- Verdades -

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pov: Camille, 02.09.2023
Madrid, 🇪🇸

- Promete que, independentemente do que te contar, não me vais odiar. - disse rapidamente.

- Eu nunca te poderia odiar, Camille. - disse o Jude, passando a sua mão pelo meu cabelo.

Respiro fundo e, devagar, começo por dizer.

- Então... Lembras-te do aniversário do Martin?

- Sim.

- Eu decidi ir. - faço uma breve pausa. - No final do jantar acabamos todos por ir para o bar que tinha no restaurante beber alguns shots.

- Tu nunca bebes shots... - disse o Jude apenas.

- Exatamente. Eu acabei por exagerar e não me lembro muito bem do que aconteceu depois, só me lembro dele se aproximar de mim e ter-me forçado a beija-lo.

Vejo a feição do mesmo mudar de preocupação para raiva, então paro imediatamente de falar.

- Continua. - disse o Jude, colocando a sua mão encima da minha.

- Assim que pude afastei-me dele, ele estava a segurar-me com muita força. Achei melhor ir embora depois disso. Quando cheguei ao carro, a Mercedes viu o estado em que estava e ofereceu-se para me levar a casa. Assim que cheguei, percebi que tinha umas mensagens do Martin a chantagear-me. Ele disse que, se não parasse de falar contigo, ele iria mandar-te uma fotografia que nos tiraram na altura em que ele me beijou. - olho para ele. - E foi assim que fui obrigada a afastar-me de ti... Sabes tudo o que passei, não sabia como sair disto... Estou apavorada, Jude... - sinto uma lágrima cair-me pelo rosto.

Respiro fundo e ligo o telemóvel, mostrando-lhe as mensagens e a foto. O mesmo pega no telefone e, assim que vê a foto, deita as mãos à cabeça parando-as na nuca.

- Porque é que não me disseste nada?

- Eu não queria que pensasses que não gosto de ti quando visses a foto, Jude. Tentei sair disto de forma a não magoar ninguém.

- Eu teria acreditado em ti, Camille.

- Sei o ódio que sentes por ele. Receberes aquela foto no fim da festa sem qualquer contexto ia te magoar, ia nos magoar, Jude.

- Camille... - levanta-se. Vejo-o vaguear pela minha sala.

- Ele disse que se ia afastar, Jude. Só tenho medo de isto acabar com a tua carreira no Real Madrid e ainda agora chegaste...

- Nem digas isso, Camille. - volta a sentar-se e aproxima-se de mim. - Ele não vai fazer nada. Ele quer continuar lá a trabalhar e sabe que se souber disto ele fica sem trabalho. - põe-me o cabelo atrás da orelha.

- Tenho tanto medo, Jude... A melhor opção seria eu sair e assim ficaria tudo resolvido e...

- Não, Camille. - interrompe-me. - Isto vai correr bem. Confia em mim.

- Eu já acabei o mestrado, Jude. Posso fazer algo ligado à medicina agora. Sair facilita-nos a vida aos dois.

Ele puxa-me para me deitar no peito dele.

- Não vamos falar disso agora. - olho para ele. - Vai tomar um banho, eu vou fazer algo para jantarmos e depois ires descansar.

Ele levanta-se e dá-me as mãos para me ajudar a levantar. Dá-me um beijo na testa. Sorrio e vou para o banho.

Sinto-me segura agora. Sinto me um pouco melhor. Tudo isto me fez ir buscar as lembranças do passado. E se ele se volta a aproximar de mim na academia? Tenho medo.

Tento abstrair-me disso enquanto sinto a água escorrer pelo meu corpo. É um alívio.

Saio do banho, visto o roupão, tiro a toalha do cabelo e penteio-o. Vou ao quarto e visto o meu pijama e chego o meu creme.

Ao chegar à cozinha espanto-me com o homem que lá está. Isto só pode ser um sonho. Sinto um cheirinho perfeito vindo da cozinha, mas não consigo decifrar o que é.

- Salmão grelhado. - diz, voltando-se para mim. - Era o que tinhas no frigorífico, espero que não te importes.

- São 21:00h e tenho o meu homem a cozinhar na minha cozinha. - aproximo-me dele. - Óbvio que não me importo. - abraço-o.

No final de jantar, fomos para o meu quarto. Deitamo-nos na minha cama a ver uma comédia romântica. Precisava daquilo.

- Está na minha hora, Cami... Ligo-te quando chegar a casa e fico em chamada contigo a noite toda. Assim tenho a certeza que estás bem.

Não tenho certeza do que vou dizer a seguir, mas...

- Passa cá a noite. - ele fica especado a olhar para mim. - Por favor.

- Tens a certeza?

Assinto com a cabeça.

Mal faço isso, ele sai do quarto e ouço-o fechar a porta e apagar todas as luzes que deixamos acesas pelo meu apartamento. Quando volta ao quarto, vejo-o tirar a camisola e as calças, afasto-me de forma a que ele se possa deitar a meu lado.

- Obrigada. - digo, dando-lhe um pequeno beijo.

- Tudo por ti, Camille. - beija-me a testa.

Aproximo-me dele beijando-o.

- Ainda vejo medo nos teus olhos, Camille. - afasta-se de mim. - Antes de voltarmos a ter algo, quero ter a certeza de que esse medo volta a fugir.

Eu fico sem saber o que dizer. É perfeito.

Bato-lhe no peito e aconchego-me no mesmo de forma a dormir.

- Boa noite, Cami. - diz, fazendo-me carícias no cabelo.

Amo-o. Por mais que ainda não lhe tenha dito, eu amo-o.

Inevitável - Jude Bellingham Onde histórias criam vida. Descubra agora