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ANGELINA

— Eu quero falar com o senhor Raul! — gritei, tentando chamar a atenção.

Os empregados não me deixaram passar além do portão.

— O senhor Raul é um homem muito ocupado, não tem tempo para perder com você, menina! — disse uma senhora mal-encarada, enfatizando o "senhor" de forma desdenhosa.

Decidi que o chamaria como bem entendesse!

— Ele me disse pessoalmente que eu poderia falar com ele quando precisasse. — expliquei com firmeza. — Ele mesmo disse que me atenderia.

— Você deve ter entendido errado. — ela disse com desdém.

Eu não era uma mentirosa.

— Não entendi errado! — insisti, elevando ainda mais a voz. — Chame ele agora!

— Cale a boca! — ela veio até mim e cobriu minha boca com as mãos.

Me debati, tentando me libertar, mas ela recebeu ajuda de mais dois empregados.

Três contra um era uma situação injusta.

Parecia que meu tormento não teria fim, que seria expulsa dali sem sequer ter a chance de falar com Raul, aquele que havia prometido me ajudar.

Quando já pensava estar perdida, vi a figura imponente de Raul surgir na porta.

Ele estava abotoando a camisa, claramente ainda sonolento.

Devia tê-lo tirado do sono.

Afinal, o sol mal havia nascido.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou com calma, embora sua presença tenha sido suficiente para impor respeito.

— Senhor. — chamei, aliviada por ele ter aparecido.

— Esta moça estava gritando na porta, senhor Raul. — explicou a empregada, cuja antipatia era evidente.

— Eu disse a Angelina que poderia vir até aqui e que eu a receberia. — ele lembrou.

— Me ajude, por favor.

Lágrimas brotaram dos meus olhos.

Estava exausta. Não conseguia mais fingir força.

— Eu imploro.

— Soltem-na agora, Teresa! — ordenou. — Todos vocês, soltem-na!

— Mas, senhor Raul... — ela tentou argumentar.

Raul veio até nós, onde os empregados ainda me seguravam firmemente pelos braços, e me libertou do aperto daquela mulher.

Meu braço estava marcado e eu o esfreguei, tentando aliviar a dor.

Fiz uma careta.

Com certeza ficaria dolorido por um tempo.

Raul observou meu braço, furioso. Ele era realmente assustador.

Então, aquele era o Raul que todos temiam?

— Nunca mais ouse tocá-la! — sua voz soou ameaçadora.

Não era a mesma voz que gentilmente se ofereceu para me acompanhar até em casa nem a que prometeu me ajudar.

Este era o Raul que todos conheciam. O homem sério, frio e de pavio curto que todos temiam.

— Ela estava incomodando, senhor. — Teresa tentou se justificar.

— Não interessa! Eu disse a Angelina que poderia vir aqui e que eu a receberia. — sua voz era dura.

Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora