é apenas um pequeno ponto no mapa, então todos os negócios oficiais são conduzidos no mesmo prédio. No momento em que cuidarmos da nossa certidão de casamento, dizer que algo está acontecendo se espalhou como um incêndio. Quando entramos aqui, o prédio parecia praticamente vazio. Agora há muitas pessoas à espreita. A linha para o bebedouro serpenteia pelo corredor, e Wuxian está com a cabeça tão baixa que estou começando a pensar que deveria segurar sua mão para impedi-lo de bater em uma parede.
Eu me sinto como um macaco de circo.
— Desculpe por isso — diz a mulher – me chame de Ethel, querido – que nos conduz pelos corredores, depois de passarmos por outro bebedouro com um monte de gente reunida em torno dele. Eles devem estar ressecados aqui.
— É que as pessoas estão entusiasmadas. Não vemos um casamento aqui desde que Cyrus se casou com sua amante. — Ethel para e parece pensar em algo.
— Tentou se casar com sua amante. A esposa dele tinha uma coisa ou duas a dizer sobre isso.
Wuxian levanta a cabeça e encontra meu olhar. Ele me lança um olhar estranho, o que é uma clara melhoria, visto que até agora ele parece estar pensando em puxar um noivo fugitivo para cima de mim.
— Isso é apenas falta de educação — digo a Ethel e olho para Wuxian. Ele está olhando para longe de mim, mas posso ver o canto de seus lábios se inclinando para cima.
Ethel assente e continua andando pelo corredor interminável.
— Ninguém viu Cyrus desde aquele dia.
Arregalo os olhos para Wuxian e ele bufa. Ele tenta esconder o som limpando a garganta. Isso está ficando interessante.
— Ele se mudou para o Alasca — Ethel continua relembrando, felizmente alheia ao efeito que sua história está causando em Wuxian. — História trágica. — Ela balança a cabeça, os lábios pressionados em uma linha fina.
— Ele... ele não está feliz no Alasca? — Eu pergunto, enquanto atrás de mim, Wuxian solta outro híbrido de bufo e tosse.
— Difícil dizer, querido. Um urso polar o comeu. Ossos e tudo. Eles só o identificaram com base nos dentes. Ele tinha dentes de ouro porque ele disse que queria esconder seus bens de Maggie caso eles se divorciassem. Acho que o urso polar não queria isso. Imagino que no final ele se arrependeu muito de ter ido para o Alasca.
— Cyrus era meio canalha, hein? — Wuxian pergunta, e quase engasgo com o tom casual.
Ethel não parece se importar nem um pouco. — Ter moral não estava no topo da lista de prioridades dele, não. Bem, pelo menos o urso polar não passou fome. Eles estão em perigo, você sabe.
— Não diga — é tudo que consigo pensar para responder a isso.
— Criaturas magníficas. Embora Cyrus não fosse um lanche saboroso depois de uma vida inteira de bebidas questionáveis e cigarros falsificados. Mas comida é comida.
— Não se pode ser muito exigente em condições adversas — diz Wuxian.
Ela para tão abruptamente que quase esbarro nela. Consigo parar no último momento possível, mas Wuxian caminha direto para mim. Em vez de se afastar, ele pressiona a boca no meu ombro, todo o seu corpo tremendo de tanto rir que ele está fazendo o possível para reprimir.
— Deixe-me verificar se o juiz está disponível — diz Ethel.
— Vamos esperar.
A porta se fecha atrás de Ethel. Wuxian olha para a porta por um segundo antes de olhar para mim. — Então... nós dois concordamos que eles assassinaram Cyrus totalmente?
— Sim. Cem por cento abandonaram seu corpo em um poço.
— Ou deram aos porcos. Eu vi algo assim em um documentário uma vez.
— Eu continuo dizendo a você, Criminal Minds não é um documentário.
— Até onde você sabe.
— Se for, estaremos estrelando em breve. Pequenas senhoras bem-educadas como Ethel nunca são apanhadas porque ninguém acredita que possam manejar uma faca como profissionais. — Olho ao redor do corredor.
— Acha que deveríamos deixar pistas para ajudar os policiais? Rápido, tire essa pintura da parede e eu rabiscarei um dica por trás disso. ‘Ela com o permanente fofo sabe qual é o gosto do sangue de um homem.’
Os lábios de Wuxian se contraem por um momento, e então ele começa a rir, e quando Ethel volta há lágrimas em seus olhos.
Ela para e olha para Wuxian. — Oh céus. Você já está ficando emocionado. Bem, é um grande dia. — Ela dá um tapinha no antebraço de Wuxian. — Venha agora. Por aqui vamos.
Wuxian pisca. — Espere. O juiz não tem tempo para nós? — ele pergunta enquanto corre atrás de Ethel. Ela se move surpreendentemente rápido para alguém que parece ter mais de oitenta anos.
— Ele vai estar conosco. Não se preocupe. Você estará casado com seu homem em pouco tempo.
— Então para onde estamos indo?
— Para a sala cerimonial, é claro. Não faremos essas coisas no escritório de Harold. O local é um perigo para a saúde. Ele é um pouco colecionador, você vê. Tentamos uma vez. Ele tinha uma pilha de revistas sobre a mesa que se recusou a mover e elas tombaram. Acontece que eram aquelas revistas de nudez. Foi um grande escândalo. O noivo ameaçou processar. Algumas pessoas são tão tensas — diz Ethel com uma expressão confusa no rosto.
Wuxian está mordendo o interior da bochecha para parar de rir, e tudo que consigo pensar em dizer é:
— Pudicos.
Quinze minutos depois, estamos diante de Harold, o juiz, que é um homem mais velho que parece um cruzamento muito magro e muito sério entre um padre e um louva-a-deus. Ele deve ter cerca de dois metros de altura, elevando-se tanto sobre Wuxian quanto sobre mim, mas parece que a mais leve brisa poderia derrubá-lo. Ele também está com uma expressão adequada para um funeral e está vestido de preto. Da cabeça aos pés.
Festivo.
Ethel está parada perto da parede à nossa esquerda com outras duas pessoas.
— Lacey toca piano e Landon aqui tira boas fotos. Mostre a eles seu iPhone, querido. É o modelo mais novo.
— Oh, isso realmente não é necessário. — Wuxian me lança um olhar arregalado.
— Estávamos esperando que fôssemos apenas nós dois? E Harold, obviamente. Meritíssimo. Somos pessoas privadas.
— Absurdo. — Ethel acena para ele. — Você precisa de testemunhas, e estive em todos os casamentos que esta cidade já realizou. Trago boa sorte ao seu casamento, meu jovem. Meus casais não se divorciam.
— Mas...
— Eu sou um amuleto de boa sorte. Pergunte a qualquer um.
— Aposto que Cyrus teria algumas palavras para dizer sobre isso — murmuro no ouvido de Wuxian.
Ele imediatamente solta outra risada impotente e então lança um olhar em minha direção.
— Vamos começar? — Ethel pergunta.
Os ombros de Wuxian caem em resignação.
— Sim, ok. Vamos acabar logo com isso. — Ele olha em volta e percebe os olhares curiosos que Ethel e companhia lhe enviam.
— Só porque mal posso esperar para me casar com meu... amante. Oficialmente. E legalmente. Estou tão cansado de viver em pecado — acrescenta ele com um triste aceno de cabeça, estendendo a mão e dando-me um tapinha no peito.
— Uau. Você é terrível sob pressão — eu sussurro.
— Foda-se — ele responde alto o suficiente para atrair mais olhares. — É o que vamos fazer mais tarde — acrescenta e olha em volta.
— Mal posso esperar para a lua de mel.
Harold solta um suspiro de tremer os ossos e avança dolorosamente lento. — Casamento? — ele diz e balança a cabeça. — Você sabe, cinquenta por cento dos casamentos terminam em divórcio.
Wuxian e eu trocamos olhares.
— Fascinante — eu digo.
— Quase parece que não vale a pena o incômodo. — Harold olha para nós com expectativa, como se esperasse que acabemos com tudo desta nova informação. Ele não teria essa sorte. Harold parece desanimar um pouco quando nenhum de nós sai correndo porta afora. — Se vocês têm certeza.
Wuxian pisca e aperta os lábios.
— Ah sim. — Harold folheia o caderno velho e gorduroso que está segurando. — Aqui estamos. Estamos reunidos aqui hoje... — Ele para e ajusta os óculos, limpa a garganta e olha para cima.
— Você quer essa parte também, ou devo apenas fazer os votos? O discurso é bastante longo e Deus sabe quanto tempo ainda resta a qualquer um de nós. Meu pai morreu quando ele tinha cinquenta e cinco anos, um ataque cardíaco fulminante, e estou chegando perigosamente perto desse número. — Ele esfrega o peito.
Fico boquiaberto com Harold. Ele tem menos de cinquenta e cinco anos?
— Só votos estão bem — eu digo. Não tenho certeza se Wuxian sobreviverá se Harold tiver um discurso para fazer. Já parece que está sendo necessário toda a força de vontade que ele possui para não rir alto.
— Boa escolha. Talvez vocês dois consigam, afinal. As estatísticas estão contra vocês, mas às vezes as pessoas superam as probabilidades. O câncer testicular não conseguiu me levar, então sei tudo sobre como superar as probabilidades.
Não tenho ideia se o pensamento o decepciona ou se essa é sua cara feliz.
— Isso é... uma excelente notícia — Wuxian engasga.
Harold lhe lança um olhar apreciativo. — Obrigado, jovem. Foi difícil por um tempo...
— Haroldo, querido. Podemos voltar à agenda? — Ethel diz.
— Sou porta-voz, Ethel. As pessoas querem ouvir minha história!
— Eles querem que você os case, não que discuta seus testículos.
— Testículo. Singular, Ethel. Tenha algum respeito, por favor.
— Apenas vá em frente.
Harold obedientemente volta sua atenção para nós.
— Repita comigo — diz Harold, e começa a me guiar pelos votos com uma voz monótona que só é adequada para um funeral.
— Eu, Lan Zhan , levo você, Wei Wuxian  — recito obedientemente depois de Harold, e prometo estar lá para todo tipo de coisa. Não presto muita atenção exatamente ao que estou dizendo, porque Wuxian ficou muito quieto ao meu lado. Ele está olhando para frente, os lábios pressionados em uma linha apertada, uma carranca no rosto que faz muito pouco para dizer ‘noivo feliz’ e se inclina mais para ‘refém tentando bolar um plano de fuga’.
Quando é a vez dele de falar, tenho que lhe dar uma cotovelada na lateral do corpo para chamar sua atenção.
Ele pisca e me encara por um longo momento. — Huh?
— Você está bem? — Eu pergunto em voz baixa.
— O quê? Sim. Sim, sim — ele diz rapidamente.
— Você está pronto para continuar agora? — Harold pergunta, então segue em frente sem esperar por uma resposta. — Repita depois de mim.
Segue-se outra rodada de votos.
Tenho uma leve sensação de que talvez devesse me sentir mal por foder com a santidade do casamento ou algo assim, mas para ser honesto, eu realmente não me importo muito com todo o conceito, então me sentir mal por fazer isso não é uma prioridade para minha lista de prioridades. Minha mãe está atualmente em busca do marido número três, e meu pai está se divorciando da esposa número quatro, então acho que é seguro dizer que estamos em um ponto em que casar não é tanto um compromisso para a vida toda, mas um passatempo caro para eles. Não me interpretem mal, eu amo os dois, e ambos me amam, mas não são exatamente pais tradicionais e não somos exatamente uma família tradicional.
Portanto, não, não me sinto mal por acrescentar outro casamento à contagem da família. Quem se importa, afinal?
Principalmente, estou satisfeito comigo mesmo. Eu tinha um objetivo em mente e estou conseguindo. Eu gosto quando isso acontece. Ocasionalmente, foi dito que tenho tendência a ficar um pouco obsessivo e muito teimoso quando me dedico a alguma coisa. Do jeito que eu vejo, tem funcionado bem para mim até agora, então por que consertar algo que não está quebrado?
— Você está com os anéis? — Haroldo pergunta.
Olho para Wuxian, que parece igualmente perplexo com a pergunta, antes de olhar para Harold novamente.
— Uh... não — eu digo. — Não. Não temos anéis.
Ethel dá um passo à frente. — Há uma loja de penhores a algumas ruas daqui. Podemos esperar até você...
— Não é algo que apoiamos — diz Wuxian com firmeza. — Os anéis são contra nossas crenças. Achamos que as alianças só deveriam ser colocadas em… pássaros. Para estudar seus padrões de migração.
A expressão confusa de Harold só se aprofunda.
— Padrões de migração de pássaros? — Eu falo para Wuxian e ele dá de ombros.
— Decisão frugal — diz Harold, e agora ele está olhando para nós com uma pitada de, ouso dizer, aprovação? — Sabe, as pessoas pensam que mais tarde recuperarão o dinheiro da loja de penhores, mas a loja de penhores sempre ganha. — Ele nos olha por um momento. — Bem, se isso é tudo, eu os declaro marido e marido.
Olho para Wuxian novamente. Suponho que seja isso. Não sei se o momento real pretende ser impactante, mas não sinto muita coisa.
Ethel limpa a garganta de algum lugar à minha esquerda.
— Oh! — Harold parece surpreso. — Me desculpe. Vocês podem se beijar. Esqueci essa parte. A velha cabeça não é mais a mesma de antes. — Ele solta outro de seus suspiros desamparados patenteados. — A demência é de família. Mas vocês dois vão em frente. — Ele olha para nós com expectativa e acena com a cabeça.
— Agora você pode beijar seu marido.
....

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