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𝐍𝐚 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞, 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐬𝐨𝐮𝐛𝐞 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐫𝐚 𝐚𝐦𝐨𝐫.
JOÃO NEVES
No fim do treino, aproximei-me da Margarida que estava sentada nas bancadas a escrever num caderno com vários livros por perto, provavelmente a estudar.
- Bom dia. - Sorri, aproximando-me dela e sentando-me ao seu lado.
- Bom dia, João Neves. - Deu-me um beijo na bochecha. - Fizeste ganda corte à bocado.
Ela reparou.
- Viste? - Sorri como uma criança.
- Claro que vi. - Respondeu. - Porquê esse espanto?
- Nada, nada. - Sorri. - Estás a estudar?
- Já acabei, estava só a dar uma vista de olhos. - Concluiu. - Sobre a viagem..
- Sobre a viagem, vamos no dia treze de fevereiro, o voo é às 09:00, vamos num avião da TAP, por isso nem sei se vamos. - Ri-me. - E pronto, é isso.
- Por mim, tudo bem. - Sorriu. - Chamas o Tiago, se faz favor? Tenho que falar com ele.
- Yha. - Respondi.
● ● ●
-Então pronto, obrigada pelo convite. - A Margarida agradeceu-nos.
- Divirtam-se. - O Gouveia piscou-me o olho e foi se embora, deixando-nos sozinhos novamente.
- Ele é uma beca parvo, ignora. - Disse eu para a morena à minha frente.
- Eu percebi. - Riu-se. - Mas ele é querido.
- Hm.
- Que ciumento pá! - Sorriu-me. - Pronto, és mais querido que ele.
- Assim, sim. - Sorri-lhe de volta.
Vi que ao fim de tanto tempo estávamos sozinhos no campo 5 e aproveitei para a chatear.
- Anda cá. - Puxei-a com cuidado pela mão até ao relvado, pegando numa bola que ali estava perdida. - Sabes dar uns toques?
- Sei levantar uma bola pelo menos. - Riu-se.
- Eu sei que sabes levantar bolas, 'tás sempre a levantar as minhas. - Sussurei, mas ainda assim, a Rocha ouviu.
- O que é que tu disseste? - Soltou uma gargalhada
- Tava a gozar, calma. - Ri-me também.
Vi a rapariga quase humilhar-me na altinha que estávamos a fazer.
