Lan Zhan

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LAN ZHAN

DEMOLIMOS NOTRE DAME POR 6x1.
Não vou mentir, é ótimo. Estou tão animado que é uma pena não podermos fazer uma festa para comemorar, mas vamos jogar em Notre Dame novamente amanhã, então vamos todos dormir.
Embora eu não brigasse muito por uma celebração privada. Não tenho certeza de qual é a probabilidade de isso acontecer, mas aposto que se eu apresentasse a ideia à pessoa certa, não precisaria ser muito convincente para que isso acontecesse.
Já estou com meu telefone na mão, pronto para enviar uma mensagem para Wuxian, mas acontece que não é necessário, porque quando finalmente consigo sair da arena e vou para o meu carro, encontro-o encostado no capô, esperando por mim.
Ele está sozinho. Sem Rachel. Sem Kelly.
Ele se endireita quando me vê me aproximando. Há uma espécie de meio sorriso em seu rosto que desaparece lentamente conforme me aproximo. Ele parece nervoso, como se não tivesse certeza se deveria estar aqui. Não entendo por quê, exatamente. Aqui é onde eu quero que ele esteja.
Eu o alcanço e mal consigo me impedir de beijá-lo. Há muitas pessoas por perto, e o que eu quero fazer e o que posso fazer em público agora é um diagrama de Venn23 sem qualquer sobreposição.
— Ei — ele diz, mexendo nas luvas. — Eu não tinha certeza se... quero dizer, se você queria se encontrar ou não? Então, se você tem planos, vou simplesmente sair da sua frente.
Ele parece estranho. Todo nervoso, embora eu não ache que ele nunca tenha ficado nervoso perto de mim, e também não acho que dei a ele um motivo para se sentir assim agora.
—Você veio para o jogo — eu digo.
Ele evita meu olhar e limpa a garganta. — Sim.
— Por que você não me disse que estava vindo?
Eu me aproximo mais. Perto o suficiente para que talvez não seja exatamente o quão próximos dois amigos costumam estar, mas me recuso a pensar demais em cada aspecto de estar com Wuxian. Eu já me impedi de beijá-lo, então eu deveria pelo menos ficar nos limites de seu espaço pessoal sem dar muita importância a isso.
— Decisão repentina — diz ele, ainda evitando olhar para mim.
— Eu não tinha certeza se você... Ah, ei, parabéns pela vitória!
Ele sorri então, e eu sorrio de volta.
—Você gostou do jogo?
Ele dá de ombros com indiferença. — Ah, você sabe. Aquilo foi legal. — Seu sorriso assume um tom tortuoso e ele balança a cabeça tristemente.
— Mesmo que meu time tenha perdido.
Eu ri.
—Você vai pagar por isso — eu digo.
— Eu disse algo errado? — Ele arregala os olhos inocentemente. — Esse não era o plano. Felizmente, sou muito bom em implorar por perdão.
—Você é?
—Sim. Farei isso de joelhos.
Ficar duro no estacionamento não era o plano. Então, novamente, Wuxian também não.
— Eu me sinto insultado — digo no meu tom mais grave, batendo a palma da mão no peito. —Ferido, até. Realmente foi profundo.
— Nesse caso, é melhor sairmos daqui o mais rápido possível, para que possamos dar uns amassos. — Ele estreita os olhos. —Eu disse beijar? Eu quis dizer sexo de reconciliação. Meu erro. Deslize freudiano.
Eu rio e entramos no carro.
— Foi realmente um bom jogo — diz ele assim que saio do estacionamento. — Não sei se devo dizer isso porque você pode ficar todo arrogante, mas estou muito impressionado com você agora.
—Essa é a primeira vez.
Ele aperta meu lado e ri quando eu grito.
Seguro sua mão na minha e a mantenho imóvel por um momento. Mantenha-o preso contra meu peito. Sinto falta quando sou forçado a largar para mudar de marcha.
—Acha que você virá para outro? — Eu pergunto.
—Se você não se importa.
— Por que eu me importaria? Além disso, você vem ao seu primeiro jogo e nós vencemos por 6-1? Vamos ser sinceros, você é basicamente um amuleto de boa sorte agora.
Ele bufa. — É assim que funciona?
—Os jogadores de hóquei são muito supersticiosos — digo.
Ele vira o corpo para ficar virado para mim em seu assento. — Você é  supersticioso?
— O quê? — Eu zombei. — É cientificamente irracional.
Meu erro é me recusar a olhar para ele. E ele entende imediatamente.
—Não foi isso que perguntei.
— Não, não sou supersticioso — digo lentamente enquanto tento descobrir se estou me azarando ao mentir.
— Mas você tem superstições? — ele pergunta. Ainda me recuso a olhar para ele e ele começa a rir. — Vamos. Quais são elas?
—Você está com fome?
— Ah! Isso significa que é algo embaraçoso — diz ele, com os olhos iluminados com uma alegria mal contida.
— Eu não chamaria isso de superstição. É realmente mais um hábito.
—Diga tudo, Lan.
—Muita gente faz isso — acrescento.
—Você se masturba antes do jogo?
—Oh, não? Quando eu teria tempo?
— A natureza encontra um caminho. E então? Por favor, não me diga que você é uma daquelas pessoas de roupas íntimas da sorte.
Eu bufo. — Não.
Ele me envia um olhar de expectativa.
— Quando eu me visto — digo com um suspiro. — Eu vou da direita para a esquerda.
Ele pisca para mim. — O quê?
— Da direita para a esquerda — repito.
— Sim, não, eu ouvi você. Só não entendo o que diabos você quer dizer com direita para esquerda.
— Quer dizer, quando coloco minhas caneleiras, coloco a direita antes da esquerda.
Cotoveleiras, a mesma coisa. Também meias, luvas, patins, tudo.
Espero que ele ria, mas ele apenas sorri.
—Você é adorável.
—Não é a palavra que eu usaria — digo.
— Como um cachorrinho — diz ele, com o sorriso cada vez maior.
— Se isso é algum tipo de fetiche, tenho que te dizer, não acho que estou interessado nisso.
— Agora que você me conta. — Ele pega seu telefone. — Me dê um segundo. Tenho que cancelar aquele plug anal de rabo que encomendei.
Não sei exatamente o que ele vê no meu rosto, mas seja lá o que for, isso o faz erguer as sobrancelhas. — A menos que você queira que eu peça um plug anal de rabo para você?
Posso sentir todo o meu rosto corar.
— Não foi a parte do rabo que eu achei... interessante — murmuro.
Ele me envia um olhar longo e acalorado.
—Vou anotar isso — diz ele depois de alguns segundos de silêncio carregado.
—Faça isso.
Mantenho seu olhar por mais um momento antes de ter que olhar para a estrada novamente.
—Pare de sorrir como um lunático — murmuro.
Ele levanta as duas mãos no ar e ri. — Não é minha culpa eu achar você com um plug anal uma ideia gostosa.
Eu faço uma careta e me ajusto. Se ele continuar falando, meu pau vai me impedir de virar o volante.
—Eu estava pensando — digo, desesperado por uma mudança de assunto. — Vou sair com a galera no próximo sábado. Você deveria vir.
Ele fica em silêncio por tanto tempo que tenho que desviar o olhar da estrada e olhar para ele. Ele está olhando para mim, de boca aberta.
— Você quer que eu vá à uma festa com você e seus amigos? — ele pergunta.
—Sim — eu digo.
—Por quê?
Porque eu quero passar um tempo com você. Porque eu quero que você conheça os caras.
Porque eu quero que eles conheçam você. Porque às vezes pode ser legal sair do lado de fora do meu apartamento.

— Vai ser divertido — eu digo em vez disso.
— Uh… — Ele abre e fecha a boca por alguns segundos.
—Eu quero você lá.
— Sim, ok. — Ele respira fundo se fortalecendo, como se estivesse com medo de recusar, a menos que diga as palavras o mais rápido que for humanamente possível.
—OK. — Eu sorrio para ele.
— Tenho que trabalhar no sábado. — Ele franze a testa e ainda parece hesitante, mas consegue superar isso. — Mas terminarei às dez, então posso ir depois disso?
—Parece bom — eu digo.
Ele revira os olhos e murmura algo que não consigo decifrar.
Eu deixo como está.

....

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