Terminando de escrever as últimas palavras e números no quadro, respondendo as perguntas do professor; eu vim aqui na frente, por ser a aluna número 1 e a mais inteligente da minha turma, responder as questões matemáticas no quadro. Devolvo o giz ao professor e volto a me sentar na minha mesa, a primeira da fileira do meio. Ele me elogia por eu ser a melhor da turma, fico feliz com isso. Todas as minhas notas do boletim são dez!
― Aliás turma, no dia 5 do mês que está a vir, no sábado. Será a competição de Q.I. Como todos os anos nós fazemos essas competições, esse ano seria mais especial. Temos um patrocinador! A família Todoroki vai patrocinar o vencedor para uma viagem de estudos e negócios para Inglaterra! Quem estiver interessado, se inscreva no edital desse ano, temos poucas vagas. Por hoje é só. Estão liberados, mas S/n fique. Quero falar com você. ― todos os alunos se vão e enquanto o professor guarda as coisas dele na mochila. Eu faço o mesmo com minhas coisas e levantei da cadeira. ― S/n, como eu sei que você ama estudar. Eu já te inscrevi no edital. E eu me responsabilizo caso você não passe. ― dou uma risada e ele me entrega um papel tipo panfleto mas é bem grande ― S/n sei que você é a mais inteligente dessa turma. Porém o Herold da classe 3B é a sua altura, vocês dois são os maiores rivais desse colégio. Você precisa ser ainda melhor que ele.
― Eu serei sensei!
― Então faça! Você precisa ganhar essa competição. ― ele fala de maneira rígida e clara. As vezes até me intimida um pouco, me sinto bastante pressionada desde pequena até hoje. ― Entendeu? Eu vou preparar ainda mais livros pra você. E quero que fique menos tempo no celular e mais tempo na escola.
― Agora você está falando como pai ou como professor?
― S/n Zubuma!!! ― ele levanta a voz e eu me encolhi todinha. Com medo. Ele respira fundo e passa a mão na minha cabeça, é uma forma de me diminuir ainda mais. ― Você é a minha única filha, e é a mais inteligente e esperta dessa família e dessa escola. Você É a melhor. Então SEJA a melhor. Agora pode ir pro seu intervalo. Faça o favor de beber pouca água e evitar ficar indo ao banheiro. Você precisa estudar entendeu?
― Sim sensei. ― ele tira a mão da minha cabeça. Pego as coisas na minha mesa e vou embora dali. Resistindo a não chorar.
A família Zubuma. Solto um suspiro lembrando de todo meu passado enquanto vou para o refeitório pegar minha refeição. Desde meus 2 anos de idade, meu pai, Kenta Zubuma, me ensinava os números e as palavras. Completei meus 3 aninhos já sabendo ler, escrever e pensar muito mais rápido do que uma criança comum. E foi aí que tudo começou a ser ruim; quando fiz 8 anos, eu não queria estudar e sim brincar com minhas coleguinhas da escola, nessa época, minha mãe havia traído meu pai com outro homem e teve uma filha, minha irmã, Betty. Kenta e Yuri se separaram depois de tantas brigas.
Eu queria ter ido com minha mãe, mas o namorado dela na época não gostava de mim porque eu não era filha dele. Então Yuri praticamente me abandonou. E eu fiquei com meu pai. Nessa mesma época quando eu queria brincar pra me afastar dos problemas familiares, eu não conseguia, foi quando Kenta me espancou impiedosamente que cheguei a parar no hospital. Mas o caso foi abafado até porque meu pai tem muito dinheiro. Depois desse dia eu nunca mais fui contra suas palavras. E fiquei apenas estudando no quarto. Mas não adiantava eu apenas ficar trancada no quarto estudando, ele queria que eu fosse a filha perfeita. Ele não quer que eu o envergonhe na frente dos amigos. Eu sou S/n Zubuma, a filha estudiosa, a filha perfeita, a filha sem defeitos. Eu simplesmente não posso ser eu mesma. Estou sempre mentindo sobre quem eu sou, eu mesma nem sei o que quero fazer depois da escola. Mas meu pai sim, e segundo ele, eu vou fazer medicina. Era o sonho dele, que foi interrompido quando minha mãe engravidou de mim.Eu não tenho uma vida perfeita. Eu não sou perfeita. Muitas meninas me invejam e até espalham boatos maldosos sobre mim. Mas que são mentiras. Eu não tenho amigos porque eu sou "a menina viciada em estudar", eu não tenho tempo pra nada nem pra mim mesma. Eu fico maior parte do tempo sozinha em cantinhos que ninguém nunca olharia. Então depois de pegar minha bandeja de comida, eu vou para o cantinho mais isolado de todos do refeitório. Tem um pilar bem grande na minha frente, então quem olhar do outro lado, não vai me ver e sim pensar que a mesa está vazia.