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MARGARIDA ROCHA
Mal acordei, vi o João deitado ao meu lado na cama, a mexer no telemóvel.
- Bom dia, meu amor. - Largou imediatamente o seu dispositivo, dando-me um beijo na testa.
- Bom dia, Joãozito. Dormiste bem? - Ajeitei o seu cabelo.
- Fogo, dormi como um bebé.
Ele estava um pouco mais animado do que ontem à noite, então não ia tocar no assunto da Liga Europa.
- Devíamos nos despachar, não? - Questionei.
- Ainda é cedo, são 08:00 horas. Temos tempo para ficar enroscadinhos no quentinho. - Sorri ao ouvir o que o rapaz disse.
Detei-me sobre ele e depositei-lhe dois beijos nos lábios.
- Sábado lá estamos nós no Algarve. - Comentei.
- Yhap. - Senti-o passar as mãos pelas minhas costas. - Pensei em ficarmos por Tavira e depois virmos no dia seguinte, mas eu tenho treino, tu tens faculdade e enfim, não dá muito jeito.
- Pois, mas um dia vou te obrigar a levar-me la.
- Já lá estiveste? - Perguntou.
- Já, algumas vezes. Costumava ir de férias para lá perto, não tenho palavras para descrever o quão eu adoro lá estar. Só de ser Algarve, já é uma sensação incrível.
- Gostas mais da minha terra do que eu. - Riu-se.
- Óbvio! Tu és algarvio, que inveja. Eu sou do Porto, João, do Porto!
- Oh, podia ser pior. Imagina seres da Cova da Moura?
- Epa, comparares a minha terra com a Amadora, porra! - Ri-me.
- Ok, desculpa, tens razão. - Riu-se comigo. - Mas o Porto é bué Tuga, eu estou sempre a levar com os ingleses a passarem férias em Vilamoura.
- E eu com os super dragões! Achas mesmo que estás pior? - Defendi.
- Epa, olha, não vou discutir contigo na cama.
-Tu vais levar um estalo no fucinho, mas um estalo! - Respondi.
- Tu também, só não vai ser no fucinho. - Começou a rir-se como um hiena. - Parei, desculpa.
