CAPÍTULO 10

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"Depois de todos os cuidados imagináveis terem sido tomados para curá-los, ainda restará uma cicatriz."

─ Escritor francês François la Rochefoucauld


─ Reid, quantos livros você acha que são publicados por ano? ─ perguntou Aaron com sua habitual seriedade.

─ No mundo inteiro? Milhares. ─ respondeu Spencer, olhando pensativamente para o quadro branco à nossa frente.

─ Ótimo, então tudo o que precisamos fazer é encontrar um. ─ comentei, sentindo a pressão do momento.

Morgan, sempre direto, entrou na conversa com uma pitada de incredulidade:

─ Você sabe, posso até entender esse suspeito conseguindo nossos números de telefone e endereços nos arquivos da agência, mas sério, como ele sabia que Gideon gosta da Nellie Fox? Ou que JJ coleciona borboletas? Eu nem sabia dessas coisas sobre nós.

Spencer continuou absorto em seus pensamentos, recitando o poema da caixa de música:

Sempre seria noite, mas sempre dia claro à vista de qualquer homem.

─ Reid, por favor, não comece com o poema de novo. ─ pediu Morgan, sacudindo a cabeça em descrença.

─ Há algo familiar nisso. Acho que já ouvi isso em algum lugar antes. ─ murmurou Spencer, tentando conectar os pontos.

JJ, sempre perceptiva, dirigiu-se a Spencer:

─ Pensei que você tivesse memória fotográfica.

─ Memória eidética, principalmente relacionada às coisas que leio. ─ corrigiu Spencer. ─ Como eu disse, parece que ouvi isso antes.

─ O que isso nos diz, afinal? ─ perguntou JJ, buscando clareza.

─ Em lugar nenhum, é de lá que sai. ─ respondeu Spencer, trazendo sua peculiar lógica para a conversa.

─ Não necessariamente. ─ intervim, refletindo sobre as possibilidades.

Spencer voltou sua atenção para mim:

─ Como procederíamos se não tivéssemos todas essas pistas?

─ Qual é a primeira coisa que veríamos? ─ perguntei, acompanhando seu raciocínio.

─ Vitimologia. ─ respondeu Spencer, confiante.

─ Por que esta vítima em particular está neste lugar específico e neste momento específico? ─ questionei, buscando entender os motivos por trás do desaparecimento de Rebeca Bryant.

─ Temos uma vítima, certo? ─ interveio Hotch.

─ Rebeca Bryant. ─ respondeu Spencer, com seu conhecimento sempre à mão.

─ Desaparecida em South Boston, Virgínia. ─ complementou Morgan, sombrio.

─ Vocês podem chegar lá em algumas horas se se apressarem. ─ ordenou Hotch, apontando a direção.

Morgan e JJ deixaram rapidamente a sala, enquanto Hotch virava-se para Spencer:

─ Vamos começar a montar um perfil.

─ E o que você quer que eu faça? ─ perguntei, lembrando-me que, apesar de ser uma Gideon, eu não era uma agente.

─ Continue trabalhando conosco ─ disse Aaron, virando-se para mim. ─ Se alguém pode resolver isso, é você.

Meus pensamentos foram interrompidos pelos passos rápidos de Anderson no corredor.

─ Anderson? ─ Hotch pareceu confuso. ─ Onde está a agente Greenaway?

𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐃𝐀!!! | 𝘈 𝘊𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘔𝘪𝘯𝘥𝘴 𝘍𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤Onde histórias criam vida. Descubra agora