MARGARIDA ROCHA
- É só uma água e um pastel de nada, por favor, Dona Marisa. - Pedi.
Estava neste momento a tomar o pequeno almoço num café ao pé da minha casa, venho cá desde que me mudei para Lisboa.
Paguei o que lhe devia e a mulher entregou-me o que pedi.
Sentei-me na esplanada a comer enquanto observava as coisas ao meu redor.
Entretanto, um homem puxou a cadeira à minha frente.
- Olá. - Disse-me.
- Olá, Martim.
- Posso-me sentar? - Questionou.
- Adianta dizer que não? - Respondi, fazendo-o suspirar.
- Eu sei que tu me odeias dos pés à cabeça, mas podemos por favor ter uma conversa normal? - Pediu.
- Depende. O que é que queres?
- Quero falar contigo, como dois adultos. - Esclareceu.
- Fala.
- Eu terminei com a Érica. - Afirmou.
- Fixe.
- Tu sabes que ela e a Leonor são umas falsas do caralho, não sabes? Enquanto tu estavas comigo, as duas atiravam-se a mim. - Explicou o mais velho.
- Fixe, não tenho nada a ver com isso. - Respondi.
- Só te quero dizer que a culpa não é somente minha, ainda por cima, grande parte das vezes que o faziam, eu estava bêbedo.
- E da vez que me forçaste a fazer sexo contigo? Também foi culpa delas? - Perguntei, já notavelmente irritada.
- Eu não te forcei.
- Forçaste, e não foi só uma vez. Tu tentaste convencer-me com aquelas palavras estúpidas que não enganam ninguém. - Respondi.
- Ei, nós só o fizemos uma vez!
- Porque eu consegui defender-me. Tu tens noção do que é ter de me defender do meu próprio namorado? - Levantei o tom de voz.
- Eu sei, desculpa, fui parvo. Mas eu não contei a ninguém sobre isso.
- Era o mínimo. - Banalizei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗥𝗘𝗔𝗟 𝗟𝗜𝗘𝗦 :: João Neves
Fanfiction- Entre chutes e remates, de amor não me mates. - By Dani <3