Capítulo 12

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Nathan

Nada melhor para o humor do que ganhar o primeiro jogo da temporada.
Jogamos demais. Foi bom pra cacete voltar a jogar com os caras e levá-los
à vitória. Até Faulkner ficou feliz, e ele nunca fica feliz, então devemos ter
jogado tão bem quanto acho.
Estávamos ansiosos para provar para ele que, apesar das merdas que
aconteceram nas últimas semanas, todos merecemos estar no time.
O treinador e Robbie nos sentaram ao redor de uma mesa e nos fizeram
analisar o jogo enquanto tudo ainda estava fresco na nossa cabeça. Essa é a
parte que costumo odiar, especialmente depois de uma vitória, que é quando
eu quero comemorar com uma cerveja (ou dez).
Meu corpo, cheio de adrenalina, não quer ficar fechado em uma sala e
analisar cada passe e ponto feito. É assim que o pessoal se sentia ao se sentar:
dava para notar, pelas pernas balançando e cabeças acenando para cada
palavra do treinador.
Pela primeira vez na vida, eu estava calmo.
Não posso cometer erros este ano; tudo tem que ser perfeito.
Robbie queria terminar cedo, seus olhos disparando toda vez que o
smartwatch acendia. Eu sabia que Lola estava em algum lugar por aqui
usando o uniforme que mandei para ela.
Os rolês pós-jogos sempre foram históricos. Começamos com uma festa
na avenida das fraternidades, que não é meu lugar favorito, mas já quemetade do time é menor de idade e não pode ir para uma balada, é legal
beber com eles antes de nos separarmos.
Depois, vamos para o Honeypot que é, na minha opinião, a melhor
balada em West Hollywood. B, a colega de quarto da Summer e pior
mixologista da Terra, trabalha lá e reserva umas mesas para nós.
Agora que Henry mora com a gente, B fez um acordo secreto comigo
para deixá-lo entrar sem mostrar a identidade, já que ele ainda não tem
vinte e um anos. Tive que prometer nunca contar para ninguém, senão
metade do campus iria aparecer na porta dela, e em troca, eu guardo os
melhores lugares dos jogos em casa para ela, Summer e Cami.
É uma promessa fácil de manter, porque se o resto do time soubesse o
que eu estou fazendo por Henry, nunca mais teria um dia de paz.
Poucos minutos depois de chegarmos, a cabine já estava cheia de garrafas
e, obviamente, depois de alguns drinques, metade do time estava bêbado.
JJ e Robbie parecem estar tendo uma conversa muito séria, cheia de
tapinhas nas costas e soquinhos nos braços. Eles brindam toda hora e não
faço ideia do que estão celebrando.
Joe e Kris ainda estão observando Henry como se ele estivesse no
Discovery Channel, tentando desesperadamente aprender suas manhas.
Bobby, Mattie e mais alguns caras sumiram para fazer amizade com um
grupo de uma despedida de solteira do outro lado da pista.
Finalmente, JJ e Robbie se afastam e me encaram enquanto continuo a
observar as pessoas e beber. JJ ri e aponta com a cabeça para onde Anastasia
e Lola estão dançando.
— Já vacilou com ela hoje?
— Provavelmente.
Nem me dou o trabalho de mencionar meu plano de conquistá-la, ou
como ela ficou surpresa quando me aproximei dela e depois a deixei sozinha
com meus amigos. De agora em diante, ela vai ter que vir até mim.
Horas se passaram e só consigo pensar na sua pele bronzeada, macia e
brilhante. Ela está usando um vestido lilás que é tão apertado que parece
cobrir o seu corpo como uma segunda pele.O decote desce por entre os seios dela e é nesse momento que perco
qualquer capacidade de descrever o que ela está vestindo, porque assim que
meus olhos viajam pelo material fino cobrindo seus peitos, todo o sangue da
minha cabeça vai para o meu pau.
O cabelo castanho-claro dela está ondulado, caindo pelas costas e
parando logo acima da curva da bunda dela, uma bunda que sei que é uma
delícia de apertar. Ela rebola no ritmo da música, sorri e leva a bebida até a
boca.
A música se mistura com a próxima; vejo ela cutucar Lo e apontar para a
cabine, o que significa que posso parar de encará-la como um psicopata. Eu
teria ido dançar com ela, mas não quero ser o cara que invade o espaço
pessoal de uma garota quando ela está curtindo um momento com uma
amiga. Tenho que seguir o plano e não vacilar. Sem falar que não sei dançar.
Quando os rapazes percebem que a maioria das mulheres da despedida
de solteira é casada, voltam para nossa mesa com os rabos entre as pernas, e
as garrafas ficam vazias bem mais rápido.
Lola aparece primeiro, as bochechas coradas por causa da bebida e um
sorriso bêbado no rosto. Ela olha para Robbie como se ele fosse a melhor
coisa que já viu na vida, corre para pressionar a boca na dele e se senta em
seu colo.
Ele passa a mão pelo queixo dela e murmura algo que a faz enfiar o rosto
no pescoço dele.
Anastasia está logo atrás, parecendo ainda mais linda de perto. Os olhos
dela avaliam a cabine à procura de um lugar para se sentar, e faz uma careta
ao ver que está cheia de jogadores de hóquei de quase cem quilos, mas
quando seus olhos param em mim, ela me analisa de cima a baixo sem
disfarçar.
Enquanto faz isso, morde o lábio inferior e os dedos batucam no copo
que está segurando. Estou prestes a convidá-la para se sentar comigo, mas
ela se inclina e sussurra algo no ouvido do JJ.
Pego Kris batendo no peito de Mattie para chamar sua atenção e depois
apontando para ela. Lanço um olhar mortal para ele.O vestido dela mal cobre a bunda, e estou a um milésimo de segundo de
correr para cobri-la com meu casaco. Ao se esticar de novo, rindo de algo
que Jaiden disse, ela coloca o cabelo atrás da orelha e me lança um olhar por
cima do ombro.
JJ abre bem as pernas, deixa Anastasia se posicionar no meio delas e se
sentar no colo dele. Ela coloca um braço ao redor do pescoço dele e fico
surpreso de ainda não ter quebrado o copo em minha mão, considerando a
força com que estou segurando.
Foda-se o plano. O ciúme está me deixando louco. Eu viro o restante da
bebida, deixando o álcool gelado apagar o calor que sobe pelo meu peito.
Antes que consiga compreender essa demonstração bêbada e ciumenta,
estou de pé e passando por cima das pernas dos meus colegas de equipe. Ou
ela está tentando me irritar ou não está nem aí para mim; de qualquer
forma, estou a um palmo de distância dela agora.
Eu me inclino para ela, minha boca a milímetros do seu ouvido, e
pergunto:
— Quer dançar comigo?
Sinto um calor se espalhar pelo meu corpo quando ela dá de ombros,
porque amo suas reações. Me afasto para dar espaço para ela. Em vez de se
levantar, ela olha por cima do ombro, a língua passando pelo lábio inferior e
molhando-o, os olhos azuis brilhando para mim:
— Pode ser. Só peça com jeitinho.
Ela sorri quando um riso de choque sobe pela minha garganta. Estico a
mão, ela aceita e me deixa ajudá-la a levantar.
Eu sei que o time inteiro está assistindo a essa novela, mas foda-se. O
corpo dela se molda ao meu, o rosto muito mais perto graças aos saltos
altos. Tenho certeza de que esses são os sapatos que deixaram marcas nas
minhas costas, e quando meu pau começa a se erguer, me lembro de que não
é uma boa hora para pensar nisso.
— Estou pedindo com jeitinho. Quer dançar comigo?
— Só porque você ganhou a partida hoje — ela responde com um brilho
malicioso no olhar.Ela coloca nossas mãos dadas na altura do cóccix e nos guia pela pista de
dança.
Caralho, nem sei dançar. Só sei que quero sentir o corpo dela no meu, e
se ficasse mais um segundo vendo-a tocar em JJ, iria arrancar a cabeça dele.
Chegamos no meio da pista, onde as luzes piscam, mas ela continua
andando, me guiando em meio aos bêbados, até uma área escura aonde as
luzes da balada não chegam.
— Nosso público vai ter que achar outra coisa pra assistir.
Apesar de todo o álcool no meu corpo agora, tenho total ciência da
sensação do corpo dela contra o meu.
— Não sei dançar.
— Eu te ensino.
A música muda para algo mais lento, sombrio e sexy. O corpo dela se
vira, a bunda encostando em mim com tanta força que não tem mais espaço
entre nós. A cabeça dela se apoia em meu ombro e ela guia minhas mãos
pelo corpo até meus dedos pousarem nas coxas dela.
Balançando de um lado para o outro no ritmo da música, a sua bunda
roça em mim até eu ficar com o pau tão duro que chega a doer, e não tem
como ela não ter percebido. Inclino a cabeça por cima do ombro dela e sinto
seu cheiro doce.
— Caralho, você vai me matar, Tasi — murmuro contra seu pescoço. As
mãos dela se entrelaçam por trás da minha cabeça e se cruzam, e, quando
olho para baixo, para seu corpo, consigo ver seus mamilos duros
pressionando o tecido leve do vestido.
