- Aquela noite -

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pov: Camille, 02.09.2023
Madrid, 🇪🇸

Estádio Santiago Bernabéu

A Hailey e o Jude não falam comigo. Depois do Arnold ter passado a semana toda comigo, teve de voltar a Liverpool devido aos jogos. Prometeu-me voltar para resolvermos isto de uma vez por todas.

Por mais que tente evitar o Martin, ele vem sempre ter comigo e obriga-me a passar tempo com ele. Não sei como vou sair disto. Sinto-me encurralada.

Não me apetecia vir a este jogo. Não quero estar com o Martin. Nós não temos nada, nunca tivemos. Ele beijou-me duas vezes contra a minha vontade. Pedi-lhe para não o fazer essas duas vezes e ele fez. Ele dá-me nojo.

Não tenho maneira de falar com o Jude sem que o Martin perceba. Sempre que lhe mando mensagem ele não me responde e falar com ele na academia é pedir para o Martin piorar o que já está mal.

Depois de ouvirmos o que o treinador tinha a dizer antes do jogo, fui buscar uma garrafa de água, e na saída espetei-me contra o Jude.

- Desculpa. - digo sem levantar o olhar do chão e a tentar passar por ele.

- Podes-me dizer o que se passa, Camille? - pergunta. Quando olho por cima do ombro dele reparo que o Martin está parado atrás dele. Sei que ficar aqui não vai ser boa opção.

- Tenho de ir, Jude. - digo, olhando-o nos olhos, à espera que ele me consiga entender.

[...]

O jogo finalmente acabou e posso dizer que estou aliviada. Saio do estádio o mais rápido que posso para chegar logo ao carro para ir embora e ficar em casa.

- Camille, espera! - vejo o Jude correr atrás de mim.

- Jude, este não é o melhor sítio para falarmos... O Martin pode ver-nos.

- E o que interessa o Martin ver-nos, Camille? Não estou a entender o que se passa...

- Jude, eu preciso de te contar uma coisa.

- Camille, aqui estás tu. - diz o Martin chegando por trás de mim.

Só vejo o Jude a passar a mão pela sua cabeça.

- Vamos embora? - continua o Martin.

Vamos?

Assinto com a cabeça.

O Martin pede-me as chaves do carro e entra para o lado do condutor. Estou confusa, não sei o que estás a acontecer.

- O que estás a fazer no meu carro?

- Quero falar contigo, Camille. Mas agora, só em tua casa.

Sinto o nervosismo percorrer-me o corpo. Ele assusta-me.

Quando o Martim arranca com o carro, vejo o Jude segui-lo com os olhos, ainda sem entender nada.

[...]

O Martin estaciona o carro na garagem e vai em direção às escadas do meu apartamento.

- Onde vais? - pergunto.

- Para o teu apartamento, Camille. Disse-te que queria falar contigo.

- Podemos falar aqui, Martin. Ninguém nos está a ver.

Ele não diz nada.

- Podes-me explicar o que vem a ser isto? Não entendo porque estás a agir assim comigo. Estás a assustar-me Martin.

Quando digo isto, ele pega-me no braço e obriga-me a subir as escadas até ao meu apartamento. Uma vez em frente à porta, ele vasculha a minha bolsa à procura da chave para abrir a porta do apartamento. Abre a porta, leva-me até à sala e empurra-me para o sofá.

O que vem a ser isto?

Sinto o medo percorrer o meu corpo. Raiva. Insegurança. Tudo!

- O que estás a fazer, Martin? - pergunto, ouvindo-o trancar a porta do apartamento.

Vejo-o a vir em minha direção a encolhi-me no sofá.

- Não precisas de ter medo de mim, Camille. Só quero que entendas que sou o homem perfeito para ti. Que sou eu quem tu precisas. Não aquele rapaz que pensas que pode ser o amor da tua vida, Camille.

Ele não precisa de mencionar o nome do Jude para eu saber que ele está a falar dele.

Só desejava que o Arnold entrasse agora no meu apartamento, mas ele está longe. Sinto-me sozinha e com medo. Tudo o que está a acontecer me está a levar aos meus 8 anos outra vez. Isto é horrível.

O Martin aproxima-se de mim depois de tirar a sua t-shirt e a mandar para o chão.

Mas que raio está ele a fazer?

Quando o vejo aproximar-se de mim, começo a debater com as pernas.

- Sai, Martin. - digo, enquanto debato com as pernas.

Ele ignora o que eu digo e abre um sorriso, começando a beijar o meu pescoço e a pôr a sua mão por dentro da minha camisola.

- Dizes que és o homem perfeito para mim, mas o Jude não me faria isto.

Sinto a raiva no olhar dele depois de proferir aquelas palavras.

- O que disseste, Camille? - diz, mudando o tom de voz.

Limito-me a olhar para ele.

Ele levanta-se de cima de mim e levanta-me de seguida. Fico em pé a olhar para ele, com medo do que ele possa fazer a seguir.

- Só queria que me desses uma oportunidade, Camille. - diz, andando às voltas da minha mesa de centro. - Mas tu queres dificultar! - empurra-me.

Ao bater com as costas na parede, caio sobre o chão. Ele está estático. Sabe que me aleijou. Quando o vejo a vir em minha direção, levanto-me e dou-lhe um estalo. Não sei de onde tirei esta coragem.

Ele fica paralisado na sala. Eu só tenho tempo de sair dali, abrir a porta de entrada e trancar-me na casa de banho.

Estou a chorar, a entrar em pânico. Ele está do outro lado da porta a berrar o meu nome e a pedir para eu sair. Tenho 3% de bateria, e só tenho um pensamento. Mandar mensagem ao Jude.

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Inevitável - Jude Bellingham Onde histórias criam vida. Descubra agora