5 The Nights - Avicii

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– O portão não vai abrir! – berro. – Nem adianta ligar o carro.

Richard bate a porta do Camaro com força.

– Não tem geladeira na sua casa não? – grito agressivamente em meio a um rosnado.

Noah coloca a mão em meu ombro.

– Seus olhos...

Respiro fundo.

– Estamos presos com um maldito piano! – falou Rick com a língua enrolando.

Noah ri com deboche.

– Até parece que não sabe voar.

– Dá para passar pela floresta – declaro.

Seguimos em meio às árvores, a noite começava a ficar menos tenebrosa conforme as nuvens deixavam a Lua visível, mesmo assim, Richard iluminava o caminho com suas asas em chamas. O chão estava lamacento por conta da chuva, Noah andava com minha ajuda para não escorregar. O caminho foi um pouco difícil para o humano.

Enquanto caminhávamos eu pensava no que havia visto, no que havia sentido, não podia ser... ela estava morta, não podia estar ali, mas um piano não toca sozinho. Tinha que ser ela, presa naquela casa. Depois de todo esse tempo, sua alma não descansou, ou talvez, esse seja seu descanso, ela estava em casa, sempre esteve. Sempre esteve comigo, era por isso que nunca me sentia estranho enquanto estava lá, nem 100% sozinho e nem 100% acompanhado.

Saio de meus pensamentos, Noah estava muito debilitado, a floresta era extensa, meu braço já estava dormente de tanto que ele apertava. Avisto a cabana logo à frente, olho para Richard e ele concorda com a cabeça, Noah precisava de uma pausa, entramos na cabana de madeira.

– Não precisavam parar! – Noah se sentou, respirando fundo, com as mãos nos joelhos.

– Precisávamos sim! – Rick exalava um cheiro de preocupação. – Você vai ficar resfriado nessa friagem só com essa camisa.

– Toma – digo jogando minha jaqueta no colo de Noah.

Rick passa a mão no cabelo, pensando.

– O que vamos fazer? Não podemos voltar e a Mamãe vai nos bater se formos falar com ela agora.

Noah começa a rir.

– Devia ter visto a sua cara, Rick.

– Não enche o meu saco, você ficou tremendo de medo!

Richard passava as mãos no rosto.

– O que vamos fazer?

– Poderíamos continuar a nossa noite de investigação – Noah estalava os dedos – está com a bengala não é, Thomas?

Concordo com a cabeça.

– Não vamos voltar para a mansão e nem ir para casa da sua mãe – aponta o Noah para Rick –, e eu estou curioso para saber por que o bunker da minha família está marcado no seu mapa.

Rick pega a bengala de mim, tira o papel e estica na mesa.

– Ele fica mais ou menos dois quilômetros e meio daqui e você mal conseguiu chegar até aqui.

– Bom... tem um jeito – digo enquanto desço as escadas.

Agacho perto das correntes achando uma coleira grossa, pego sentindo o ferro gelado na minha pele e subo as escadas, solto a coleira na mesa fazendo um barulho baixo.

– Aguento muito mais peso que um humano normal – analiso Noah de cima a baixo –, e você nunca foi tão pesado assim, Noah, tem alguns músculos devido ao basquete, mas nada demais.

O Lobo SangrentoOnde histórias criam vida. Descubra agora