ANGELINA
Raul franziu o cenho, claramente surpreso.
— Demitir Teresa? Por quê? — perguntou ele, sem entender.
— Ela vem sendo inconveniente e me deixando desconfortável. Faz com que eu me sinta uma intrusa aqui. — respondi, sentindo um nó na garganta ao recordar todas as pequenas agressões diárias que tinha suportado.
Raul parecia ainda mais confuso e impressionado.
— Desde quando isso vem acontecendo? O que exatamente Teresa disse a você? — perguntou ele, a preocupação evidente em sua voz.
Senti uma pontada de frustração e tristeza.
— Você está duvidando de mim, Raul? — perguntei, minha voz traindo a emoção que tentava controlar.
Ele balançou a cabeça rapidamente, se aproximando ainda mas e segurando as minhas mãos.
— Não, claro que não, meu amor. Eu nunca duvidaria de você. — respondeu ele, com sinceridade. — Eu só estou... abismado. Teresa nunca demonstrou nada assim, eu não entendo...
Respirei fundo.
— Ela disse isso a você? — perguntou ele, a voz baixa e carregada de fúria. — Teresa não tem o direito de falar esse tipo de coisa para minha esposa. Não vou admitir isso.
Raul ficou visivelmente irritado, seus olhos se estreitando de raiva.
— Fiquei calada todo esse tempo porque senti pena dela. Não queria fazer ninguém perder o emprego, mas eu não aguento mais. — continuei, sentindo lágrimas começarem a se formar em meus olhos.
Raul me puxou para um abraço apertado, limpando suavemente as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
— Eu não vou permitir que ninguém a destrate, Angelina. — disse ele, visivelmente irritado. — Você é minha esposa e merece ser tratada com respeito. Vou resolver isso agora.
Segurei seu braço, interrompendo.
— Não, Raul. Você vai demitir ela. — disse. — Ou demite ela ou eu não fico mais nessa casa.
Ele me olhou por um momento.
— Como pode sequer cogitar que escolheria, meu amor? — respondeu ele.
Caminhamos juntos até a sala, onde Teresa estava ocupada limpando. Ao nos ver, ela parou o que estava fazendo.
— Teresa, precisamos conversar. — começou Raul, sua voz séria.
Ela olhou de mim para Raul, uma expressão de preocupação se formando em seu rosto.
— Sim, seu Raul. O que aconteceu? — perguntou ela.
Raul respirou fundo, se preparando para dar a notícia.
— Teresa, a partir de hoje, você está dispensada de seus serviços aqui na fazenda. — disse ele, tentando manter a calma.
Os olhos de Teresa se arregalaram em choque.
— Mas, seu Raul, o que eu fiz? — perguntou ela, claramente surpresa e confusa.
— Angelina me disse o que você tem feito. Sinceramente, Teresa, não entendo o porquê de afrontar a minha esposa dessa maneira. Eu não admito que ninguém faça isso com Angelina, ouviu bem?
— Você tem me tratado com desrespeito desde que cheguei aqui. — disse, tentando manter a voz estável.
Ela balançou a cabeça, negando.
— Eu nunca quis ofender a senhora. — disse ela, tentando se defender. — Só pensei que fosse perder o emprego depois que o seu Raul casasse, eu...
— E quando me chamou de rameira? — interrompi, sentindo a raiva se acumular em meu peito.
Ela empalideceu, tentando desesperadamente encontrar palavras.
— Espere, eu... eu não quis...
Raul ficou sério, olhando para Teresa de forma sombria.
— Como você teve a audácia de ofender minha esposa? — perguntou ele, sua voz baixa e perigosa.
Teresa se perdeu nas palavras, balbuciando.
— Eu... eu não quis... eu estava com medo... — gaguejou ela, sem conseguir se explicar.
Raul gritou, a paciência finalmente esgotada.
— Basta! — disse ele, sua voz ecoando pela sala.
Teresa soluçou.
— Por favor, senhora, me perdoe. Eu preciso desse emprego... — choramingou ela.
Olhei para Teresa, sentindo compaixão, mas também sabia que não podia permitir que ela continuasse.
— Teresa, eu tentei ser compreensiva, mas você não fez o mínimo de esforço para que a gente se desse bem. — disse, minha voz firme.
Ela continuou a chorar.
Raul respirou fundo, voltando-se para Teresa.
— Você deve deixar a fazenda imediatamente. Vou providenciar tudo o que tem direito, mas não há mais lugar para você aqui. — disse ele, a voz firme.
Enquanto Teresa saía, Raul segurou meu braço.
— Angelina, eu já te disse inúmeras vezes que não deve esconder nada de mim. — começou ele, sua voz mais suave agora, mas ainda firme. — Você deveria ter me contado sobre Teresa desde o início. Isso poderia ter sido resolvido antes de chegar a esse ponto.
Senti um peso no peito.
— Eu sei. Mas é que... eu pensei que poderia lidar com isso sozinha. Não queria te sobrecarregar com mais problemas. — admiti, minha voz trêmula.
Raul suspirou
— Angelina, você é minha esposa. Não há nada que eu não faria por você. Sua felicidade e segurança são minha prioridade. — disse ele, acariciando meus cabelos. — Se me esconder qualquer coisa, por menor que seja, eu vou ficar muito bravo com você.
— Raul... — comecei, mas ele me interrompeu.
— Dessa vez estou falando muito sério com você, esposa. — afirmou ele, seu tom sério e decisivo, pegando meu rosto com ambas as mãos e obrigando-me a olhar para ele. Seus olhos, intensos e cheios de paixão, fixaram-se nos meus. — Não faça mais isso. Não esconda nada de mim. Eu preciso saber o que você está passando para poder te proteger e cuidar de você. Entendeu?
Senti as lágrimas brotarem nos meus olhos, mas assenti, entendendo a profundidade de seu amor e a seriedade de suas palavras. Raul me puxou para um abraço apertado, envolvendo-me com seu calor e sua proteção.
— Prometa-me, Angelina. — sussurrou ele, sua voz firme em meu ouvido. — Prometa que nunca mais vai esconder nada de mim.
— Eu prometo, Raul. — respondi, minha voz abafada contra seu peito.
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Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]
RomanceRaul Duarte Faria tem 45 anos e é dono de quase toda Campo Lindo, pequena cidadezinha no sul do país. Possuidor de terras, gados e várias empresas, tem o poder de controlar tudo e todos. Bom, quase tudo. Angelina é uma jovem humilde de 21 anos, que...