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ANGELINA

Teresa, percebendo meu estado de choque, soltou uma risada amarga, um som frio e sem qualquer sinal de humanidade.

— Parece que temos companhia, Mário. — Disse ela, com uma voz carregada de sarcasmo. — Eu não esperava que voltasse tão cedo, vagabunda.

— O que vocês querem? — Perguntei, tentando manter a voz firme, mas era impossível esconder o tremor que me dominava.

Mário, que estava com um sorriso cruel no rosto, respondeu sem tirar os olhos de Raul.

— Isso aqui é um acerto de contas, querida. — Disse ele, com uma calma que me gelou a espinha. — Um acerto de contas que está muito, muito atrasado.

Raul me lançou um olhar que fez meu coração doer ainda mais. Eu sabia que ele estava tentando encontrar uma saída, mas parecia não haver nenhuma. Eu queria correr até ele, mas meus pés pareciam presos ao chão, incapazes de se mover.

Matilde, que até então estava em silêncio, finalmente encontrou a coragem para falar.

— Não faça nada com eles, Teresa. — Ela implorou, sua voz carregada de desespero. — Tenho certeza que tudo isso pode ser resolvido de outra forma. Se saírem agora, não acontecerá nada com você ou com seu sobrinho.

— Cale a boca! — Teresa gritou, apontando em direção a Matilde.

Aquela cena era um pesadelo do qual eu não conseguia acordar. Toda a felicidade que eu sentia momentos antes parecia ter sido arrancada de mim em um instante.

Eu estava prestes a dizer algo, qualquer coisa para tentar acalmar a situação, quando Mário apontou a arma diretamente para Raul.

— Acho que devíamos começar por esse aqui, tia. Afinal, era esse o objetivo, certo? — Disse ele, sua voz agora sem qualquer traço de brincadeira. — Vamos ver se ele é mesmo tão corajoso assim como me mostrou no estábulo alguns dias atrás.

Meu coração parou, e senti o chão se abrir sob meus pés.

Os olhos de Teresa se fixaram em Mário, e ela falou com frieza:

— Baixe essa arma, Mário. — Sua voz cortava o ar como uma lâmina afiada. — Esse é o meu serviço. Sou eu quem vai dar um fim nele.

Mário hesitou por um instante, mas logo obedeceu, recuando um passo e mantendo a arma apontada para Matilde. Teresa, com um sorriso cruel nos lábios, começou a caminhar lentamente em direção a Raul, o olhar fixo nele, como um predador que finalmente encurrala sua presa.

O desespero tomou conta de mim, e sem pensar, eu corri até Raul, me agarrando a ele com todas as forças.

— Por favor, Teresa... Não faça isso! — Implorava eu, tentando proteger Raul com meu próprio corpo. — Eu sei que você não quer fazer isso.

Senti Raul me envolver em seus braços, e ele pressionou seus lábios contra o topo da minha cabeça.

— Eu te amo, Angelina. — Sussurrou ele. — Eu acredito em você. Sempre acreditei. E vou te proteger com a minha vida, se for preciso.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e me agarrei ainda mais a ele, sentindo o calor de seu corpo, buscando algum consolo naquele abraço. Eu chorava, soluçando de forma incontrolável, enquanto meu coração se despedaçava.

Teresa, por sua vez, observava a cena com uma expressão de puro desprezo.

— Que cena bonita. — Disse ela, sua voz carregada de escárnio. — Pena que vai ser a última.

Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora