42 All The Things She Said - t.A.T.u

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Pov.Thomas.

– Como assim você proibiu Kana de vir aqui? – esbravejei. – A casa é minha!

Bato as mãos com força na mesa de madeira.

– Ela foi uma das "pistas" que fizeram te prender! – retrucava a Fênix. – Ela foi culpada pela sua prisão! E essa casa é nossa, você colocou meu nome no papel!

– Ela não fez nada! Ela foi uma vítima! Achou que eu a deixaria para morrer?

– Que morra, eu não ligo – diz com indiferença. – A odeio.

Paro e dou um sorriso de deboche.

– Você odeia muita gente, poderia ter escolhido outra pessoa para odiar, não?

– Não, não podia.

– Desgraçado! – eu já estava irritado. – Só porque eu namoro. Estou vendo que se um dia eu tiver outras namoradas vai ser igualzinho!

Rick bufa.

– O santo não bateu! Posso fazer o quê? Fingir que gosto? Você sabe quando estou mentindo, então não adianta!

– Olha, Richard, a verdade é que além dos ciúmes, você vê o que não pode ter!

Uma gargalhada sai da boca do Ruivo.

– Acha que eu te quero desse jeito? Está muito enganado, Thomas, porque eu não quero você desse jeito. Eu não sou gay! – Rick estava com os olhos flamejantes e os meus vermelhos. – Sempre quis você como meu irmão e meu melhor amigo, estou te protegendo!

Respiro fundo.

– Você está vendo o que não pode ter. Um amor! – digo sem pensar, as palavras saem da minha boca, impossível impedi-las. – Você está fadado a amar alguém que está morta. Seu coração está enterrado a sete palmos abaixo da terra e por isso não quer deixar o meu bater! É por isso que não me deixa viver os meus amores, porque se você não pode ter, eu também não posso, não é?

Sinto um perfume diferente no ar, mas ignoro. Meu foco era Richard.

Rick ficou sem reação, calado, em choque, como todos que estavam na sala de estar conosco, presenciando a briga. Seus olhos cheios de lágrimas, agora apagados, desviaram dos meus por um instante, encarando a porta.

Parada mais estática que um dois de paus, estava uma garota.

Baixinha de cabelos loiros volumosos. Óculos e um macacão sujo de tinta. Seus olhos expressavam coisas além da minha compreensão.

– Ellen, eu posso explicar – Rick se levantou da mesa.

– A língua do seu irmão é realmente muito afiada – sua voz é bem diferente do que eu imaginava. – Mas eu não esperava que a sua fosse mais, quando disse que me amava.

Quê.

Encaro Noah, que afundou a cabeça entre as mãos.

– Ellen...

Ellen, quem?

– Fui burra, não percebi a sua manipulação. – Ela bateu palmas. – Meus parabéns.

Essa tal de Ellen deu as costas e Richard foi atrás, e eu por fora de tudo o segui.

– Bambi eu...

– Não me chame de Bambi – seus olhos transmitiam a fúria. – Meu pai tinha toda razão, eu sou um objeto para você. Um brinquedo que você vai cansar, porque não sou a garota que você realmente quer.

A garota vai em direção a porta da frente e Rick segura seu pulso, trazendo-a para perto de si. Ela estava assustada.

– Ela está morta e eu amo você.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora