11 Bad - Michael Jackson

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Me levaram para outra sala, uma branca que parecia de hospital. Havia aparelhos médicos em cima da bancada. Sentei-me na cadeira, enfiaram uma agulha em mim e coletaram meu sangue, colocaram um palito dentro da minha boca coletando minha saliva e passaram um algodão com álcool no meu rosto pegando resquícios de pele morta.

Voltei para a sala, no caminho identifiquei que já eram três e meia da manhã. Trouxeram um lanche para mim, pão, hambúrguer e queijo, isso não alimenta um lobo por muito tempo, tomei um copo de café, estava doce demais, por fim, bebi água.

Juddy Wayne se sentou na minha frente novamente, nem lembro se era a quinta ou a sexta vez, talvez fosse mais. Colocou mais duas fotos na minha frente.

– Essas são as vítimas de hoje. – Declara. – Ontem, no caso.

Analiso, dois homens, na casa dos vinte anos, fortes e saudáveis.

– Vítima número 3, John Tuner, 25 anos.

– Só o vi passando na rua uma vez, mas nunca cheguei perto e conversei.

Apontou para a outra foto.

– Vítima número 4, Michael White, 25 anos também.

Dele eu me lembrava.

– Já fui atendido por ele quando parei no posto de gasolina, fui comprar um chocolate e ele estava no caixa.

– Quando? – pergunta tentando chegar em algum lugar.

– Na véspera de 4 de julho, – declaro – o que eles faziam na floresta?

– Michael e John eram biólogos, suas famílias disseram que os dois gostam muito de caminhar nas rodovias, apreciar as árvores e observar os animais.

Por que essas pessoas gostavam tanto de floresta?

Percebo que ela já estava exausta.

– Quando sairá o exame?

– Logo.

Ela repetiu todas as perguntas duas vezes e eu respondi todas novamente, com outras palavras, mas com a mesma objetividade. Ela estava muito cansada, ia e voltava com um copo de café na mão e fazia novamente as perguntas e eu continuava respondendo todas elas, ela já estava irritada por ver que eu não aparentava ser o assassino.

– Já matou alguém, Thomas? – aquela pergunta me pegou de jeito.

Óbvio que já havia matado.

Minta.

Marlene e Jacob Jones.

Minta.

Carro capotado.

Minta. – A voz de Miguel Juarez ecoava em minha mente.

Sangue.

Minta.

Vidro.

Minta.

Ferrugem.

Minta.

Luz.

Minta.

Destruição.

Minta.

Já matei sim.

Minta.

Duas pessoas.

Tomás Fenrir, MINTA.

Olhei nos olhos da Xerife, ela me olhava como se visse a minha alma.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora