Encontro-me neste momento no Campus com o João, antes do seu treino, a despedir-me de algumas pessoas, trabalhadores e atletas que, em tão pouco tempo, se tornaram tão importantes.
Ele está mais afetado. Entende-se, tem aqui demasiadas memórias. O único pensamento que me reconforta é saber que vou aqui voltar rápido, a bem ou a mal.
Já o Neves, não sei quando, nem como. Mas tenho quase a certeza que vai, é só um até já um bocado longo.
Bastaaaaaaaaaaaaaaaante longo.
Assim que se ia dirigir ao relvado, virou-se para mim e abraçou-me.
- Amo-te. - Disse-me.
- Também te amo muito, João Neves. - Afirmei, relembrando-o da sua importância referindo o seu nome completo.
Afastei-me e fui até às bancadas, sentar-me ao lado da Carolina.
- Ai Carolzita. - Encostei-me a ela. - Foram tantas manhãs aqui..
- Oh Magui, não penses assim! Tu vais cá vir várias vezes, por mim, pelo teu irmão, pelo Lúcio, pelo António, pelo Gouveia... Abraça a mudança, quem sabe se corre bem? É um avanço para vocês os dois, ainda por cima tens a Maguigas e o Ramos lá!
- O problema não é esse Carol, é o meu Benfica. - Fiz beicinho.
A minha vida inteira depende deste clube.
- Tu vens ver os jogos na mesma, vai ser tudo igual. Não deixas de ser a minha Margarida, a nossa Margarida, a Margarida do Benfica.
- Tens razão, Carol. - Acabei o assunto antes de começar a chorar. - Gosto muito de ti.
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Assim que o treino acabou, esperámos pelo António e pelo João.
- Estava a pensar em irmos à praia agora de tarde. O que acham? - O Silva sugeriu.
A Carol concordou, já o Neves olhou para mim à procura duma resposta.
- Pode ser. - Aceitei, pelos dois.
Fiquei uns segundos a encarar o João enquanto ele me sorria. Desviei o olhar para a Carolina durante uns instantes, indicando que precisava de estar sozinha com o médio.
