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ANGELINA

Lembrança do encontro com Raul...

A estrada poeirenta se estendia à minha frente quando Raul quase me atropelou com seu cavalo.

Meus batimentos cardíacos ainda estavam acelerados quando confrontei aquele homem de olhar penetrante, cuja presença exalava perigo e um estranho magnetismo.

— O senhor ficou louco? — minha voz saiu ofegante, com uma mistura de raiva e surpresa.

Ele se desculpou rapidamente, soltando uma desculpa que soou falsa aos meus ouvidos.

— Me desculpa, soltei as rédeas sem querer.

Não deixei barato.

— Pelo que pude ver de longe, as rédeas estavam bem seguras na sua mão. Se fez o que fez, foi de propósito.

Um leve sorriso surgiu nos lábios dele, como se estivesse se divertindo com a situação.

— Eu nunca faria isso, ainda mais com uma mulher tão linda.

Minha irritação cresceu.

— Você não tem vergonha de estar por aí dando em cima de jovenzinhas, senhor?

Ele ergueu uma sobrancelha, seu olhar avaliador fixado em mim.

— Você tem menos de 18 anos?

Raul não parecia um homem comum. Era bonito, isso eu tinha que admitir, mas eu não permitiria que suas palavras suaves e seu sorriso desarmassem minha cautela.

— Tenho 21, mas acho que não é da sua conta.

Ele parecia intrigado, como se houvesse algo mais a descobrir.

— Então não estou dando em cima de uma jovenzinha, concorda comigo?

— Admite que está me paquerando? Assim, na cara dura?

Raul não negou. Ao contrário, sua resposta foi direta e envolvente.

— Um homem tem que tentar. Ainda mais quando a mulher em questão é você.

Seus olhos intensos me prendiam, e eu sentia um misto de fascínio e apreensão. Era difícil não notar como ele tinha o poder de transformar o ar ao nosso redor.

— Olha só, senhor... Eu já tenho problemas demais na minha vida, então se o senhor me der licença, preciso chegar em casa antes que escureça.

Ele não parecia disposto a me deixar em paz tão facilmente.

— Que problemas?

— O senhor não entenderia, é rico demais para isso. Tenho certeza que não compreenderia. — minha resposta saiu mais dura do que pretendia, e segui meu caminho, desviando dele e do seu cavalo.

Mas Raul continuou ao meu lado, o trotar do cavalo acompanhando meu passo apressado.

— Já disse para me deixar em paz! — pedi, impaciente.

Ele ignorou meu pedido, oferecendo uma ajuda que eu não queria aceitar.

— Se o problema for dinheiro, eu posso ajudar. Se estiver precisando de alguma coisa, basta ir à minha fazenda e me procurar, não hesite em chamar por mim.

Minha recusa foi firme, embora por dentro eu soubesse o quão tentadora era sua oferta.

— Não, obrigada. Não quero nada que venha do senhor.

Raul pareceu genuinamente ofendido pela minha resposta.

— Por quê?

Minha desconfiança era clara quando o confrontei.

— O que quer se oferecendo para ser o meu salvador?

Ele não se intimidou, respondendo com uma sinceridade que me pegou de surpresa.

— Ao contrário do que pensa, não quero lhe faltar com o respeito, nem a tratar de outra forma que não seja como uma rainha, Angelina.

As palavras dele me atingiram em cheio, e por um momento eu me senti desarmada diante daquele homem enigmático.

Olhei para cima, encontrando seu olhar fixo em mim.

Como ele sabia o meu nome?

Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora