Gatilho

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Thomas

Ele se manteve em silêncio quando o questionei se confiava em nós, e assim obtive minha resposta, ele não confiava, em ninguém naquele quarto, e eu me sentia mal por vê-lo ter medo que eu o machucasse, a sensação era horrível.

- Newt, posso?

Me referi a me aproximar dele e o loiro hesitou mas assentiu em seguida, então me aproximei devagar sem toca-lo, Min-ho se afastou um pouco e ficou do lado de Gally, respirei fundo e o olhei, fixei meu olhar em seus olhos e eu simplesmente não conseguia mais encontrar aquele olhar profundo que me fazia arrepiar por completo e me cercava cada vez que ele me encarava, era um olhar vazio agora.

- Você consegue lembrar de mim, não é? Você me conhece, mais do que qualquer pessoa... você confia em mim!

Ele me olhou por alguns segundos e suspirou soltando os joelhos, ele queria confiar em mim, era nítido, mas estava assustado, eu precisava mostrar pra ele que estava seguro comigo, mas eu não fazia ideia de como fazer isso, e não tínhamos tempo, precisava tirar ele desse lugar o mais rápido possível, levei minha mão devagar até a dele, ele afastou um pouco mas insisti até segurar firme então acariciei as costas da mão dele com o polegar.

- Eu.... Não sei se realmente conheço, desculpa eu não sei o que é real, não consigo diferenciar o que é realidade ou coisa da minha cabeça...

Ele disse com a voz embargada colocando a mão livre no rosto, mordi o lábio inferior enquanto o observava, assistir a pessoa que eu mais amava tão machucada desse jeito era com certeza a pior das experiências da minha vida, eu realmente preferia passar dias no labirinto e ter que lidar com verdugos, senti sua mão tremer enquanto segurava e me aproximei tirando a outra do rosto dele, então ele me olhou.

- Tudo bem, eu vou estar do seu lado pra dizer o que é real ou não, e quando você não conseguir voltar pra realidade eu vou estar lá pra trazer você de volta.

- Não tem que lidar com isso Thomas, eu tô literalmente enlouquecendo.

Segurei seu rosto e o encarei, eu sabia que nunca o deixaria passar por tudo isso sozinho, mas precisava que ele soubesse disso.

- Olha pra mim, eu vou lidar com tudo que envolva você, não tá enlouquecendo, e se estiver vou ser a sanidade que precisa!

- Thomas...Porque?

Me aproximei e passei os dedos devagar em seu rosto, fechei os olhos e encostei a testa na dele, senti meu coração acelerar e quase esqueci como eu amava aquela sensação, de tê-lo tão perto de mim a ponto de sentir sua respiração bater contra meu rosto.

- Porque Eu te amo! Você confia em mim?

Ele fechou os olhos e senti quando ele trouxe a mão até meu pescoço, meu corpo todo arrepiou com simples toque, incrível como algo tão simples tinha tanto impacto em mim quando vinha dele.

- Confio...

O ouvi falar em um tom baixo e respirei fundo soltando o ar devagar aliviado, e antes que eu pudesse me afastar ele literalmente se jogou em mim escondendo o rosto no meu peito, entrelacei os dedos nos fios loiros de seu cabelo e deixei um beijo no topo da sua cabeça o envolvendo em meus braços em seguida, me sentia amortecido o tendo tão perto assim, mas era impossível pra mim não focar nos hematomas nos braços dele, aquilo me matava por dentro, porque a raiva me torturava e eu só ficaria em paz quando fizesse todos os envolvidos pagarem por tudo que ele sofreu.

All for you - Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora