Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]

24

ANGELINA

Eu estava determinada a esclarecer tudo. As palavras de Raul ainda ecoavam na minha mente.

Ele desconfiava de mim.

A ideia de que ele pudesse realmente acreditar que eu o traíra me fazia querer gritar. A dor em seus olhos, a frieza em sua voz. Eu não podia permitir que nossa relação fosse destruída por mal-entendidos e suspeitas infundadas. Eu estava disposta a fazer o que fosse necessário, contanto que ele pudesse ver que meus sentimentos por ele eram genuínos e que meu amor era real.

Caminhei até o escritório com o coração pesado e um nó na garganta, mas ainda assim, com a esperança de que ele me ouvisse.

Quando abri a porta do escritório, encontrei meu marido de pé, olhando pela janela. Sua postura estava rígida e os ombros tensos. Ele nem ao menos se virou ao ouvir a porta se abrir, apenas permaneceu com o olhar fixo no horizonte.

Respirei fundo, tentando reunir coragem.

— Vamos conversar. — insisti. — Raul...  — Minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria.

Ele não se moveu. Apenas ficou ali, imóvel, como se eu não estivesse presente.

— Raul, por favor, precisamos esclarecer tudo. — voltei a insisti, dando alguns passos na sua direção.

Finalmente, ele se virou lentamente para me encarar. Seus olhos estavam sombrios, cheios de uma raiva contida e o olhar que ele me lançou fez meu coração se apertar.

— Não há nada para esclarecer, Angelina. — Sua voz era fria, cortante. — Eu já vi tudo o que precisava ver.

Engoli em seco, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair.

— Você está entendendo tudo errado. Eu nunca faria algo para te magoar, para trair sua confiança. — As palavras saíram em um sussurro suplicante.

Ele deu um passo à frente, aproximando-se de mim. Seus olhos estavam fixos nos meus.

— Você me traiu da pior maneira possível, Angelina. — Disse ele, com um tom que misturava dor e fúria. — Eu te dei tudo, e é assim que você retribui?

Aquelas palavras foram como um golpe. Eu precisava fazer com que ele entendesse a verdade.

— Não é verdade! Mário está mentindo, ele armou tudo isso! — Meus olhos estavam cheios de lágrimas. — Eu sempre fui fiel a você, Raul. Sempre!

Raul se aproximou ainda mais, até que estávamos a poucos centímetros de distância. Seu rosto estava a apenas alguns palmos do meu.

— Você acha que suas palavras vão apagar o que eu vi? — Ele rosnou. — Eu sempre te tratei como uma rainha, te amei mais do que tudo, mais que a mim mesmo.

Ele começou a andar de um lado para o outro, como um animal enjaulado. A cada passo, a sua frustração parecia aumentar.

— Eu só queria te ver feliz, Angelina. Te dei tudo o que podia, e ainda assim você me traiu.

Eu mal podia acreditar nas palavras que saíam da boca dele. A dor em seus olhos era insuportável de olhar.

— Você tem que acreditar em mim. — Minhas lágrimas já corriam livremente pelo meu rosto. — Eu nunca te trairia. Tudo isso é uma armação de Mário, é isso o que ele quer... nos separar! Você não consegue ver isso?!

Raul parou de andar e se virou para mim novamente, seu olhar cheio de desconfiança, vi que seus punhos estavam cerrados com tanta força que eu podia ver seus nós dos dedos ficarem brancos.