ANGELLINA
Suas palavras ressoaram na minha mente como um soco. Era isso. A proposta que ele estava esperando que eu aceitasse. O preço pela salvação da minha família.
— Por favor... — implorei mais uma vez, como se as lágrimas pudessem amolecer aquele coração de pedra.
Ele inclinou a cabeça de lado. Então, deu um sorriso frio, um que não chegava aos olhos.
— É simples, Angelina. — ele disse, sua voz suave, mas com uma frieza que me arrepiava a espinha. — Você precisa de algo que só eu posso resolver, não é?
Ele se abaixou, ficando de joelhos na minha frente, mas não havia compaixão em seu gesto. Seus dedos tocaram uma mecha do meu cabelo, que caíra sobre meu rosto, e ele a colocou delicadamente atrás da minha orelha.
Meu corpo travou.
— E eu quero algo que só você pode me dar — ele murmurou, sua voz rouca perto do meu ouvido.
— Meu corpo... — comecei, mas fui interrompida por ele.
— Não. É mais do que isso, Angelina. Eu quero você por completo. Seu corpo, sua alma... seu coração. Quero tudo o que puder me oferecer, menina.
Suas palavras me deixaram sem fôlego ao mesmo tempo. Para ele aquilo era alguma espécie de brincadeira?
— Você nunca me terá. — murmurei, a voz carregada de mágoa. — Não dessa maneira. Se para ter uma mulher precisa forçar ela a...
Ele me interrompeu.
— Não estou forçando você a nada. — ele disse, se levantando novamente, o olhar firme. — Estou oferecendo uma opção. Você pode escolher, Angelina. A decisão é sua. Pode me odiar, me desprezar, mas no final, você veio aqui, veio com as próprias pernas. Eu só estou facilitando as coisas para você.
Meus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez, mas dessa vez eu as limpei com raiva.
— E o que quer que eu faça? Agradeça por isso? — perguntei, a ironia gotejando das minhas palavras.
Ele estendeu a mão e limpou uma lágrima que escorria pela minha bochecha.
— Não, não deve. — colheu uma lágrima em minha bochecha e afastei sua mão do meu rosto, magoada. Afastei sua mão bruscamente, cheia de ressentimento. Será que ele não via como estava me destruindo?
Será que ele não via o meu desespero?
— Estou implorando por um empréstimo.— tentei uma última vez.
— O dinheiro que está pedindo é muito, menina.
— Até mesmo para um homem rico como o senhor? — acusei, desacreditada.
— Até mesmo para mim. — passou a mão em meu rosto e virei a cabeça para o lado, afastando sua mão. — Eu teria que movimentar algumas aplicações para conseguir esse dinheiro para você, Angelina — explicou. — Mas também sei que seria muito difícil para você devolvê-lo.
Apenas abaixei a cabeça, porque tinha consciência de que aquilo era verdade.
Eu sabia apenas que deveria conseguir o dinheiro o mais rápido possível, mas não tinha parado para pensar como faria para pagar, nem em quanto tempo o faria.
"Provavelmente em uns 10 ou 20 anos", debochei da minha própria desgraça.
— E por que me propôs casamento em troca do dinheiro? — perguntei num murmuro.
— Não é óbvio? — fixei meus olhos nos seus, olhando-o, confusa.
— Não para mim. — disse.
— Se fosse minha esposa, eu não lhe emprestaria o valor que está pedindo, mas daria a você tudo o que pedisse, porque uma coisa é emprestar dinheiro para um estranho, e outra bem diferente é dar a minha esposa o que ela precisa. — esclareceu.
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Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]
RomanceRaul Duarte Faria tem 45 anos e é dono de quase toda Campo Lindo, pequena cidadezinha no sul do país. Possuidor de terras, gados e várias empresas, tem o poder de controlar tudo e todos. Bom, quase tudo. Angelina é uma jovem humilde de 21 anos, que...