𝐅𝐋𝐎𝐑𝐈𝐃𝐀!!! | 𝘈 𝘊𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘔𝘪𝘯𝘥𝘴 𝘍𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤

CAPÍTULO 40

"Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."

─ Pitágoras

Spencer Reid pov

Enquanto o jato da BAU voava de volta para Washington, meus pensamentos se voltavam para Owen Savage, o jovem que nos últimos dias havia se tornado o centro do meu foco. Sentado em meu lugar habitual, observando as luzes da cidade abaixo, comecei a ponderar sobre tudo o que havia acontecido.

Owen era um garoto brilhante, mas que tinha sido tragicamente mal compreendido e abandonado pelo sistema, por sua família, por todos ao seu redor. Ele era um reflexo do que eu poderia ter sido se não tivesse encontrado as pessoas certas em minha vida, aqueles que se importaram o suficiente para me puxar de volta quando eu estava à beira do abismo.

Eu me lembrei de quando fomos confrontados com o que ele havia feito. Florence e eu estávamos lado a lado, nossos olhares se cruzando, e eu sabia que ela entendia o que eu estava sentindo. Ela sempre entendia.

Havia um vazio nos olhos de Owen que me lembrava de mim mesmo durante os dias mais sombrios da minha luta contra o vício. Aquela mesma sensação de desesperança, a mesma necessidade de encontrar um escape, qualquer escape, da dor insuportável.

Owen não era um monstro. Ele era um garoto perdido, desesperado para ser salvo, mas que infelizmente encontrou a salvação no lugar errado. Ele se virou para a violência porque não viu outra saída. E de certa forma, eu entendia isso. Entendia o desespero, a necessidade de silenciar as vozes internas que sussurravam que você nunca seria bom o suficiente, que nunca se encaixaria.

Florence estava sempre ao meu lado durante esses dias, me observando, compreendendo o peso que eu carregava. Ela sabia que este caso estava me atingindo de uma forma que poucos outros haviam feito. Sabia que eu estava me vendo em Owen, de uma maneira que talvez até eu não estivesse pronto para admitir.

Ela sussurrou meu nome, e aquele som, apenas aquele som, era o suficiente para me trazer de volta ao presente. Eu sabia que Owen não era eu, mas a linha entre nós era dolorosamente fina. O que me diferenciava dele eram as pessoas que haviam acreditado em mim, que não tinham desistido.

Pessoas como Florence, que haviam se recusado a me deixar afundar, mesmo quando eu não acreditava em mim mesmo.

Enquanto o jato descia, senti o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Eu havia sobrevivido, havia encontrado meu caminho de volta, mas quantos Owens existiam por aí, jovens que ninguém conseguia alcançar a tempo? Essa era a pergunta que me atormentava, uma que eu sabia que continuaria a me assombrar.

Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que não podia salvar a todos. O que eu podia fazer era continuar lutando, continuar tentando, porque sabia o que estava em jogo. E enquanto eu tivesse Florence ao meu lado, sabia que teria a força para continuar. O que aconteceu com Owen Savage nunca seria esquecido, mas eu esperava que, de alguma forma, sua história me tornasse um agente melhor, mais compassivo, mais determinado a ajudar aqueles que ainda podiam ser salvos.