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ANGELINA

Finalmente, eu tinha recebido alta do hospital. 

O quarto, com as paredes brancas e o cheiro de desinfetante, começava a me sufocar. O som distante dos passos das enfermeiras no corredor e o zumbido constante das máquinas ao meu redor não ajudavam nada.

Mais uns dias ali e eu ficaria maluca!

Quando o médico entrou, o semblante dele estava sério, o que me fez prender a respiração por um instante. Mas então, eu notei o pequeno sorriso em seus lábios.

Sentada na cama ao lado do meu marido, eu estava ansiosa, com o peito apertado, temendo que ainda houvesse algo errado, alguma complicação que me manteria ali por mais tempo. A ideia de sair daquele quarto, de deixar para trás o cheiro de medicamentos e a sensação de vulnerabilidade, era como uma lufada de ar fresco que eu mal podia esperar para respirar.

Eu queria sentir o ar puro da fazenda de novo. Queria passar horas vendo os campos verdes, ver Eclipse, Matilde, meu irmãozinho... Eu só queria estar em casa.

Raul estava atento ao médico, e o calor da sua mão segurando a minha me trazia a sensação de segurança.

— Senhora Duarte Faria, — começou o médico, seu tom grave cortando o silêncio do quarto. —, você pode ir para casa hoje, mas é essencial que siga algumas orientações importantes. Primeiramente, é crucial que faça repouso absoluto. Evite qualquer tipo de esforço físico, por menor que seja. Tente ficar sentada ou deitada o máximo possível para garantir que a gravidez continue de forma segura e por favor, nada de estresse. Isso é vital para a saúde da criança e para a sua recuperação.

Eu assenti, tentando gravar cada detalhe em minha mente, como se aquelas orientações fossem um mantra que eu precisasse seguir à risca.

Virei o rosto para Raul e ali estava ele, tão focado quanto eu nas orientações do médico. Ele apertou minha mão com mais firmeza.

— Eu vou garantir que ela siga todas as ordens, doutor. — disse ele. — Nosso filho vai nascer forte e saudável, e minha esposa vai se recuperar muito bem em casa.

Com um pequeno sorriso, deixei meu corpo se aninhar no peito dele, buscando o conforto que só os braços de Raul podiam me dar.

O médico continuou com um tom mais suave:

— Você teve muita sorte de conseguir manter a criança, considerando a quantidade de sangue que perdeu. Por isso é fundamental que siga as recomendações para garantir que a gravidez prossiga de forma saudável.

— Pode deixar, doutor. Eu prometo que farei tudo para o bebê ficar bem. — prometi com firmeza.

O médico acenou com a cabeça.

— Muito bem. Lembre-se, qualquer desconforto ou sintoma incomum, procure ajuda médica imediatamente.

Ele nos deu um último olhar antes de sair do quarto. Raul começou a organizar minhas coisas, e logo minha mãe entrou acompanhada pelas enfermeiras que preparavam minha alta.

Sair do hospital foi emocionante e um pouco caótico. Raul, sempre atencioso, cuidou das malas com todo o cuidado, se certificando de que nada fosse esquecido.

Ele me ajudou a me sentar na cadeira de rodas com calma.

— Está tudo bem, meu amor? — perguntou ele, agachando ao meu lado.

Eu sorri, assentindo e tocando o rosto dele. 

— Eu só quero ir para casa.

Comprada pelo Fazendeiro Milionário [Paixões Rurais - Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora