NathanVocê já viu uma mulher correr de salto alto? Eu já.
Semana passada. Mal havia me levantado quando as mãos de Anastasia
ajeitaram seu vestido e giraram a maçaneta. Ela me lançou um último olhar,
as bochechas rosadas com o brilho de quem acabou de gozar, então saiu
correndo como se fosse o Papa-Léguas.
Foi tão rápido que não sei como não deixou um rastro de fumaça. Eu tive
que deixá-la sair, senão andaria pela casa, cheia de visitas, com um pau duro
impossível de esconder.
Eu sabia que isso ia acontecer quando a levei para meu quarto? Não. Para
mim, o melhor que poderia acontecer era ela achar que eu estava sendo legal
e, talvez, concordar em sermos amigos. Pensei que existia a possibilidade de
ela acabar gritando meu nome e eu sentindo o gosto dela nos meus dedos?
Acho que nenhum homem pensaria isso, considerando nossa situação.
Relembro aquela cena toda vez que me masturbo? Óbvio.
Está na cara que ela se arrependeu, porque toda vez que me vê, sai
correndo na direção contrária. Primeiro achei que fosse vergonha, mas
depois de vê-la na cama com Rothwell ontem, volto a achar que o interesse
não é recíproco.
Achei que ela talvez estivesse namorando Rothwell, como Henry disse.
Talvez o que aconteceu no meu quarto tenha sido um erro, um momento de
fraqueza, mas precisei parar com essa linha de pensamento porque ela
estava começando a me deprimir. Eu odeio traição, e alguma coisa me diziaque não era esse o caso. Me senti imediatamente melhor quando vi que Ryan
e Liv Abbott estavam bem íntimos.
Não sei que tipo de relacionamento Tasi e Ryan têm, mas seja o que for,
não é nada com exclusividade.
Decidi que hoje seria o dia em que iríamos conversar sobre isso. Ela não
tem problema em expressar o que sente, isso ficou claro várias vezes.
Obviamente só tem problemas em se expressar com homens que a
chuparam.
O plano é encontrar com ela depois do treino, já que ela treina com o
Babacão antes de nós às sextas. JJ está puto que não vamos ter tempo de
parar no Dunkin’ Donuts e começou a resmungar alguma coisa sobre seus
direitos constitucionais. Prometo comprar para ele dois donuts semana que
vem, e isso parece acalmá-lo. Ele está empolgado para emboscar — essa foi a
palavra que usou — Tasi comigo e me ver ser rejeitado.
Muito otimista da parte dele achar que vou conseguir chegar perto o
bastante para isso.
Me concentrar em conquistar Anastasia foi a distração perfeita para
ignorar o motivo do meu pai me ligar sem parar há três dias, sem
perspectivas de parar tão cedo.
Presumindo que esteja ligando para falar sobre o grande saque da minha
poupança que usei para bancar a festa do Robbie, não estou a fim de falar
com ele. Tenho certeza de que um cara com um pai normal pensaria que a
ligação seria para desejar boa sorte, já que o nosso primeiro jogo da
temporada é amanhã. Mas, infelizmente, meu pai não é normal.
O sr. H foi mais um pai para mim do que o meu próprio, e a visita dos
Hamlet para o aniversário de Robbie foi ótima. Para mim, mas talvez não
tanto para Lola, que teve um encontro imprevisto com eles no domingo de
manhã enquanto vestia apenas uma camiseta de Robbie.
Parecia que a sra. H ia explodir de tanta felicidade, enquanto o sr. H
erguia os dois polegares para Robbie. Lo parecia um gato assustado, e
Robbie estava pior ainda.
JJ estava com uma expressão que eu nunca tinha visto antes. Parecia que
era um dos melhores momentos da vida dele, e ficou melhor ainda quandoHenry perguntou em voz alta para Lola se ela se arrependia de não ter
vestido nada por baixo.
Ter os Hamlet nos visitando me lembrava da minha casa, mas na época
boa, antes da minha mãe morrer. Falar sobre nossas estratégias com eles me
lembra por que amo hóquei, e agora estou empolgado para começar a
temporada.
Sei que já disse isso antes, mas agora é verdade. Este ano vai ser diferente.
MARIAS PATINS
ROBBIE HAMLET
Estou morto.
BOBBY HUGHES
Que jeito estranho de anunciar, mas ok.
KRIS HUDSON
Posso ficar com seu quarto?
JOE CARTER
Pode me dar o número da Lola?
ROBBIE HAMLET
Vai se foder, Carter.
NATE HAWKINS
Descanse em paz.
ROBBIE HAMLET
Olha ele aí.
NATE HAWKINS
Qual o teu problema?
ROBBIE HAMLET
Sabia que Tasi, Summer e Kitty moram no
mesmo prédio?
NATE HAWKINS
Tá zoando com a minha cara?
ROBBIE HAMLET
Eu jamais brincaria com algo tão engraçado.
JAIDEN JOHAL
Maple Tower? Cacete. Acho que vou me mudar.
HENRY TURNER
Não entendi qual é o problema.
KRIS HUDSONElas são vizinhas, Hen.
HENRY TURNER
Tá… Mas nenhuma delas quer transar com ele,
então qual é o problema?
Nenhuma delas vai chamar o Nate pra lá.
MATTIE LU
Atirou pra matar.
KRIS HUDSON
Certeza que Hawkins tá cansado.
JOE CARTER
Cansado de esperar Turner dizer que foi uma
brincadeira kkkk
JAIDEN JOHAL
Tão ouvindo alguém chorando?
NATE HAWKINS
Vou pro time de basquete. Seus merdas.
HENRY TURNER
Vai ter mais chance com ela se for mesmo.
NATE HAWKINS
Por quê?
HENRY TURNER
Ela com certeza pega o Ryan Rothwell. Talvez
prefira jogadores de basquete.
NATE HAWKINS
Você não sabe se isso é verdade.
HENRY TURNER
Sei sim. Ela me contou.
NATE HAWKINS
Por que caralhos ela te contaria isso?
HENRY TURNER
Porque eu perguntei.
JAIDEN JOHAL
Sem querer botar lenha na fogueira, capitão…
Mas Rothwell com certeza já comeu Summer
também.
NATE HAWKINS saiu do grupo Marias Patins.
JOE CARTER adicionou NATE HAWKINS ao grupo.NATE HAWKINS saiu do grupo Marias Patins.
MATTIE LIU adicionou NATE HAWKINS ao grupo.
NATE HAWKINS
Babacas.
Eu gostava do Ryan Rothwell, até agora.
Tomo a decisão fácil e estratégica de colocar meu celular no bolso e
tentar me concentrar em aprender alguma coisa, ou pelo menos aprender
algo não relacionado a Ryan Rothwell e onde ele está se enfi… Foda-se.
Na verdade, me concentrar faz a aula passar mais rápido, mas assim que
vejo JJ, desejo ter demorado mais. A partir do segundo que o vejo do lado de
fora do laboratório até quando estacionamos no rinque, ele fica rindo de
mim.
Felizmente, ele decide me dar privacidade para fracassar sozinho e
promete esperar no carro até o resto do pessoal chegar.
Quando passo pelas portas duplas, ouço “Clair de lune” tocando nos altofalantes
da pista. Há outros patinadores por perto, mas apenas um casal no
gelo, o que quer dizer que cheguei na hora. Largo minha bolsa de hóquei
nos bancos e vou para a borda da pista, dando um “olá” educado para Brady
quando ela me vê e resmunga.
Nunca tinha visto Anastasia patinar. Geralmente, quando um chega, o
outro está indo embora, então nunca a vi treinando, mas hoje cheguei vinte
minutos adiantado.
Ela é hipnotizante. Eu patino desde criança e nunca, nunca, me movi
como ela agora. Nem parece que está patinando, parece flutuar; não consigo
tirar os olhos.
Ela estica os braços na direção do Babacão. Eles nem olham um para o
outro, mas têm uma conexão perfeita. Antes que eu possa entender o que
está acontecendo, ela está no ar, apoiada em uma das mãos dele, girando,
segurando a lâmina do patins para manter a perna erguida.
Acho que ele está prestes a deixá-la cair quando a abaixa rapidamente,
mas de alguma forma ela gira no ar, uma combinação de movimentos quenem consigo acompanhar. Enxugo o suor das sobrancelhas quando seus
patins voltam para o gelo e solto o ar que nem percebi que estava segurando.
Os dois aceleram, voando pelo gelo. Sei que algo está prestes a acontecer
ao ver a postura de Brady mudar: ela segura as laterais do rinque com força
e prende a respiração.
Tasi e Aaron estão se movendo em sincronia, ambos se virando para
patinar de costas. Eles batem a ponta dos patins no gelo, girando em uma
velocidade que meu cérebro nem consegue processar. Meus olhos sequer
entendem o que está acontecendo até ver Aaron aterrissar, deslizando
graciosamente para finalizar o movimento, e o corpo de Anastasia voa pelo
gelo, batendo com força na mureta oposta do rinque.
Merda.
Já me empurraram contra tantas muretas que perdi a conta, mas estava
usando equipamento protetor dos pés à cabeça. Ela está com uma legging e
um top de manga comprida, que não a protegem de nada, nem mesmo de
uma batida leve.
A música para de repente quando Aaron a ajuda a levantar, checando
toda parte do corpo dela, inclusive o topo da cabeça, para onde ela aponta.
Tasi o afasta quando ele tenta carregá-la e só aceita a mão dele para ajudá-la
a patinar até a lateral onde Brady e eu estamos.
Sinto como se devesse ir embora, mas meu coração está apertado. Preciso
saber se ela está bem, mesmo que não seja da minha conta.
O trajeto curto ao longo da pista dura uma eternidade. Eles finalmente
chegam, e ela me olha, mas parece não saber quem sou, porque não
demonstra nenhuma reação em seu rosto. Nem um pingo de irritação.
Ela deve estar realmente machucada para não ficar irritada com a minha
existência. Merda.
Brady segura seu rosto de um jeito quase protetor, maternal, e o inclina
para todos os lados até ficar satisfeita com o que vê.
— Vamos tirar da coreografia, Anastasia. Você vai fazer o triplo.
— O quê? — grita ela, confusa. — Tá tudo bem! Eu só preciso de um
tempo. Vamos de novo. Eu vou acertar. Sei que vou.— Anastasia, acabei de assistir você bater com toda a força contra uma
estrutura sólida! Assunto encerrado.
Tasi olha para Aaron com a boca aberta, lágrimas se formando nos olhos.
Ele passa o braço por cima dos ombros dela, puxando-a para seu peito
quando ela começa a soluçar.
— Um triplo também é difícil, Tasi. Não há vergonha em abrir mão do
quádruplo. Muita gente nem consegue fazer um triplo, e os seus são
perfeitos.
Seu corpo inteiro treme, e ela leva as mãos aos olhos para enxugar as
lágrimas. Seu corpo estremece com a dor de mover o braço esquerdo, o lado
que absorveu o impacto.
— Mas eu consigo fazer o quádruplo. Estou trabalhando nisso há tanto
tempo. Preciso tentar de novo. Eu errei na largada, mas posso consertar.
Os olhos dela se voltam para mim enquanto enxuga as lágrimas na
manga. Tento lhe lançar um sorriso empático, mas fico horrorizado ao ver
sangue escorrendo do seu cabelo e descendo pela têmpora.
É como se todos víssemos ao mesmo tempo. Todos nos aproximamos
dela de uma só vez, sua expressão ficando mais confusa quando a
examinamos.
