Capítulo 36

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Nathan

Quando é a hora certa de dizer “eu te amo” para alguém?
Me apaixonar é algo que eu não esperava fazer este ano. Eu nunca me
apaixonei, e não sei como dizer sem fazer ela sair correndo. Ela só disse a
palavra namorado em voz alta uma vez há poucos dias, e agora, de repente,
estou pensando em soltar essas três palavras? Devo estar louco.
Mas não consigo evitar, está na ponta da língua.
Minha ansiedade deve vir da série de desventuras que nos trouxeram até
onde estamos agora — uma situação muito boa —, algo que não acontece
com frequência. Me sinto sortudo. É a única palavra que parece apropriada,
porque as coisas poderiam ter sido bem diferentes.
Eu poderia falar sobre a beleza dela por horas. Descrever cada sarda, cada
linha e centímetro do corpo dela. Anastasia é como o sol, uma beleza quente
e ofuscante. Mas, para falar a verdade, não é isso que faz ela ser minha
parceira.
Sou apaixonado por sua ambição e compromisso, seu lado gentil, e como
ela me diz exatamente o que está sentindo e por quê, sem se importar se é
difícil no começo.
Ela me ensinou que me comunicar não quer dizer que tudo está perfeito,
não quer dizer que não discordamos. Quer dizer que lidamos juntos com o
que é imperfeito, e se não concordarmos, pelo menos sabemos o motivo de
o outro se sentir assim, mesmo que isso não mude a nossa opinião. Aindasomos indivíduos, mas somos indivíduos juntos, e eu nunca soube que
relacionamentos poderiam ser assim.
Acima de tudo, ela se preocupa comigo e com a minha felicidade. Ela me
faz estudar, me estimula a falar sobre minha mãe. Eu poderia ficar aqui e
listar todas as coisas que ela faz que me fazem ser uma pessoa melhor. Ela é
minha melhor amiga.
Eu preciso parar de esperar que as coisas deem errado porque sei que as
coisas não precisam ser perfeitas, e nós dois somos teimosos e cabeças-duras
o bastante para resolver o que não está funcionando.
Parece cedo demais para dizer esse tipo de coisa. Porra, parece muito
cedo para estar apaixonado. Três meses e meio não é muito tempo, mas
depois de termos passado tanto tempo juntos, acho que consigo dizer isso
com confiança.
Eu deveria só dizer.
Eu me afasto dos meus próprios pensamentos e faço um carinho na
bochecha dela.
— Podemos ir comprar algumas decorações de Natal se quiser. Podemos
ir agora.
— Não é isso. Eu não me importo. Só odeio imaginar que você teria
chegado sozinho, e seu pai nem se deu ao trabalho de montar uma árvore de
Natal para você. Ou para Sasha! Coitada dela.
— Eles nunca estão aqui. Estão sempre no resort — explico. — Não me
importo, juro. Mas podemos ir comprar uma árvore de Natal se quiser. Eu
nem pensei nisso. Sei que não é como na casa dos seus pais. Eu deveria ter te
preparado. Desculpa.
— Não, não. Por favor, não pede desculpa pra mim. Eu sinto muito. Vou
melhorar, juro. — Ela força um sorriso e ri quando faço uma careta. Tasi sai
de cima de mim e se joga no colchão. — Meu Deus. — Ela geme, e meu pau
reage. — Essa cama é muito boa. É quente! Como ela é quente assim?
— Eu pedi pra Betty colocar o cobertor aquecido quando viesse deixar a
comida.
— Betty é sua outra namorada? — Ela levanta a perna no ar, puxa a bota
e a joga para longe.— Betty é a governanta. Ela tem uns cem anos e sempre trabalhou para a
minha família — digo enquanto assisto Tasi tentar tirar a outra bota com
muita dificuldade. — Ela se recusa a se aposentar e faz o melhor purê de
batata do mundo. Ela é ótima, você vai gostar dela. Mas não vamos vê-la. Eu
disse para ela tirar férias e passar um tempo com a fam… Precisa de ajuda?
Ela para de tentar tirar o moletom que ficou preso no cabelo e relógio
dela. Tasi me olha por cima do braço.
— Estava tentando tirar a roupa pra te seduzir, mas, caramba, é difícil
tirar a roupa com esse clima. Eu deveria ter abaixado um pouco minhas
calças e ficado de quatro.
Ela continua a balançar até se libertar, mas ainda tem outra camada por
baixo. Eu tiro as botas e abaixo o zíper, sem querer ficar para trás. O maior
problema de estar nas montanhas é que a gente demora para ficar pelado. Eu
fiz Anastasia vestir várias camadas hoje de manhã antes de viajarmos,
achando que a primeira coisa que ela iria querer fazer quando chegasse aqui
era ir ao lago, mas acho que isso nem passou pela mente dela.
— Pronto! — grita ela, sem fôlego, mas com um sorriso no rosto. —
Ganhei.
Só Anastasia Allen conseguiria tornar o processo de tirar a roupa para
transar em uma competição, e depois se autodeclarar a vencedora. Ela sobe
na cama, se encosta na cabeceira e me observa com um sorriso malicioso no
rosto.
Eu finalmente tiro a cueca e me aproximo dela, parando quando seu pé
para no meio do meu peito. Me sento nos meus calcanhares, pego o pé dela
e mordo o calcanhar enquanto ela ri.
— Qual é o prêmio?
Ela pula quando meus dentes tocam sua pele e aperta os lábios enquanto
finge pensar.
— Hum. Meu prêmio pode ser você? — murmura ela, e seus olhos
brilham quando eu concordo. — Eu quero ver você se tocar.
Quase me engasgo.
Ela puxa o pé e o coloca na cama, me dando uma visão perfeita da sua
boceta rosa e molhada. Eu poderia passar horas tentando prever o queAnastasia vai fazer ou dizer em seguida, e nunca conseguiria adivinhar.
— Não me olha assim — digo, me inclinando para ficar em cima dela. —
Me encarando com esses olhos grandes como se não tivesse me pedido para
assistir enquanto eu bato uma.
Ela ergue o queixo e sua boca procura a minha. Ela tem um cheiro muito
bom. Como é possível ela cheirar tão bem assim? Doce, deliciosa e
enlouquecedora. Puxo o corpo dela para mim, giro na cama até ficarmos de
costas e a coloco em cima de mim. Já estou duro; como não ficar depois do
que ela disse? Ela se move para pegar em mim, mas eu seguro seu pulso.
— Mãos nas costas, Allen.
Ela não sabe para onde olhar quando seus olhos vão do meu rosto para
meu estômago, e então para a mão tocando meu pau. Eu gemo o nome dela,
me deliciando com a surpresa no rosto dela, que logo muda para algo mais
intenso.
Os quadris dela se mexem, procurando alguma fricção que não vai achar
com as pernas abertas sobre as minhas coxas, e ela rebola enquanto seus
olhos acompanham minha mão subindo e descendo.
— Você é tão gostoso — diz ela com a voz rouca e intensa. — Deixa eu te
tocar, por favor.
— Mas eu estou te dando o que você queria. — Uso a mão livre para
mexer nos mamilos dela, e o gemido que ela solta é uma mistura de
satisfação e frustração. Quanto mais rápido eu me toco, mais prazer começa
a subir pelo meu corpo, em ondas cada vez mais intensas.
Ela ergue as sobrancelhas, curiosa, enquanto se afasta de mim. Ela apoia
a mão ao lado do meu quadril, se abaixa e trava o olhar no meu. Ela se
inclina para a frente, próxima, mas sem tocar em mim.
— O que você está fazendo? — pergunto, desacelerando o movimento.
— E se eu não usar as mãos? Posso te tocar assim?
— Abre a boca, amor.
Alguém poderia dizer que estou no controle da situação, mas estaria
errado. Eu a observo, hipnotizado, enquanto ela lambe e beija a base do meu
pau até quase chegar na ponta, parando para me ver perder o fôlego,desesperado para ela me colocar na boca e tocar sua língua quente e
molhada.
