6 Fairytale - Alexander Rybak

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Era de madrugada, estávamos cansados, não seria muito educado bater à porta dos Cameron àquela hora, nós então resolvemos tirar um cochilo, Noah e Rick tentaram dividir a cama do bunker, eu que não conseguiria dormir naquela poeira. Saí do bunker, deitei na grama macia e fiquei apreciando os sons da natureza novamente, quando já estava em estado de pré sono, ouvi ao longe um relincho. Meus olhos estavam pesados demais para abrir e a única coisa que fiz foi ignorar e me deixar entrar no mundo dos sonhos de vez.

. . .

Acordo com o som da porta do bunker se aberto, pisco vendo Rick e Noah na minha frente. Percebo que o sol já havia nascido. Espreguiço-me ainda deitado, relutante em levantar, até eu me tocar do motivo pelo qual estávamos ali.

– Como vamos até a sua casa? – pergunto olhando para Noah.

– A Mamãe disse que a energia voltou – responde Rick. – Dá para ir de carro.

– Mas a gente tem que chegar na mansão primeiro e me desculpa, Noah, não dá para te levar, minhas costas estão me matando. O livro pode esperar, esperei por tantos anos, vamos resolver o problema maior por enquanto.

Faço contato visual com Richard e deixo um sorrisinho malicioso ficar aparente em meu rosto.

– Não! – Rick me cortava antes mesmo de eu começar a falar, mas não me importo.

– Noah, está a fim de voar?

– MERDAAAAA! DEUS POR QUE FUI ACEITAR ISSO???

– Cala a boca, Noah!

Se um lobo pudesse gargalhar, seria isso o que eu estaria fazendo nesse exato momento enquanto corria pela mata escutando esses dois acima de mim.

. . .

Descemos do Camaro na frente de uma casa branca moderna de dois andares, repleta de janelas e com garagem fechada. Noah vai à frente, pegando a chave da porta escondida debaixo de um vaso de planta.

– Bom dia, Mãe – disse Noah ao entrar na casa .– Bom dia, Pai.

– Bom dia, filho – ambos responderam.

– Então, Rick e Thomas podem tomar café conosco? – perguntou como quem não quer nada.

– Claro que pode, entrem meninos – Johan nos convidou. – Noah, vá chamar sua irmã.

Eu e Rick entramos na casa, era tudo extremamente moderno, a mesa do café da manhã, tinha várias coisas gostosas. Aline, mãe de Noah e prefeita da cidade, estava sentada à mesa tomando suco de laranja e olhando o celular, Johan, que era muito parecido com Noah, empurrava a cadeira de rodas de um velho senhor que lia jornal, até a mesa.

Noah desceu com uma menininha de mais ou menos dez anos ao seu lado, seus cabelos eram loiros e estavam presos em duas tranças. Ela usava um vestido verde-claro. A garota, então, parou na minha frente e olhou no fundo dos meus olhos com aquelas íris claras.

– Vocês três estão imundos!

Aline imediatamente para de fitar o celular e nos olha de cima abaixo. Noah vestindo minha jaqueta, e nossos sapatos, anteriormente enlameados, agora cheios de barro seco. Rick tinha algumas folhas no cabelo e ambos (ele e Noah) com cara de cansados.

– O QUE ACONTECEU COM VOCÊS? O QUE FIZERAM COM MEU NOAH?! – Aline foi até o filho e segurou seu rosto, desesperada. – NÃO ME DIGA QUE VOCÊS BEBERAM?

– Mãe, não bebemos! – declara Noah.

– Mas está com um cheiro diferente.

– É o meu perfume, ele está usando a minha jaqueta – declaro enquanto nós três nos sentamos para comer.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora