CAPÍTULO 4

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Abro a porta do apartamento mas sinto algo pesado atrás dela impedindo que eu possa a abrir com leveza, deparando-me com uma caixa de papelão com o aviso de frágil.

Fecho a porta atrás de mim e acendo a luz, não sabendo como a caixa foi parar ali, me sinto incomodada sabendo que alguém entrou e ainda poderia estar aqui.

Olho em volta por precaução e tento não me concentrar pensando que há alguém aqui, e sim na caixa com o envelope pardo.

Pego o envelope lentamente ainda com meus olhos atentos meus ouvidos em atenção total ao meu redor, com mínimos movimentos possíveis.

Abrindo o envelope, encontro uma carta que parece ter saído direto da era vitoriana e pelo estilo de tinta da caneta, julgo ter sido escrita por uma pena.

Querida Florence,
Estas palavras buscam alcançar teu coração como um corvo solitário encontrando seu poleiro. Peço perdão por minha ausência, como um trovador que perdeu sua melodia. Que nossos corações encontrem conforto nas estrelas que compartilhamos.
Recordo nossos dias como dois falcões em voo, desafiando os céus juntos. Lembro-me da tua coragem enfrentando os desafios do coração. Como um pai que conhece cada batida do teu coração, guardo estas lembranças como um tesouro.
Que estas palavras te alcancem como uma brisa suave, lembrando-te do amor que nos une eternamente.
Com amor eterno,
Teu pai, JG.

─ Que diabos ─ Sussurro para mim mesma, meu pai nem sabe aonde estou agora e ele me manda algo, com certeza algo de muito errado ele fez.

Bufo e me ajoelho no chão para abrir a caixa, tiro minha bolsa do meu ombro e a posiciono ao meu lado e uso a chave do apartamento para rasgar as fitas da caixa.


Depois de alguns segundos consigo me livrar de todas as fitas e adesivos que me impediam de abrir a caixa, acabando logo com a minha ansiedade.

Minha respiração para por um breve segundo por ver o material que há dentro da bendita caixa.

Havia um saco plástico, onde dentro continha água, que algumas horas atrás deverias ser gelo; Mas o que mais me chamou atenção foi o coração.

Havia a porra de um coração humano.

Chacoalho minha bolsa em busca do meu celular e ligo para meu pai, dois, três toques e caixa postal, repito o processo mas tenho o mesmo trabalho  em vão, o que já é de se esperar, ele mal atende.

Desisto de tentar contatá-lo e ligo para um colega de trabalho dele, o qual é um velho amigo meu.

─ Alô? ─ diz ele com uma voz de sono, já que entre Nevada e Virgínia possuem uma mudança de fuso horário de 3h, ou seja, em Virgínia são 01:30.

─ Desculpe te acordar ─ Digo tentando manter a voz calma.

─ Não, tudo bem Birdie ─ diz ele do outro lado da linha, diante da situação ele citar meu apelido me acalmou um pouco, estranhamente. ─ Antes de você me ligar eu recebi uma ligação estranha.

─ e eu recebi uma encomenda estranha ─ falo

─ Calma, o que? ─ ele fala agora com a voz mais aveludada, sinalizando que ele entrou em modo trabalho ─ Como assim uma encomenda estranha?

─ Aaron…eu recebi um coração humano com uma carta bizarra de alguém se passando pelo meu pai ─ continuo falando sem parar nem para respirar ─ Mas eu soube que não é ele porque ele nunca assina uma carta com JG e muito menos com um linguajar medieval, tentei ligar pra ele e não atendeu…então liguei pra você.

─ Florence, respira, você ainda está no Arizona?

─ Não, estou em Vegas, estou com um grupo de voluntários.

─ Tá ─ A linha do outro lado fica muda por breves segundos ─ Tenho um dos meus agentes aí em Vegas vou pedir pra ele dar uma passada aí enquanto vou atrás do seu pai.

─ Ok ─ suspiro

─ E Birdie? ─ ele chama.

─ O que?

─ Não durma aí hoje, você pode estar em perigo, ok?

─ Tá legal, Obrigada Hotch.

𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐃𝐀!!! | 𝘈 𝘊𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘔𝘪𝘯𝘥𝘴 𝘍𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤Onde histórias criam vida. Descubra agora