Ela não faz isso. Sinto seu hálito quente na ponta; ela está tão perto, mas
beija e lambe até chegar nas minhas bolas e chupa de leve.
Solto o ar que estava segurando e passo a mão pelo cabelo dela quando
sua língua dá a volta em mim.
— Caralho, você é uma delícia.
Ela continua a me provocar, tocando em tudo menos na ponta que está
pulsando e brilhando com um pouco de gozo. Eu sei que ela vai continuar
até eu estar pronto para implorar.
Estou pronto para implorar.
Ela olha mais uma vez para minha expressão de desespero e sorri,
parecendo muito feliz consigo mesma, e sinto vontade de meter nela até ela
tirar essa expressão do rosto.
Lentamente — bem lentamente —, ela me coloca na boca, e não consigo
não erguer os quadris para acelerar o processo. Um humm vibra no meu
pau, e ela fica com as bochechas côncavas, chupando como se fosse sugar
minha alma.
Puta merda.
Juntando seu cabelo, eu o prendo entre os dedos como um rabo de cavalo
e seguro firme, movimentando em sincronia com a cabeça dela, para cima e
para baixo.
As unhas dela arranham a parte interna das minhas coxas, me fazendo
arquear meu quadril e bater no fundo da garganta dela. Por um segundo eu
me preocupo que possa estar pegando pesado demais com ela, até ver seus
olhos marejados me olhando por baixo dos cílios grossos, e mesmo quando
está se engasgando com meu pau, ela parece tão convencida. Então continuo
a meter, fundo e forte, enquanto ela geme de novo e nos movemos em
sincronia.
Não diz “eu te amo” enquanto ela está te chupando, seu imbecil.
Meu corpo inteiro treme.
— Meu bem, eu vou gozar.O gemido de aprovação dela me dá um arrepio e ela acelera, mais forte e
rápido, até meu sangue pegar fogo e me consumir por dentro.
Caceeeeete, é a única coisa que consigo dizer quando gozo na garganta
dela.
Desnorteado e um pouco tonto, fico vendo ela sentar e limpar o canto da
boca com um polegar e chupar o dedo. Meu estômago faz barulho quando
tento voltar para meu próprio corpo. Nós transamos muito, mas estou
sempre muito ansioso para entrar nela, e, entretanto, isso… isso foi…
Meu Deus. Talvez eu tenha que pedir ela em casamento.
Puxo seu corpo para perto do meu. Ela se joga no meu peito e solta um
gritinho de felicidade antes de ir para o lado e jogar uma perna por cima da
minha barriga. Eu beijo sua testa, a abraço e depois dou um tapa na bunda
dela, que a faz soltar mais um grito.
— O que foi isso?
— Quantas vezes você perguntou “a gente já chegou?”, hein? Seus atos
têm consequências, Anastasia.
— É por isso?
— Uhum. — Sorrio e bato de novo.
Ela se mexe para ficar de barriga para baixo e levanta um pouco a bunda,
e a marca da minha mão brilha. Ela vira a cabeça para me olhar, e as
bochechas ficam igualmente vermelhas.
— A gente já chegou, Nathan?
Uma das vantagens de ter a casa inteira para nós dois é poder andar
pelados.
Eu deixo Anastasia dormindo tranquilamente na cama enquanto procuro
comida na geladeira. Pego uma caixa de suco de laranja e paro na janela que
vai do chão ao teto, observando o lago congelado nos fundos da casa.
Só se vê a neve branca por quilômetros, brilhante e impecável, o que
deixa bem claro onde o lago termina e o chão começa. Mas eu já sei disso;
eu conheço o lugar como a palma da minha mão. Passei muito tempo ali ao
longo dos anos.Um corpo quente se enrola por trás de mim, e lábios beijam o meio das
minhas costas. Ela dá a volta, pega a caixa de suco e leva à boca, então se
apoia em mim para ambos olharmos para fora.
— É lindo — sussurra.
— Não tanto quanto você.
— Você é cafona.
— Talvez. Mas é verdade.

Quebrando o Gelo- Hannah GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora