CAPÍTULO 18.5

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"⁠Quanto à sua função, o poder de punir não é essencialmente diferente daquele de curar ou educar."

─ Michel Foucault

Depois de semanas de incerteza e preocupação com Spencer, cheguei à decisão de voltar para a Virgínia e enfrentar os desafios que estavam diante de nós. Com os arquivos sob o braço, entrei na sala de Hotch, determinada a explicar tudo.

Hotch estava lá, sua expressão séria e profissional como sempre. Ele olhou para mim com curiosidade misturada com preocupação quando entrei.

─ Florence ─ ele disse calmamente. ─ O que você descobriu?

Respirei fundo antes de começar a explicar.

─ Spencer... ele está lutando contra o vício em Dilaudid. Eu não sabia até recentemente, quando entrei em seu apartamento e vi os frascos.

As palavras saíram com dificuldade, carregadas com a gravidade da situação.
Hotch assentiu, parecendo absorver a informação com seriedade.

─ E como ele está lidando com isso?

─ Ele está tentando, mas precisa de apoio ─ respondi honestamente. ─ Eu o ajudei a encontrar um grupo de apoio, e ele está limpo há dois meses agora.

Hotch assentiu novamente, sua expressão suavizando um pouco.

─ É bom saber que ele está recebendo ajuda. E quanto a você, Florence?

Respirei fundo, preparando-me para a próxima parte da conversa.

─ Eu decidi voltar para a Washington, Hotch. Spencer precisa de mim aqui, e eu não posso continuar separada dele durante este período crucial.

Ele pareceu ponderar minhas palavras por um momento antes de assentir compreensivamente

─ Entendo. Você sabe que terá meu apoio, seja qual for a sua decisão.

─ Eu sei, e agradeço por isso ─ murmurei sinceramente, sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros.

─ Você pretende voltar para o Célula Vermelha? ─ Hotch perguntou diretamente, sua voz calma e analítica.

Suspirei, sabendo que essa era uma pergunta que eu precisava enfrentar.

"Eu quero ajudar Spencer agora, mas não sei, eventualmente, talvez. Acha que devo voltar?

Ele assentiu, seu olhar sério.

─ Sempre vou apoiar suas decisões, Birdie. Você sabe disso.

Nossos olhares se encontraram, compartilhando um entendimento silencioso.

─ Obrigada, Hotch ─ murmurei sinceramente, sentindo um senso renovado de determinação e gratidão.

Deixo a pasta dos arquivos sobre sua mesa antes de sair. Descendo os pequenos degraus, escuto a voz de meu pai escoar pelo escritório.

─ Birdie, poderia vir aqui? ─ Seu tom era calmo, mas eu podia sentir a seriedade por trás de suas palavras.

Virei-me lentamente e subi os degraus de volta ao escritório de meu pai. Ele estava à sua mesa, folheando um arquivo com uma expressão concentrada. Levantou os olhos quando entrei.

─ Pai ─ cumprimentei, tentando esconder minha inquietação.

Ele fechou o arquivo suavemente, fixando seus olhos em mim com uma mistura de preocupação e compreensão.

─ Florence, sente-se ─ ele disse, indicando a cadeira à minha frente.

Sentei-me, preparando-me para a conversa que sabia que viria.

─ Vi você entregando os arquivos. Parece que você está envolvida em algo maior do que eu esperava. ─ A voz de meu pai era calma, mas havia uma nota de reprovação implícita.

Engoli em seco, consciente de que ele sabia mais do que eu imaginava.

─ Pai, eu sei que pode parecer complicado, mas estou fazendo o que acredito ser certo. Estou tentando ajudar onde posso. ─ Tentei explicar, mantendo meu tom firme.

Ele suspirou, seus olhos buscando os meus com seriedade.

─ Florence, você acha que eu não sei sobre a célula vermelha? Sobre o que você e seus colegas estão fazendo fora dos procedimentos regulares?

Fiquei momentaneamente sem palavras, surpresa pelo fato de ele estar ciente da célula vermelha que fundei extraoficialmente quando tinha 20 anos, junto com meu ex-namorado da época, Mick Dawnson, para lidar com casos fora da burocracia da UAC.

─ Pai... ─ comecei, tentando encontrar as palavras certas para explicar.

Ele levantou a mão, interrompendo-me.

─ Eu entendo sua motivação, Florence. Mas esses métodos... esses caminhos que você está seguindo, podem ser perigosos. Não quero vê-la se colocando em risco.

Respirei fundo, sabendo que precisava ser honesta com ele.

─ Pai, eu entendo suas preocupações. Mas eu prometo que vou tomar cuidado. Eu não estou fazendo isso sozinha.

Ele me estudou por um momento antes de finalmente assentir com um suspiro.

─ Florence, não me faça tomar atitudes mais drásticas.

Olhei nos olhos dele, sentindo o peso da responsabilidade.

─ Tudo bem ─ altero meu tom de voz ─ me dê mais alguns meses até Spencer se recuperar e então você me verá bem longe da UAC novamente.

Ele assentiu novamente, parecendo um pouco mais aliviado.

─ Muito bem. Eu confio em você, Florence.

Com um sentimento de alívio, sabendo que havíamos alcançado um entendimento, levantei-me.

Com isso, deixei seu escritório, determinada a seguir adiante com meus propósitos, mesmo que isso signifique trabalhar dentro da célula anonimamente.

𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐃𝐀!!! | 𝘈 𝘊𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘔𝘪𝘯𝘥𝘴 𝘍𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤Onde histórias criam vida. Descubra agora