Queria que não estivéssemos em uma balada lotada. Queria que
estivéssemos em casa para eu poder passar as mãos nesses mamilos ou
enfiar a cabeça entre as coxas dela, torcendo para que estivesse sem calcinha
de novo.
Estou quase ofegante, meu corpo parece estar pegando fogo. Depois da
vitória de hoje, não achei que poderia me sentir mais feliz, mas ouvir os
gemidos de satisfação que Tasi solta quando passo as mãos em seus quadris
e sussurro em seu ouvido o quanto é gostoso sentir o corpo dela contra o
meu… Com certeza é bem melhor.Estou agindo como se nenhuma garota tivesse se esfregado em mim
antes, como se nunca tivesse ido para o canto escuro de uma balada com
uma mulher bonita. Ainda assim, a atenção de Anastasia parece uma espécie
de prêmio.
A música termina e ela se afasta de mim. Quando se vira, seu rosto está
corado, o peito arfando, a pele brilhando. Passo um dedo por suas maçãs do
rosto, sinto o calor emanando na minha pele, e vejo os olhos dela se
arregalarem quando seu olhar se conecta com o meu.
Eu encosto em seu pescoço, os dedos na sua nuca, e sinto sua pulsação
descompassada sob o meu polegar. Vê-la dessa maneira é meu vício. Da
maneira como ela fica quando esquece esse joguinho que estamos fazendo,
quando seus olhos me engolem, suas mãos agarram a parte da frente da
minha camisa como se estivesse com medo de que eu fosse sair correndo.
Nossos rostos estão quase se tocando; sinto a respiração dela em meus
lábios.
— E aí, casal? Prontos pra ir embora? — Lo grita às minhas costas. Minha
testa toca a de Tasi e me sinto arrependido por não ter aproveitado o
momento.
Ela solta minha camisa, dá um passo para trás, os dedos sobre os lábios.
— Sim, vamos.
Se sentir o corpo de Anastasia roçando em mim na balada foi um
prêmio, ficar com ela sentada em meu colo no Uber de volta para casa é meu
castigo.
Eu dei cinquenta pratas a mais para o motorista levar todo mundo.
Senão, teríamos que pedir outro carro só para duas pessoas. Henry e Bobby
estão na frente com o motorista; JJ, Kris e Robbie estão no banco do meio e
Lola está atravessada entre eles; estou no banco de trás com Anastasia no
meu colo.
Ela queria se sentar no colo de Henry, mas ele foi muito educado e
recusou. Então, agora, ela não para de se mexer, se inclinando para a frente
para falar com Lola, e estou aqui: observando como a curva da cintura dela
se ergue sobre sua bunda e tentando não pensar em como minhas mãos
encaixariam ali se eu estivesse me… Deixa pra lá.— Tasi, você precisa se encostar. Eu tenho que passar o cinto de
segurança em você — digo com cuidado, puxando seus ombros de leve.
Ela não resiste; se recosta no meu peito e me deixa colocar o cinto. Eu
não sei onde colocar as mãos, então seguro no assento para tentar não
complicar a situação.
— O que você tá fazendo? — pergunta ela, virando a cabeça até o nariz
tocar minha mandíbula.
— Como assim? — Apesar de o carro estar cheio de gente rindo e
gritando, estamos sussurrando.
Ela me cutuca com o nariz.
— Você não tá encostando em mim… — Suas mãos correm por meus
antebraços até onde minhas mãos estão apertando o banco, e as colocam ao
redor de si. Ela solta uma risada maligna. — E tá de pau duro.
Não consigo controlar o gemido de vergonha que escapa de mim.
— Sim, meu pau tá duro porque não entende que essa rebolada que você
tá fazendo não é pra ele.
Se isso é possível, ela relaxa ainda mais o corpo contra o meu, entrelaça
nossos dedos e os coloca sobre as coxas. Com isso eu consigo lidar. Se ela
não rebolar nem se mexer, consigo chegar a Maple Hills. É só ficarmos
assim, relaxados e de mãos dadas. Tranquilo, sem estresse.
— Não sei se essa informação vai te ajudar a não se sentir tão
envergonhado… — sussurra, movendo nossas mãos direitas para a parte
interna da perna até eu sentir o calor irradiando do ponto em que suas coxas
se encontram. — … mas eu tô muito molhada. — Abrindo as pernas, ela
aproxima mais nossas mãos. — E sem calcinha.

Quebrando o Gelo- Hannah GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora