O luto é tradicionalmente associado à cor preta, que, por coincidência ou destino, era a cor favorita de Thomas Fenrir. Preta era a cor de seus cabelos, de suas roupas, de sua casa. Preto era a cor de sua vida. Todas as vezes, independente do que acontecia, ele sempre voltava ao preto.
Chego na escola no horário habitual, vou para minha sala rapidamente antes que alguém me pare no caminho. Eu não estava a fim de escutar barbaridade dos garotos mais velhos ou dos meus próprios colegas de classe, eles me odiavam, sempre diziam que eu era estranho e merecia sofrer.
Sento-me na carteira de sempre, na parede da direita, duas carteiras atrás da primeira fileira. Tiro os fones de ouvido do meu casaco fino, plugo no meu celular e coloco a música Going Under de Evanescence.
Enquanto apreciava meu som, meus dedos tamborilam na mesa de madeira no ritmo dos pratos, meus olhos se fecharam para conseguir desfrutar com mais intensidade aquele rock, meu pé batia no piso como se eu estivesse em casa pisando no pedal do bumbo da minha bateria.
Sem perceber, eu estava cantando um pouco mais alto do que eu estava planejando:
– I won't be broken again. I've got to breathe. I can't keep going under.
Os sons da guitarra me acompanharam nesse momento, meus ouvidos pediam por mais. De repente sinto uma bolinha de papel sendo jogada contra minha cabeça, abro os olhos e tiro o fone me virando para trás, quando vejo Alexei Rogers, Vinícius Jovi e Anthony Baker no fundo da sala rindo de gargalhar, em contrapartida, para tentar me defender, Richard Russell estava apontando o dedo na cara dos três. Noah Cameron segurava seu ombro, o impedindo de fazer algo imprudente.
– Rick, está tudo bem – esclareço.
– Não, não está, Tommy! – diz ele enfurecido. – Até quando ele vai continuar sendo um babaca?
– Rick chega! – pede Noah.
– O que está havendo aqui? – pergunta a Senhora McCarty, não havia percebido sua presença dentro da sala. – Será que precisarei conversar com os pais de vocês novamente?
– Não, Senhora – respondo.
– Acho bom! Senhores Russell e Cameron, aos seus lugares! Jovi, Baker e Rogers, se comportem! – esbraveja a professora. – E Senhor Fenrir, por favor, guarde o fone.
. . .
Finalmente o sinal tocou, não aguentava mais ficar naquela sala, eram três horas da tarde e eu estava morrendo de fome. Coloco minha mochila no ombro e sou acompanhado até a saída pelos meus amigos.
Lá fora vejo a caminhonete de papai parada no estacionamento, Stella estava encostada no veículo, nos esperando.
– Finalmente vocês saíram, estou morrendo de fome, tomara que mamãe tenha feito alguma coisa para o café! – diz ela, me encarando. – O que foi, irmãozinho?
– Aqueles moleques estão pegando no pé dele de novo! – diz Noah apontando para as pestes.
Stella bufa.
– Idiotas! Você chegou a revidar?
– Não, mas Rick me defendeu – respondo.
Todos olhamos para Rick, suas bochechas ficaram vermelhas, normalmente ele era muito tímido perto de Stella, mas longe dela, era um tédio ter de escutá-lo falando o quanto minha irmã era linda e perfeita.
Paramos em frente à casa de Noah, ele se despede nos abraçando. Stella, como sempre, o leva até a casa. O pai de Noah abre a porta com uma menininha no colo.
– Gigi, eu cheguei! – diz Noah animado, pegando a irmã de 3 anos no colo e entrando na casa.
Após alguns minutos, chegamos na frente da casa de Rick, ele saiu da caminhonete.
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O Lobo Sangrento
WerewolfPara todas obcecadas por um moreno sarcástico, este livro é um presente para vocês. Mas deixo um aviso: o charme que sabe roubar uma cena está no melhor amigo ruivo gostoso. Preparem-se para se apaixonar por mais um bad boy misterioso com um passado...