Pov. Thomas.
A noite da Lua Cheia de dezembro chegou, com ela também veio a decoração de Natal, a árvore estava perto da lareira, toda enfeitada.
O céu ainda estava um pouco nublado, nevou alguns dias atrás, mas hoje havia derretido completamente.
Tudo pronto, o plano era sairmos daqui antes de escurecer e ficar na cabana esperando, pegar o Feiticeiro de surpresa. O colar de ametista já estava com Noah.
Em teoria daria certo e era nessa esperança que eu me agarrava.
Amélia não ia participar desta vez, sua filha chegou da França para passar as festas de fim de ano com a mãe. A pedido da Caçadora, Noah colocou magia na casa para impedir que alguém entrasse.
A ansiedade tinha nome e ela se chamava Thomas Fenrir.
Hoje, eu sentia que minha vida mudaria de alguma forma.
Estava sentado na cama do bunker esperando Noah chegar com Kana. Escuto a porta ranger, passos, duas pessoas descendo, me levanto e vejo os dois.
Kana corre para meus braços.
– Oi, Amor – ela me dá um selinho.
– Oi, Bailarina.
– Vou subindo, gente – declara Noah abrindo a passagem na estante, dando espaço.
Seguro Albrechts pela cintura colando nossos corpos. Sua mão sobe até minha nuca acariciando meu cabelo. Seus lábios encontram os meus. Tive que nos distanciar, se não eu não conseguiria sair do bunker e isso me assustava.
Passei a mão em sua cintura, conduzindo-a. Entramos na passagem secreta, andamos de mãos dadas, saímos na árvore, caminhamos na floresta e chegamos à casa. Todos reunidos na mesa da sala de jantar, até Narbeus estava lá para ajudar.
Richard estava sentado longe de mim e não olhava em minha direção, apenas digitando no celular. Ele queria que Ellen estivesse segura, comprou passagens para ela e os pais viajarem para Nova York.
Me arrependo de ter dito aquelas coisas e entendo completamente sua chateação, mas estou feliz que ele tenha Bennett, sei que ela está cuidando dele da forma que eu nunca pude.
Meu irmão pediu licença, quando sua garota o ligou. Ele deixou a mesa, mas mesmo assim ouço sua ligação.
– Tem um Papai Noel no Central Park!
Pare de ser curioso.
Passo a mão por baixo da mesa, pousando na coxa de Kana. Meu coração começa a bater muito rápido. Ela para de comer por um momento pelo susto, mas depois continua como se nada tivesse acontecido.
Quase suspiro de alívio.
Tá tudo bem, Thomas, é só uma coxa.
Mamãe fez porco assado e estava uma delícia, devorei um pernil inteiro sozinho. Quando acabei levantei empilhando os pratos e levando para a cozinha. De frente para a pia comecei a lavar um por um, algo normal na minha rotina.
Mas então meu coração errou uma batida quando eu sinto os braços de Kana ao redor da minha cintura e sua cabeça repousada no meio das minhas costas.
O que está acontecendo comigo?
Termino de enxaguar a prataria.
De mãos dadas com Kana, voltei para a sala de jantar e beijei o rosto de Emma Russell.
– Obrigado, Mãe – ela me abraçou com força. – Obrigado por tudo mesmo!
– Você é meu orgulho, meu menino – Emma beijou a minha testa. – Agora vá descansar.
Subi as escadas com Kana, que carregava uma garrafa térmica de chá, no frio ela vivia com isso para cima e para baixo para de esquentar. Abri a porta do quarto, peguei minha guitarra e me joguei na cama, eu precisava descansar um pouco antes do que faremos mais tarde e sozinho com a minha garota no meu quarto não era uma boa ideia se eu não tivesse com algo que me impedisse de...
Enfim.
Sorrio para ela e começo a dedilhar a guitarra enquanto canto Heaven do Bryan Adams.
Seu sorriso fazia muita coisa com meu corpo.
Aquela a partir de hoje era a nossa música.
Ela tirou a guitarra de minhas mãos e deitou com a cabeça em meu peito, fico enrolando meus dedos em seus cabelos, tentando dormir, mas eu estava ansioso demais.
Minha garota estava perto demais e eu não paro de pensar na embalagem que peguei das coisas de Noah dias atrás.
– Não consigo dormir – sento-me na cama.
– Ah, Amor... – diz me abraçando por trás, ela pega a garrafa térmica de cima do criado-mudo e me oferece. – Chá verde, é bom para relaxar os músculos.
– Odeio chá – esclareço, mas pego mesmo assim, tapo o nariz e viro com tudo para não sentir o gosto.
O que não funcionou obviamente.
O gosto era estranho e o cheiro era ruim. Coloco a garrafa de volta no criado-mudo e puxo Kana para meu colo, me arrependendo disso logo em seguida. Seguro seu queixo com a mão, trazendo sua boca para perto da minha.
Eu sei que minha porta está trancada.
Kana se inclina mais para perto de mim, perto demais. Aprofundo nosso beijo, colocando a língua.
CARALHO.
É melhor do que eu esperava.
Tomo o controle, apertando-a e nos girando. Encostando suas costas na cama e me equilibrando em cima dela.
Só de saber que minha cintura está no meio de suas pernas, isso já me deixa estranhamente. Eu não sei dizer, mas sei que eu não paro de pensar nisso. Não paro de pensar nela.
Desde que eu ouvi Rick e Ellen eu não... Merda, sinto Kana colocar as duas mãos no meu peito me afastando.
– Você tem que dormir, Thomas.
Bufo.
Eu estava...faminto e sedento, eu só precisava dela.
– É sério.
Tudo bem, isso é um não.
– Tá bom. – Saio de cima dela e a escuto suspirar. Suas bochechas estavam coradas, sua respiração falhava. Ela arrumou a saia.
Porra ela tá de saia.
Deixo minhas costas despencarem na cama, mas por impulso a puxei para meus braços. Seus olhos se fecham e eu encaro o teto.
Que merda eu estava pensando em fazer?
Kana nunca deu indícios de querer algo a mais.
Que merda Thomas, ela é da igreja.
Tá tudo bem, eu posso me controlar.
Eu posso esperar.
Não demora muito, sinto meus olhos pesarem, meu corpo querer se fundir com a cama, a ansiedade se aquieta, me deixando finalmente dormir e escapar dessa situação embaraçosa.
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O Lobo Sangrento
WerewolfPara todas obcecadas por um moreno sarcástico, este livro é um presente para vocês. Mas deixo um aviso: o charme que sabe roubar uma cena está no melhor amigo ruivo gostoso. Preparem-se para se apaixonar por mais um bad boy misterioso com um passado...