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JOÃO NEVES
Antes de adormecer, ontem à noite, acabei por perguntar à Margarida a que horas era o seu voo de volta para Portugal.
Não que eu sinta que lá vou ficar muito tempo.
Eu sei que parece que estou a forçar a saída, mas não é nesse sentido. Eu não me importava de ficar no Benfica, mas quero evoluir.
Porém, como é óbvio, nada está confirmado.
Mas confesso que a ideia de morar com a Margarida deixou-me desejoso.
Percebo totalmente o facto de ela não querer deixar tudo para trás, mas eu prometi-lhe que vou fazer o máximo que posso para a ajudar nisso.
Enfim, isso não é assunto para agora.
O meu voo é mais cedo que o da Magui, e tenho de ser eu a entregar a chave do quarto, portanto temos que sair à mesma hora.
E mesmo assim ela vai se despachar mais rápido do que porque quando eu chegar a Lisboa ainda vou ter de ir à cidade do futebol.
Como só vamos de tarde, o objetivo era fazermos as malas hoje de manhã mas, naquela conversa toda, acabámos por adormecer tarde, portanto preferi deixar a Margarida descansar mais um bocado enquanto eu arrumava as coisas.
Ao fim de um tempo, vi-a levantar ligeiramente a cabeça.
- Bom dia. - Sorri-lhe.
- Bom dia, João. - Sorriu-me de volta, sonolenta.
Dirigi-me até si e sentei-me na beira da cama, ao seu lado.
- Dormiste bem? - Passei a mão pelo seu tronco.
- Yhap. - Respondeu. - Que horas são?
- 11:35. - Olhei para o relógio.
A morena arregalou os olhos e sentou-se na cama rápidamente.
- João, eu estou super atrasada, ainda nem fiz a mala. - Dizia ela.
- Descansa, eu já tratei disso. - Ri-me do seu desespero.
- Que susto. Obrigada, a sério, amo-te. - Deixou-se cair na cama novamente.
- Também te amo. - Sorri.
A morena, que agora estava deitada, esticou o pescoço, exibindo algo que me fez deixar escapar um sorriso.
- Que foi? - Perguntou.
- Fiz-te um chupão ontem, sem querer. - Respondi.
Gostei de ver aquela pequena marca. Não sei porquê.
- Estás a marcar território. - Riu-se.
- Território que já é meu, mas pronto. - Eu disse e beijei-a.
