“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.”
─ Albert Einstein
Era uma noite tranquila na casa do meu pai. Minha mãe estava viajando a trabalho, e Stephen, meu irmão, estava na faculdade. A casa estava silenciosa, exceto pelo som suave da nossa conversa e dos talheres contra os pratos.Meu pai olhou para mim do outro lado da mesa, um sorriso nostálgico nos lábios.
─ Você se lembra de quando costumávamos sentar aqui e fazer lição de casa juntos?
─ Sim, você sempre tentava me ajudar com matemática, mas eu acabava ajudando você ─ sorri, lembrando.
Ele riu, um som raro e confortante.
─ Você sempre foi a mais esperta da família. Desde pequena, sempre soube exatamente o que fazer.
─ E você sempre esteve lá para mim, pai. Mesmo agora, eu sei que posso contar com você.
Seu sorriso diminuiu um pouco, e ele olhou para baixo, mexendo a comida no prato.
─ Florence, eu preciso te contar uma coisa... Eu decidi me afastar por um tempo da UAC.
Meu coração apertou.
─ O quê? Por quê?
─ As últimas semanas têm sido difíceis para mim. O que aconteceu com você, a perda de Sarah... preciso de um tempo para mim, para tentar entender tudo isso.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas segurei-as, tentando ser forte. A UAC sempre foi o lar do meu pai, e ver ele abrindo mão disso me corrói.
Ele estendeu a mão sobre a mesa e segurou a minha com firmeza.
Eu assenti, mesmo que meu coração estivesse partido. Sabia que ele precisava disso, mesmo que isso significasse que ele não estaria indo embora não só dá UAC.
[…]
Na manhã seguinte, acordei com uma sensação de vazio. O silêncio da cabana parecia ainda mais profundo após a partida do meu pai.
Havia uma carta com o nome de Spencer escrito em letras cuidadosas sobre a mesa junto com o distintivo e sua arma. Olhei para ela por um momento, sentindo uma mistura de tristeza e angústia, antes de pegar meu telefone e discar o número de Spencer.
O telefone tocou algumas vezes antes que ele atendesse, sua voz ainda carregando um tom de sono.
─ Birdie? ─ perguntou ele, com um tom de sono em sua voz.
─ Oi ─digo, tentando segurar as lágrimas. ─ Desculpe por te acordar.
─ Não se preocupe com isso. O que aconteceu? ─ Ele pergunta, agora com uma preocupação palpável na voz.
─ Tem como você me encontrar aqui na cabana? ─ pergunto, tentando manter a voz firme.
─ Claro, eu já estou indo. ─ Ele responde imediatamente, com um tom de preocupação. ─ Estarei aí o mais rápido possível.
Sento-me nos degraus da frente, observando o lugar em volta enquanto espero Spencer chegar. A manhã está calma mas o ar está gelado por conta do lago.
Os sons dos pássaros cantando é como uma tortura.
O tempo parece se arrastar, cada minuto uma eternidade enquanto eu tento lidar com a partida do meu pai.Finalmente, vejo o carro de Spencer se aproximando pela estrada de terra. Ele estaciona rapidamente e sai do carro, caminhando em minha direção com uma expressão preocupada. tento sorrir, mas é um esforço inútil.
─ Florence, o que aconteceu? ─ pergunta ele, olhando-me atentamente.
─ Ele se foi, Spencer. ─ digo, me levantando e abrindo a porta da cabana. Entro e deixo que ele me siga, indicando a carta sobre a mesa.
Ele se senta à mesa de jantar e começa a ler a carta enquanto eu analiso suas feições, estando encostada no balcão.
Vejo suas sobrancelhas se franzirem e sua expressão se tornar séria, marcada por uma mistura de tristeza e compreensão.
O silêncio se prolonga enquanto ele lê cada palavra, absorvendo a mensagem que meu pai deixou. Quando termina, ele coloca a carta de volta na mesa e olha para mim com um olhar que reflete tanto a sua preocupação quanto o seu apoio.
Nos olhamos e eu não consegui segurar as lágrimas.
─ Ontem ele disse que ia se afastar da UAC, mas eu sabia que não era só da UAC... ─ minha voz falhou.
Spencer se aproxima e envolve seus braços ao meu redor, me puxando para um abraço reconfortante. Eu sabia que ele também não estava bem; meu pai era como um pai para ele também.
─ Vem, vamos sair daqui ─ ele diz, se afastando um pouco e pegando minha mão.
─ O quê? ─ pergunto confusa.
─ Eu não vou deixar você aqui sozinha ─ ele responde, firme.
Eu me afasto um pouco, olhando para ele através das lágrimas.
─ Obrigada, Spencer. Não sei o que faria sem você.
─ Você nunca precisará descobrir. ─ Ele responde, sorrindo levemente.
[…]
Ao chegarmos na UAC, fomos direto para o escritório de Hotch. Spencer bateu na porta e, após uma breve pausa, fomos convidados a entrar. Hotch estava sentado à sua mesa, revisando alguns relatórios, mas levantou os olhos ao nos ver.
─ O que aconteceu? ─ perguntou ele, notando nossas expressões abatidas.
─ Gideon se foi ─ disse Spencer, entregando a carta que meu pai havia deixado. Hotch pegou a carta e leu rapidamente, seu rosto permanecendo impassível.
─ Entendo ─ disse ele finalmente, colocando a carta de lado. ─ Florence, você vai ficar bem?
─ Vai ser difícil, mas eu vou ficar bem ─ respondi, tentando parecer mais forte do que realmente me sentia.
Hotch se levantou e veio até mim, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.
─ Quando eu entrei aqui, estava perdido, era apenas um advogado. Mas você me ajudou, Bird. Seu pai fez um trabalho incrível, e você faz parte disso. Se precisar de qualquer coisa, estamos todos aqui para você.
Assenti, sentindo um calor reconfortante em suas palavras. Spencer ainda segurava minha mão, e naquele momento, eu soube que, apesar da dor da partida de meu pai, não estava sozinha.
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𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐃𝐀!!! | 𝘈 𝘊𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘔𝘪𝘯𝘥𝘴 𝘍𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
FanfictionO poeta Saint-John Perse escreveu: "Os pássaros guardam entre nós alguma coisa do canto da criação." A leveza do pássaro comporta, entretanto, como acontece frequentemente, um aspecto negativo. Florence Bird Gideon, após ser rejeitada sete vezes pel...