— Treinadora, eu sei primeiros socorros — digo rapidamente. — Ela
precisa ir ao hospital, mas a ferida precisa ser limpa e enfaixada antes.
Os lábios de Brady se apertam até formarem uma linha reta, e sua
expressão é preocupada, mas ela concorda.
— Tasi — falo em um tom gentil. — Vou te carregar até a sala de
primeiros socorros, ok?
— Por que está falando comigo como se eu fosse uma criança?
Aaron ri ao seu lado, passa a mão pelo rosto e olha para o teto com uma
expressão no rosto de divertimento e desespero. O cara é um babaca, mas
não dá para negar que se importa com ela. Parece preocupado e nem briga
comigo quando começo a examinar o machucado.
— Fico feliz que esse galo na cabeça não tenha afetado sua personalidade
cativante — brinco. — Vou te carregar porque você não está com protetores
de lâmina nos patins. Além disso, se você for andando e desmaiar, vou terque te segurar, e fico com medo de machucar mais essa área onde você já vai
ficar com um roxo gigante. Posso te levantar?
Ela resmunga baixinho e concorda com a cabeça enquanto revira os
olhos.
— Sou pesada — resmunga ela quando meu braço passa por baixo de
suas pernas e ao redor de sua cintura.
Deixamos Brady e o Babacão para trás e ando em direção ao vestiário,
onde fica a sala de primeiros socorros.
— Para com isso, Anastasia. Você não pesa nem metade do que eu puxo
no aquecimento.
Ela se remexe em meus braços, e percebo que está tentando me dar uma
cotovelada nas costelas. Estou ocupado demais tentando abrir a porta com a
minha bunda para me preocupar com a irritação dela. Depois de colocá-la
na maca, dou um passo para trás e, assim que nossos corpos se separam, ela
dá um soco no meu braço.
— Não me manda “parar com isso” quando estou machucada.
— Agora eu que tô machucado — resmungo enquanto seguro meu braço.
— Meu Deus. Quem te ensinou a bater assim?
— O pai da Lola. Ele é treinador de boxe.
Pego os materiais que preciso do armário: soro fisiológico, gaze e uma
bolsa térmica gelada; vai ser o suficiente até ela ir ao hospital. Lavo as mãos
com cuidado, seco e pego luvas.
— Você não tem alergia a látex, tem?
Ela aperta os olhos, a boca comprimida em uma linha.
— Não, Nathan. Não tenho alergia a látex.
Seguro o riso, ignorando as conotações sobre látex que a fazem olhar
desse jeito para mim.
— Que bom. Não quero adicionar uma reação alérgica à sua ficha
médica.
Acho que consegui um sorriso dela, mas pode ter sido minha
imaginação.
Começo com o sangue que começou a secar em seu rosto, então limpo a
área com cuidado até chegar no cabelo. Devo ter chegado ao corte porqueela estremece, e sua mão puxa meu moletom.
— Desculpa — digo baixinho, tentando trabalhar o mais rápido possível
e com um toque leve.
O sangue molhou seus cabelos, e toda vez que toco com a gaze, ela sai
suja. Sua mão continua me segurando, os pés balançando no ar, e tudo
indica que ela não gosta de estar nessa situação.
Preciso distraí-la, mas não consigo pensar em nada que não a faça se
lembrar do fato de que está me evitando.
— Você é uma patinadora incrível, Tasi. Não consegui tirar os olhos de
você.
— Até eu voar pelo gelo e tentar derrubar as paredes com meu corpo, né?
Os olhos dela encontram os meus, e agora tenho cem por cento de
certeza de que vejo um sorriso; não é minha imaginação.
— Sim, até essa tentativa de demolição foi impressionante.
— Obrigada — responde, olhando para as mãos. — Por que chegou aqui
tão cedo?
Junto as gazes usadas agora que o ferimento está o mais limpo possível e
jogo no lixo hospitalar. Não sei como responder sem estragar esse momento
seminormal e gostoso que compartilhamos.
— Eu queria te ver. Você andou me evitando, e queria checar se está tudo
bem. Pode levantar o braço esquerdo pra mim? Foi esse lado que bateu na
parede, certo?
— Sim — repete ela, ignorando o resto do que falei. Ela faz uma pequena
careta, mas o movimento está normal, e não parece ter quebrado nada.
Prendo a bolsa gelada no ombro dela onde está mais inchado e dou mais
uma olhada.
— Deixe a bolsa gelada por no máximo dez minutos, tá bom? Está se
sentindo tonta? — Ela nega com a cabeça. — Enjoada? Com dor de cabeça?
Zonza ou confusa? — Ela nega de novo e dessa vez arqueia uma sobrancelha
também.
Me abaixo para desamarrar seus patins e os coloco atrás dela.
— Quero que você vá ao hospital. Eles precisam fazer uns testes pra se
certificar de que está tudo bem, e você precisa descansar esse fim de semana.Ela ri alto, tampando a boca com a mão.
— Desculpa, isso foi grosseria. É que eu tenho uma competição amanhã.
Não posso descansar.
— Anastasia…
— Vou ficar bem. Terminou, dr. Hawkins? — pergunta ela, se soltando de
mim e tentando sair da maca.
Por instinto, minhas mãos seguraram seus quadris para mantê-la de pé,
mas a solto na hora, como se fosse feita de lava. Seus olhos se encontram
com os meus, e reparo uma incerteza em seu olhar.
— Nate, eu…
A porta se abre e o Babacão entra carregando uma bolsa rosa. Como se
eu precisasse de mais motivo para acabar com esse cara. Ele coloca a bolsa
atrás dela, entrega um par de tênis, e ela os calça. Examina a cabeça de
Anastasia como se soubesse o que estava fazendo.
Otário. Acho que ele estuda história ou alguma coisa assim.
Por causa da situação da Tasi, eu ignoro nossos problemas pessoais e sou
educado:
— Você pode levá-la ao hospital?
Ele responde com um “uhum” distraído, e nem se dá ao trabalho de olhar
para mim quando pega a bolsa dela de novo e tira um suéter da UCMH de
dentro.
— Não deixe ela dormir antes de chegar ao hospital, e peça para a Lola
ficar de olho nela mais tarde, quando estiver dormindo.
— Eu fico de olho — responde ele, casualmente, guardando os patins dela
na bolsa.
— Não, quis dizer à noite, quando ela for dormir.
— Eu sei — diz ele, falando devagar como se eu não entendesse. — Eu
fico de olho nela. Você sabe que a gente mora junto, né? Meu quarto é tão
perto do dela quanto o da Lo.
Que porra é essa?
— Ah, ok — respondo, tentando não demonstrar o choque na minha voz.
— Melhoras, Tasi. Boa sorte amanhã pra vocês.
— Você também — responde o Babacão.Estranho.
Anastasia olha por cima do ombro e me observa por um segundo antes
de ir embora. Quando termino de limpar a sala e vou até onde os rapazes
estão esperando, eles já sabem o que aconteceu e me lançam olhares de falsa
empatia.
— A coitada prefere ter uma contusão do que falar contigo, Hawkins. É
foda, irmão — diz Robbie, que ouve um monte de risadinhas em resposta.
— Ei, engraçadinho — respondo. — Sabia que o pai da sua garota é
boxeador?
Ele fica pálido.
— Por favor, que seja uma piada.
— Ah, eu jamais brincaria com algo tão engraçado.
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Quebrando o Gelo- Hannah Grace
RomanceUma patinadora artística ultracompetitiva tem de dividir o rinque com o capitão «quebra-corações» da equipa de hóquei? O gelo não vai quebrar entre estes dois, vai derreter! Anastasia treina todos os dias com a ambição de garantir um lugar na equipa...