48 Dynasty - MIIA

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Pov. Thomas.

Escuto uma batida precária, mas era uma batida. Seu corpo se curva tossindo água, me tranquilizo por um momento.

Richard estava vivo.

Abraço a Fênix o mais forte que consigo, envolvendo seu corpo molhado de modo desajeitado enquanto ainda estávamos sentados.

Não suportaria perder o meu melhor amigo.

Não outra vez.

Ele retribui o aperto.

– Desculpe por não te ouvir – digo a ele com a voz embargada.

– Eu avisei – exclama encostando a cabeça no meu ombro.

Um barulho nos chama atenção, Kana e Noah lutavam em uma discoteca psicodélica de verde e preto. Ele resistia ao máximo, mas seu limite chegaria a qualquer momento. A Bruxa era muito mais forte. Fito o chão, o colar estava jogado na grama.

Pego o machado jogando-o no ombro. Rick tira sua pulseira e a incendeia, suas asas estavam abertas e o objeto que anteriormente ficava em seu pulso, virou uma corrente grande e em chamas que serpenteava pelo chão.

Nos encaramos por um momento, como uma breve despedida.

Richard chegou enrolando a corrente no braço direito de Kana, com um estalo ela agarrou o metal e puxou, fazendo Rick cair no chão. Jogo o machado e ele rodopia no ar em direção às suas costas, ela coloca a mão na frente o fazendo parar no ar.

– Não são bons modos matar a namorada.

– Desculpe te avisar, Gracinha, mas terminamos... – debocho.

– Ops, matei acabei de matar a minha sogra!

Filha da puta desgraçada de merda.

Não desviei a tempo, Kana jogou um feitiço em mim, que me fez cair no chão. Fiquei preso, sentindo espinhos apertando meu pescoço e tronco. Cada vez que eu me mexia, a vinha apertava mais. Tive que permanecer imóvel assistindo.

Noah a atacava com alguns feitiços, mas ela desviava de todos.

Rick conseguiu derrubá-la, dando rasteira com as correntes, mas foi surpreendido por um jato preto no peito o fazendo cair.

Escutei ossos se quebrando e um urro.

Noah a atacou novamente e ela se irritou, o levantando no ar.

– Noah Cameron – disse asquerosa como uma cobra. – Seu antepassado tentou me matar, tirou meus poderes e me enganou, daquele dia em diante jurei acabar com sua linhagem, a qual não havia conseguido naquele dia.

– É você...– murmura o Elfo com dificuldade. – Você é a Bruxa que destruiu o reino de Lagska e Bácio.

Puta que pariu.

Se foi ela quem matou o príncipe Lagska...

– Fuera tú – urrei ainda preso – que mataste mi Reina, mi Katenira!

Uma risada fria.

Literalmente como uma bruxa.

– Também não vim para esse fim de mundo que vocês chamam de Ridgeville só com o intuito de me vingar de seus antepassados Noah, vim atrás de uma coisa maior.

Sério vadia, vai continuar com esse discurso até quando?

– Vim atrás de uma lenda, vim atrás do Lobo Sangrento. Meu plano estava todo arquitetado, mas simplesmente foi você que esbarrou em mim, não foi, Thomas? – sua voz, por mais doce que fosse, também continha uma geleira a cada palavra dita. – E foi tolo o suficiente ao se apaixonar por mim.

Kana se aproxima de mim.

Meu corpo tremia de raiva, eu queria rasgar a garganta dela com minhas presas.

Chega mais perto, vagabunda.

– Você parou meu feitiço no meio, devia ter sufocado. Eu teria um poder superior, pego de um Lobo Alpha que nasceu numa Lua de Sangue.

Rosno.

Noah me encara e pisca

– Ah, eu já ia me esquecendo, também tem a Fênix, o único que não gostava de mim. Richard é o mais sensato, vocês sabem, não é? – ela se vira para o Elfo.

Graças ao Elfo eu havia me libertado do feitiço. Noah me deixou invisível junto com Rick.

– Já estou ficando entediada, vou matá-los, foi bom esses meses que passamos juntos e obrigada pelo romance, Thomas, adorei a nossa música e essa última noite foi perfeita, por mais que você estivesse dormindo – ela se vira para falar comigo, mas eu já não estava mais ali – que corpo perfeito e cheiro de potencial.

– Viva a inquisição, Bruxa! – Rick aparece enrolando a corrente em chamas em volta dela.

Noah despenca do ar pegando o colar na grama. Kla tenta se livrar das correntes e então eu apareço, metendo o machado em suas costas.

– Como dizia o velho Jack, vamos por partes.

Ela urra de dor, os corvos que estavam nas árvores saíram voando e grasnando. Kana se ajoelha na grama, com as correntes flamejantes em volta de seu corpo, o machado enfincado em suas costas.

– Isso mesmo, curvada perante seu Rei – digo. – Megera!

Noah começa um cântico em latim. As bordas da fisionomia de Kana Albrechts estavam ficando borradas. A essência dela começa a ser sugada devagar.

– Vai se arrepender de ter me conhecido, Thomas Fenrir! – ela berra, se desmaterializando. – Todos vão!

Apenas revirei os olhos enquanto cruzava os braços.

O machado e as correntes caem no chão, agora o colar de ametista na mão de Noah brilhava como uma lanterna.

– Bunker? – uma única palavra sai dos lábios da Fênix.

– Ainda te resta dúvidas?

Noah guardou o colar em uma caixa com fechadura mágica e o colocou debaixo da cama do bunker. A fechadura tinha o mesmo feitiço do meu diário. Ninguém conseguiria abrir aquilo sem a chave.

Então a chave foi jogada no fundo do lago onde ninguém esbarraria nela numa mera quarta-feira de verão às duas da tarde.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora