Ele acelera a moto e eu por um momento fechei os olhos com medo, mas por causa disso acabei abraçando ele com força. E por que é que eu sinto que ele está dando um sorrisinho cínico ein? A moto foi diminuindo velocidade e abro meus olhos vendo que estamos na área mais próxima da praia. Mais especificamente na onde tem barzinhos, restaurantes, local de fotos, uma área de lazer praticamente, a beira da praia. Tem bastante gente aqui. Mais jovens do que familiares mas todos parecem felizes e estar se divertindo. Nessa hora como todos os outros sábados, eu estaria em casa lendo FANFIC e imaginando minha vida num mundo muito diferente desse.
- Vai descer não? Ou quer ficar agarradinha comigo? Se preferir a gente pode ir pra minha casa. Meus pais não estão lá.
Desci da moto depois de soltar ele. E tento tirar o capacete mas acho que prendi a trava com muita força. Espero que ele desça e tire o dele.
- Que foi?
- Me ajuda. Eu não consigo tirar.
- Burra. Apertou forte assim pra quê? Eu nem ia causar um acidente nem nada
- Com a velocidade que você dirigia, parecia que sim.
- Pilotava. - ele chega essas mãos geladas perto do meu pescoço e queixo, e solta a trava, focando seus olhos nela. Enquanto eu o encarava, ele é tão lindo. Meu coração bate mais forte e consigo sentir minhas bochechas ardendo. Bakugo ergue o olhar, nossos olhos se encontram. Fico vermelha ainda mais mas ele tira o capacete da minha cabeça na hora. Não sei se ele viu meu rosto tímido, mas ao menos não comentou nada. Ele só guardou os capacetes presos na moto preta. - Vamo lá, você que vai pagar só pra te lembrar.
- Que? Mas eu nem trouxe, quer dizer, eu nem tenho dinheiro.
- Puff, S/n. Quem não tem cem dólares na conta? É o mínimo que se espera de alguém. - ele começa a andar na frente.
Fico muito desconfortável com esse comentário. E só reforça minha baixa autoestima. "O mínimo é ter cem dólares na conta", e eu não tenho nem centavos. Eu devo ser uma garoto que realmente ninguém deve querer.
Aí S/n, não chora agora. Eu fiz uma maquiagem que nem sabia fazer direito, deve estar toda torta. Cocei a lateral da cabeça e caminho devagar na direção dele. Mesmo desconfortável eu preciso ir atrás dele.
- A gente vai comer aqui. - ele disse já entrando numa pizzaria. Sigo ele com um pouco de frio na barriga. Fico meio desnorteada nesse momento, conversas altas, gente rindo, luzes diferentes em casa canto, o local aberto, o som das ondas do mar e da música daqui do local. Sinto ansiedade nesse momento, e eu lembro que na verdade eu só odeio sair de casa mesmo. Eu odeio barulho. Mas o Bakugo me trouxe pelos cabelos praticamente. - S/n? - volto a mim mesma quando ele pega meu braço. - Tá parada no meio do caminho um tempão, caralho. Vamo sentar logo.
- Tá... Tá bom. Foi mal.
Ele me leva pra mesa e eu tenho vontade de morrer totalmente. Os amigos dele estão aqui. Sento na cadeira de madeira e deixo minhas mãos no meu colo.
Sero e Denki ficam se encarando e me olhando com certo deboche enquanto Kirishima tá ali com uma cara de merda. Engoli seco por causa do clima pesado. Tem alguma acontecendo entre eles....
- A sua puta vai comer com a gente hoje? - Denki pergunta.
- Cala boca - Bakugo resmunga e ele senta ao lado dos seus amigos, mesa redonda. Eu estou "sozinha" do meu lado. - Ela vai pagar nosso jantar.
- Eu disse que pagaria uma pizza pra você por você ter conseguido passar na prova de biologia. - falei com ele. Nesse momento os outros 3 patetas começam a rir, chamando atenção de algumas pessoas e outras nem ligam. - Eu falei alguma coisa engraçada por acaso? O Bakugo precisava muito passar nessa prova. Eu ajudei ele.
- Nossa. Cara, sério - Sero resmunga limpando uma lágrima do olho - Cancela a aposta. A S/n é certinha demais.
- Hahahahahhaha - Denki ainda ri muito
- Porra. O Bakugo precisava onde? Logo ele, que cola horrores na matéria. Na verdade S/n. A gente tem uma aposta todo ano, - olhei eles e o Bakugo que parecia tentar fazer algo para que Kirishima não completasse suas palavras. - A gente apostou esse ano, se o Bakugo conseguisse te comer, a gente nunca mais duvidaria dele. É um conflito interno entende. E aí, ele conseguiu?
Nem sei o que dizer. Nem o que fazer. E pensar que eu achava o Bakugo lindo e meu coração batia rápido por ele alguns minutos atrás. Levantei da cadeira mas o loiro segura minha mão.
- Ele tá mentindo porra. Eu não concordei com essa merda Kirishima CARALHO. - Katsuki fica em pé também e aperta mais ainda meu pulso.
- Me solta. Tá me machucando. Eu não quero ajuda. Eu só quero ir embora pra casa.
- Daqui até sua casa é longe pra caralho. Eu te levo - tenta me arrastar. Mas antes que chegássemos na escada eu só tive a reação de empurra-lo com toda minha força. As lágrimas. - CARALHO S/N!!!
- Eu não quero nunca mais ver você na minha vida. Me deixa em PAZ!!! - sai dali correndo mesmo que eu nem sabia como ir pra casa. Eu nunca nem vim aqui. E por causa da pressa, eu achei melhor pegar pegar o caminho mais curto e dane-se se é escuro e perigoso. Eu só quero paz. Eu não aguento mais esse sentimento.
...
BAKUGO POV
OLHEI KIRISHIMA PUTO DA VIDA. Levanto do chão batendo a mão na jaqueta e tiro ela.
- Ciúme?
- Você não vai ter mais ninguém na sua vida além de mim.
- Já acabou porra.
Jogo a jaqueta pro Denki e pulo pra cima do Kirishima. Dando socos e mais socos nesse rosto idiota.
Espanquei esse merda mas ele também me soca, ambos nos machucamos bastante mas ele ficou muito mais fodido que eu. E eu teria arrebentado ainda mais mas o pessoal não separaram e fomos expulsos. Fui embora pra minha moto Kawasaki e vejo o segundo capacete. Lembrando da S/n então ligo pra ela. Não acredito que ela acreditou nessa merda que o Eijiro disse. Viado desgraçado.
Atende filha da puta!!
Continuo ligando, mas nada dessa idiota me atender. Meu coração parece que vai explodir. Que ódio.
- Porra S/n cadê você?!
...
Querem continuação?
