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𝐕𝐞𝐧𝐚 𝐀𝐦𝐨𝐫𝐢𝐬.
JOÃO NEVES
A Megui foi a Portugal dois dias para estar com o irmão, a mãe e ver o jogo do Benfica contra o Casa Pia.
Bem que o Lúcio tinha razão quando disse que ela não aguentava duas semanas sem voltar a Lisboa.
Pelo que me disse, ia ver o Benfica sozinha, porque se fosse com alguém seria com o Lúcio, que está em Rio Maior para os jogos de preparação para o mundial.
Preocupo-me um bocado. Não gosto muito que ela saia à noite sozinha assim.
Não me interpretem mal, ela sai às horas que quiser quando quiser, não tenho que me meter nisso.
Só estou a dizer que, se lhe acontecer alguma coisa ou algum gajo se meter com ela, eu não estou por perto.
E isso deixa-me com um certo receio, só isso.
Bem, a ansiedade só cria cenários que ainda não existem, certo?
Eram 13:33 e estava agora a preparar o meu almoço.
Como hoje tenho treino bidiário e talvez não possa falar com a Margarida antes do jogo, aproveitei para lhe ligar agora.
Liguei por videochamada, e a rapariga atendeu no mesmo instante.
- Bom dia, João. - Sorriu para a câmara. Notava-se que ainda estava a descansar na cama.
- É uma da tarde, Megui. - Expliquei.
- Acordei à bocado, portanto, é bom dia.
- Pronto, pronto. Olha, à noite vais para que bancada?
- Pró meio dos No Name. - Afirmou. - Eles só fazem merda, e eu também, portanto, combinamos.
- Desde que não atirem tochas para o relvado, tudo bem. - Disse eu. - Mas tem cuidado, alguma coisa, liga-me.
- Não te preocupes. - Sorriu-me. - Estás a fazer o quê?
- Massa carbonara. - Levantei a câmara de modo a exibir o meu prato.
- Eia, a tua massa é tão boa. - Aproximou o rosto do telemóvel. - Manda um pouco pelos CTT.
- Não, porque no outro dia foste comer bitoque com a Maguigas e nem me chamaste. - Defendi-me.
- Ah ok, não falo mais contigo, tchau. - Fingiu estar chateada.
