33 Bohemian Rhapsody - Queen

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Pov. Thomas.

Rotina repetitiva, acordo de um sonho bom, levanto-me, lavo o rosto, sigo para o refeitório, sentando-me na mesa de sempre, tomando o café da manhã: meia xícara de frutas (em lata), meia xícara de suco, cereal matinal com leite semidesnatado, três porções de margarina, um biscoito mergulhado no creme (leite, manteiga, sal e pimenta) e café.

Depois disso, volto para minha cela, mergulhando nos livros de mitologia novamente, desta vez nórdica.

Tive que parar para ir almoçar, refiz o mesmo caminho que eu já sabia de cor até o refeitório. O almoço foi: um sanduíche de mortadela e um de manteiga de amendoim, um pacotinho de salgadinho. Refeição com baixíssima proteína, eu ficava com fome.

Fome de carne.

Precisava de carne.

Eu poderia devorar um boi inteiro.

Desta vez não fomos direcionados para as celas. Os policiais nos escoltaram para um lugar diferente. Quando abriram os portões eu pude ver a luz do sol em dias. O espaço era um pouco maior que uma quadra de basquete.

Na parede leste havia mesas iguais às do refeitório, com três caixas de baralho em cima. Na parte contrária há uma pequena quadra de basquete, com a bola laranja bem no meio. Ao Norte havia um grupo de policiais perto de alguns instrumentos musicais de qualidade duvidosa.

Aparentemente esse evento acontecia uma vez ao mês. Waverly e Ezra logo se dirigiram para a mesa de baralho, onde apostam cigarros como recompensa. Asher foi para o meio do jogo de basquete e eu acompanhei Jayden até uma das mesas.

Um homem com tatuagens por todo corpo e de língua bifurcada que fazia parte de uma das gangues de ladrões, tirou uma máquina de tatuagem da bolsa que um dos guardas ofereceu.

– Declan, o que acha de arame farpado? – perguntou Jayden ao meu lado.

Declan apenas sorriu e bateu no banco para o homem se sentar. Ele ligou a máquina, suja de tinta, nada higiênica e começou a perfurar a pele.

– E você garoto? – Jayden questiona.

– Eu estou bem – repondo cruzando os braços e vendo como tudo aquilo funcionava.

– É sempre um prazer pintar em uma tela nova – a voz de Declan era arrastada.

Sinto-me desconfortável.

– Deixe a tela em branco continuar em branco.

Ele riu.

– Sua pele não continuará virgem e limpa para sempre rapaz – Declan limpa a tinta que escorreu pelo antebraço de Jayden. – Você pode sair no final do mês que vem, mas a cadeia nunca vai sair de você. É só uma questão de tempo para uma tatuagem surgir.

Ezra me encara de longe, uso isso como uma desculpa para sair da conversa. O velho já havia empilhado um maço de cigarros. Waverly segurava um entre os dedos enquanto soltava a fumaça entre os lábios.

Eles venceram o jogo outra vez. Eu não fazia a menor ideia de como isso funcionava. Nunca fui fã de baralho. Asher gritava para a gente, tinha acabado de fazer mais uma cesta.

Sentado ao lado de Ezra encaro os instrumentos, somente um homem estava mexendo com eles, tentando afinar as cordas de uma guitarra. Entediado segui até ele.

– Tem que virar mais para a esquerda.

Ele levanta os olhos bicolores, um marrom e outro verde. Por um momento meu estômago gelou. O homem deveria ter por volta de quarenta anos, tinha uma mecha branca na barba loira.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora